Haru on;
Maldito mosquitinho! Faz tanto tempo desde que eu pisei no Brasil que eu até esqueci desse pernilongo arrombado, bateu até medo de pegar dengue. Credo!
Mal pisamos na Amazônia é já estamos sendo atacados por mosquitos, o Bakugou já enfrentou um macaco antes de começarmos a trilha é o casal bandido estão quase quebrando a câmera, de tantas fotos sendo tiradas compulsivamente. O mais foda de tudo é que eu não esperava que nosso esconderijo fosse tão selvagem assim, pensei em algo mais.... Urbano? A única coisa urbana que eu vi desde que cheguei foi o aeroporto, uma cidade pequena é uma estrada — no momento estamos fazendo uma trilha, para chegar no vilarejo da tribo indígena.
Tem lugares legais no Amazonas, mas acho que se aventurar no meio da selva é bem interessante — mesmo que eu preferisse ficar em algum lugar mais urbano, aonde eu não teria o perigo de ser comida por um jacaré.
— Eu tô passando mal de tanto calor, sinto que vou derreter — Neru choramingou virando a água de sua garrafinha para dentro da própria boca, tudo de uma vez só.
Mais um pouco é afogava.
— Calor da porra — Katsuki quase gritou, ainda por cima em português. Se eu fiquei orgulhosa? Claro que sim, aínda mais com ele todo felizinho por estar aprendendo bem o português.
— Eu tenho a sensação de que sua voz fica ainda mais grossa em português, tá na puberdade dragão? — Levanto meu short jeans que estava caindo pela milésima vez no dia, mesmo eu estando segurando cinto, acho que isso é culpa da minha bunda mas enfim.
— Puberdade é o karalho sua bruxinha — ele revira os olhos com um sorriso, passando o braço por trás do meu pescoço.
— Vai faltar muito? Eu tô com sono, a senhora no avião não me deixou dormir por nenhum segundo — Mado cutucou a bochecha do guia turístico, que já deve ter sido atormentado por nós umas trinta vezes só hoje.
— Duas horas de caminhada — o senhor Antônio arrumou seus óculos de grau antes de acertar um galho na sua frente com um facão, para abrir caminho lógico.
— Eu vou ir de cipó em cipó igual o Tarzan, caso eu agarre uma cobra sem querer eu me finjo de morta que fica tudo legal — limpo o suor da minha testa com o antebraço.
— Estamos no verão ou no inferno? — Bakugou se apóia em uma árvore abanando o próprio rosto com a mão, ele estava com as bochechas e alguns lugares do pescoço corados, fora que seu rosto estava quase pingando suor.
Essa cena foi estranhamente sexy, mas meu medo que ele acabasse desmaiando de insolação estava bem maior do que esses pensamentos de boba apaixonada. Enfim, sou a sonsa que se preocupa com alguém que é mais saudável que um cavalo garanhão, minha sogra ficaria orgulhosa galerinha.
— Estamos no inverno, acredite se quiser — dou de ombros fazendo os dois japoneses me olharem chocados. — Aquecimento global é foda né parceiros? Como dizia MC Kevinho, o clima é tropical.
— Ursos polares se encontram em posição fetal — meu irmão se apóia no guia, que estava vendo sua bússola Jurássica bem sério.
— Tenho um atalho, vamos demorar apenas quarenta minutos — o velhinho anunciou, fazendo com que a Neru começasse uma dancinha animada.
— Pensei que fosse a gótica tímida é anti-social — coloco a mão direita na cintura olhando a garota com uma sobrancelha arqueada, ela apenas deu de ombros parando a dancinha.
— Você está me infectando garota, eu não sou a mesma emo desde que te conheci — Tame limpa uma lágrima imaginária.
— Certo, chega de conversa! Vamos continuar a trilha — Madoyami disparou á andar na frente do guia, que o segurou pelo pulso. — O que foi tiozinho?
— Você está indo p'ro lado errado garoto — Antônio passou a mão no rosto cansado, logo indicando a direção para o meu irmão que saiu andando mais rápido do que antes.
— Seu irmão é fanático por natureza ou o quê? — Katsuki cerra os olhos vendo a cabeleireira roxa se distanciando no meio das árvores.
— Ele era um membro das lontrinhas, mais conhecido como o grupo de escoteiros mais malucos de todo o Brasil — começo a andar atrás do senhor Antônio é do meu irmão. — Eles eram pior do que uma facção criminosa altamente armada, chagava a ser um perigo nacional.
— O que eles faziam de tão ruim assim? — Neru passou o braço pelo meu pescoço, se apoiando em mim sem vergonha nenhuma na cara, me fazendo de encosto na cara de pau.
— Já mataram alguém? — Bakugou passa o braço pela minha cintura é automaticamente nós três andamos com passos sincronizados.
— Pior, roubavam as sobremesas da minha bisavô antes do café da tarde — faço uma cara sofrida que arrancou uma risada de todo mundo, até mesmo do nosso guia.
— Em legítima defesa, a comida da bisa era irresistível! Vocês fariam a mesma coisa do que eu, aí que saudade daquele doce de cupuaçu — o bandidão faz uma voz infantil, olhando para os céus com uma careta nostálgica. — Saudades da nossa bisavô.
— Ela morreu? — Neru fez uma carinha triste que foi acompanhada pelo silêncio do loirinho ao meu lado.
— Foi p'ra Flórida, só sabe mandar notícias quando não está fazendo caminhada ou apostando o dinheiro da aposentadoria no bingo de sexta-feira.
— Isso quando ela não dá em cima de algum velhote com artrite é brinca com um dos quinhentos gatos dela — disse o Mado pulando em cima de um tronco caído, logo abrindo os braços para andar por cima dele sem se desequilíbrar.
— Haru, ela tem quantos anos? Pensei que essa mulher fosse uma múmia, mas porra, parece ser mais jovem que minha velha — o quase namorado junta as sobrancelhas numa expressão confusa.
— Ela tem noventa é dois anos, mas a individualidade dela faz com que a senhora envelheça mais devagar — solto uma risada me lembrando da dona Margarida, essa senhora é extraordinária. — A aparência dela é de uma mulher no auge de seus cinquenta anos.
— Essa aí é conservada no formol — Neru sorri largo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐖𝐨𝐮𝐥𝐝 𝐲𝐨𝐮 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞 𝐜𝐨𝐟𝐟𝐞𝐞?→ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ ᴋᴀᴛsᴜᴋɪ '
Fanfiction𝐖𝐨𝐮𝐥𝐝 𝐲𝐨𝐮 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐞 𝐜𝐨𝐟𝐟𝐞𝐞?→ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜ ᴋᴀᴛsᴜᴋɪ ' Katsuki Bakugou, finalmente percebe que o amor não é uma fraqueza quando pega o número da garota maluca da cafeteria em frente à escola. Agora o loiro enfrenta um dil...