VINTE E OITO

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"Say that you'll never, never, never, never need itOne headline, why believe it?Everybody wants to rule the world

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"Say that you'll never, never, never, never need it
One headline, why believe it?
Everybody wants to rule the world."
Everybody wants to rule the world
(Tears For Fears)

Hoje eu descobri que eu odeio helicópteros. É claro que eu tinha que descobrir isso aos vinte e dois anos de idade, porque até o dia de hoje eu nunca tinha tido o desprazer de viajar nessa maldita máquina mortífera. E a Atena ainda ficou rindo da minha cara azeda de puro enjoo, isso enquanto lia seu livro de história da América do Sul tranquilamente ao meu lado, como se estar ali fosse a coisa mais natural do mundo.

E, bom, para ela é.

— Ainda quer vomitar? — Ela ergue uma sobrancelha para mim enquanto colocamos nossas mochilas no fundo do seu carro. Ainda estamos no heliporto e eu ainda consigo ouvir, de longe, o barulho daquelas hélices malditas. — Caso queira, tem um banheiro ali. — Atena brinca apontando para um banheiro do outro lado do estacionamento.

— Talvez eu devesse vomitar em você, não acha? — Forço um sorriso sem graça e assisto ela rir ao fechar o porta-malas. — Mas, não posso negar, muito melhor do que longas horas na estrada. — Aperto sua bochecha e vou em direção ao banco do carona enquanto ela vai para o do motorista. — Para a volta, vou tomar um remédio e nem vou sentir esse enjoo.

— Isso, se dopar é sempre uma solução. — Atena retruca assim que estamos os dois dentro do carro. Vejo ela arrumar a postura no banco e estalar os dedos antes de apertar o botão de ligar o motor. — Puta merda, o show dessa madrugada acabou comigo. — A garota massageia seus próprios ombros e eu passo a língua pelos lábios ao lembrar que ontem eu estava passando meus lábios por ali. Isso enquanto suas longas unhas arranhavam meus ombros, seus dedos desabotoavam minha calça, quando sua intimidade não estava se roçando contra a minha.

Meu pau lateja dentro da calça.

Pelo menos não estou mais enjoado.

— Então, deixo você na estação de metrô? — Ela coloca as mãos no volante antes de dar ré para sair da garagem. — Eu te levaria até lá, mas tenho que estar na empresa daqui a alguns minutos e ainda tenho que me trocar...

— Tranquilo. — Dou de ombros tentando esquecer o volume que estava se formando em minha calça, assistindo suas mãos rodarem o volante de forma habilidosa. Para alguém que diz odiar dirigir, até que ela sabe fazer isso muito bem — Depois a gente se encontra onde? O jogo do meu irmão deve acabar quase na hora do almoço...

— Me passe o endereço, te busco lá, acho que é o tempo de eu terminar de resolver algumas coisas da empresa. — Atena diz sem tirar os olhos, com olheiras cinzentas, das ruas de Boston.

Pela primeira vez ela parece estar realmente cansada. No entanto, isso não é nem um pouco surpreendente, a garota faz três coisas extremamente cansativas: Trabalha, estuda e ainda faz parte da banda. Tudo isso atribuído ao fato de que ela ainda tem que lidar com a família problemática dela. Na mínima convivência que eu tive com a Artêmis eu consegui perceber o clima tenso formado de modo concreto entre as duas.

COLD BLOODOnde histórias criam vida. Descubra agora