Capítulo 19.

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Haru on;

Minha boca tá com gosto de chá de boldo, não sei se é porque eu experimentei um detox verde bonito cheio de folhas estranhas, ou porque eu estou na quinta fila do banco — p'ra pegar mais uma senha e ir para outra fila fudida

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Minha boca tá com gosto de chá de boldo, não sei se é porque eu experimentei um detox verde bonito cheio de folhas estranhas, ou porque eu estou na quinta fila do banco — p'ra pegar mais uma senha e ir para outra fila fudida. Acontece que as contas de banco aqui do Japão são diferentes de lá no Brasil, parece que eles fizeram um reforço de segurança fudido por aqui.

— Eles ainda estão nós seguindo — Mado sussurrou p'ra mim, observando os seguranças que nós encaravam descaradamente.

Bom, um ex-presidiário com uma longa ficha criminal não é bem visto em bancos — ainda mais quando o pai dele é um vilão, dos fodões aínda. Imagina se eles soubessem que ele virou anti-herói e pode futuramente virar um vilão? Iriam expulsar nós três daqui, com certeza.

Com nós três eu quis dizer, eu, o nojinho é o Madoyami — lê-se Mandrake, vulgo malvadão. O Hidan já mandou mensagem perguntando se acabamos, depois mandou um áudio rindo da nossa cara junto com a patroa — sim, eles estavam zuando com a nossa cara. Tá aí, os dois queriam mostrar que a vida adulta não é tão fácil quanto parece.

Tudo bem que o meu irmão já é adulto, mas com a ficha criminal suja igual um pano de prato que virou pano de chão; ele nunca ficou numa situação dessas antes.

— Sendo um ex-presidiário é mais do que óbvio que eles vão ficar seguindo nós três, o que eu acho é bom — Kishamy revira os olhos batendo o pé no chão igual um coelho, como o nojinho consegue ser tão nojento? — Pelo menos assim que foco protegido, de dois malucos.

— Você sabe que eu consigo te dar uma bela surra, independente se eles me impedirem ou não né? — Disse meu irmão com uma cara psicopata, acho que o loirinho chato tremeu na base depois dessa.

— É verdade, eu não dúvido que ele afunde tua cara — faço uma pausa, dando um passo para frente já que a fila andou. — Tipo quando o sabonete caí no chão do banheiro, vai ficar deformado depois.

— Um deles está vindo p'ra cá — o mais velho de nós sussurra, fazendo o nojinho arregalar ps olhos apavorado.

— Olha, se eu me der mal por culpa de vocês... Eu... Eu... Eu...

— Vou rachar de tanto chorar — completo a frase do loiro aguado ironicamente, entenderam a referência da vez? Se sim, parabéns. Se não, você é uma vergonha p'ra humanidade e não tem cultura nenhuma nesse seu cérebro de mosquito! #lacreivadias.

Deu uma vontade super esquisita no meu corpo de escutar Caravan Palace, enquanto pole dancê numa barra de ferro circular perto de onde nós estamos — senhor, me segura.

— Senhor, posso ver sua identidade? — O guarda que tem literalmente uma fucking cabeça de touro, fala estendendo sua mão na direção do meu irmão. Acharam isso estranho? Num mundo onde tem super heróis, nenhuma aparência é estranho p'ra mim.

— Claro — sem medo nenhum o ser de cabelos roxos retira sua carteira de couro do bolso e pega a identidade, entregando ela para o segurança. — Algum problema comigo, senhor?

Na minha concepção, esse senhor foi tão venenoso que eu me senti como se fosse irmã de alguém da máfia — o que é quase verdade, já que ele deve ser membro de alguma facção criminosa japonesa.

— Só um minuto — o moço continua analisando a identidade do meu irmão, agora estou com uma dúvida. Será que por ele ter uma cabeça de touro, ele seja vegano? Eu tô com uma vontade absurda de perguntar se ele curte um churrasquinho do bom, ou se a mãe dele é uma vaca. Para Haru, que coisa feia! — Bom, não temos problema nenhum aqui. Desculpe o incomodo é tenham um bom dia.

— P'ra você também Sr.Gado — Mado fala em português pegando sua identidade e guardando bonitinho, eu segurei tanto a risada agora que senti o gosto de sangue na minha boca.

Assim que o homem saíu de perto de nós, eu soltei uma gargalhada fazendo a moça na minha frente na fila — me olhar assustada.

— Se alguém perguntar, eu não conheço vocês — o mais novo do grupo revira os olhos, não deve nem ter idade p'ra saber o que é vergonha mas já tá nessa frescura.

( ... )

— O explosivo do seu amiguinho me ameaçou ontem por sua culpa, igual um bicho — Kishamy se senta numa das várias cadeiras, agora tínhamos que esperar chegar no nosso número para que nós chamassem.

O número da nossa ficha é o 123, ainda está no 92, corrigindo 93, eu vou acabar chorando — eu desistindo, trocar meu pagamento por liberdade e ridículo mas tentador.

— Se ele é um bicho, eu amo os animais — me sento do ando do garoto sendo acompanhada pelo meu irmão, que ficou no meu lado direito.

— Então você admite que gosta do garoto abacaxi? — Mado sorri malicioso na direção da bonita aqui, que isso moço? Eu sou totalmente pura, não vem com papo torto p'ro meu lado não só.

— Só no dia que você me contar com quem você vive conservando por call de madrugada, sem que você tá de chameguinho com alguém — retrucou ele convicta, duvido ele sair dessa.

— Touché, acho que vou ficar quietinho — ele fecha os olhos cruzando os braços, se esparramando pelo banco/cadeira.

— Deu vontade de ouvir sofrência agora — suspiro olhando ao redor, só tem pessoas entediantes aqui.

— Desde quando você gosta de escutar alguém sofrendo? Virou uma psicopata agora? — Kishamy se afasta um pouco, com uma expressão leve de medinho.

Sentiu a pressão agora vagabundo?!

— Eu estou falando de sertanejo, uma gênero de música do Brasil — eu nem curto esse tipo de música, mas tô com vontade. — Você é seu cérebro de minhoca não conseguiriam apreciar esse tipo de música, então cala a boca e fica de olho no nosso número.

Por falar em número, falta bastante tempo p'ra nossa vez chegar — tanto que meu irmão praticamente já cochilou, vai ficar com um torcicolo ferrado depois...

— Se eu não sair daqui, vou surtar.

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𝐖𝐨𝐮𝐥𝐝 𝐲𝐨𝐮 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞 𝐜𝐨𝐟𝐟𝐞𝐞?→ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ ᴋᴀᴛsᴜᴋɪ 'Onde histórias criam vida. Descubra agora