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Seria a primeira vez que veria meus pais após minha entrada em Hogwarts. Durante toda minha infância ouvia histórias de lá, sobre as casas que todos os alunos eram selecionados, lá você poderia conhecer seus melhores amigos, mas também seus maiores inimigos.
Os Burton são conhecidos por fazer parte das vinte e oito famílias bruxas, possuindo uma linhagem de puro sangue, onde todos eram selecionados para casa de Salazar Slytherin, porém não foi meu caso. O chapéu me pôs na casa dos corajosos e determinados, sabia que isso me traria consequências, porém eu sempre soube que era diferente, e isso não me incomodava como deveria.
A mansão por fora sempre fora amendrontadora e sombria. Os jardins eram extensos e bem cuidados, possuía diversas árvores onde sempre gostei de me aventurar quando mais nova. Tinha acabado de chegar do expresso, a nossa elfa, Hinni, havia aparatado comigo da estação até a mansão. Quando adentrei, não havia ninguém me esperando no hall de entrada, uma parte de mim já esperava, porém uma mágoa inevitável cresceu em meu peito. A mansão dos Burton possui diversos quadros com retratos de toda linhagem Burton, e também o brasão da Sonserina, onde todos da família durante séculos foram selecionados.
—Minha flor, seus pais estão esperando no escritório. —Ela parecia tensa, o que me deixou também. Nunca gostei do escritório de meu pai, lá era sempre o lugar onde ele brigava comigo por algo que eu tinha feito de errado, sabia que agora não era diferente. —Obrigada Hinni, me deseje sorte. —Tentei produzir um sorriso que com certeza foi falho, ela sorriu, porém sabia que era um sorriso carregado de preocupação e tristeza, ela sabia o que iria acontecer. Subi as grandes e escuras escadas que davam acesso ao primeiro andar. Segui até a porta ao fim do corredor, bati algumas vezes e escutei meu pai mandando eu entrar.
Entrei no cômodo sem tirar meus olhos do chão, fechei a porta atrás de mim e encarei meus pais. As expressões de ambos eram nítidas, minha mãe sempre foi mais compreensiva, apenas parecia magoada, já que meu pai tinha puro ódio estampado em seu rosto. Estremeci quando ele se levantou da cadeira, sentando em frente a mesa, com suas mãos apoiadas nela. Minha mãe, estava sentada em uma poltrona ao lado da mesa, com expressões cada vez mais sérias.
