SETE

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"You're watching your backLike you can't relaxYou try to be coolYou look like a fool to me

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"You're watching your back
Like you can't relax
You try to be cool
You look like a fool to me."
(Complicated- Avril Lavigne)

Ouço um espirro pela milésima vez naquela manhã, e penso em atravessar a minha sala só para bater no Jesse. O garoto de cabelo escuro e cacheado está esparramado no meu sofá, abraçados em minhas almofadas enquanto respira com dificuldade.

Segundo o Jesse, ele é alérgico a gatos. Zeus o olhou indignado quando disse isso, como se tivesse noção do que o Jesse estava dizendo. Então, eu tenho certeza de que, por mais que o Zeus esteja aqui no jardim tomando sol comigo, estar abraçado nas almofadas do meu sofá não é bom para a sua alergia. Afinal, Zeus sempre está se esfregando por ali.

Volto a olhar para a página do documento aberta em meu tablet, sem entender uma palavra do que está escrito ali. Poderia mentir para mim mesma e dizer que é a ressaca, mas dor de cabeça de desidratação é algo que eu não estou sentindo nem um pouco. Na verdade, eu não estou entendendo nada pelo simples fato de estar com a cabeça cheia.

O olhar raivoso do Dominic não sai da minha mente, nunca o vi tão irritado quanto ontem à noite. O desprezo e ironia na Giselle eu já esperava, nunca, em todos esses anos, fomos amigas ou tivemos uma boa relação.

E eu nem sei dizer como foi que eu lidei tão bem com a situação. Na verdade, sei que no fim de tudo, nada deu certo. Dominic escolher ignorar a minha presença não é uma decisão sábia, já que estamos na mesma faculdade e temos amizades em comum. Essa bomba vai explodir mais cedo ou mais tarde, e eu não sei o que é pior.

Fecho o aparelho em minhas mãos e fecho os meus olhos, sentindo os raios de sol penetrando a minha pele.

Eu amo o sol.

E ele é o principal motivo de eu ter escolhido viver nesse apartamento no térreo, já que eu tenho um pequeno jardim. O primeiro móvel que eu fiz questão de comprar, depois da minha cama e geladeira, foi uma espreguiçadeira, de madeira, que eu estou deitada nesse momento.

Meu celular começa a tocar, me fazendo abrir os olhos. O nome da Artêmis com um diabinho do lado pisca na tela, e eu penso em não atender. Mas então eu me lembro da última vez que eu fiz isso, ela apareceu em frente ao meu apartamento. Aperto no verde após soltar um suspiro.

— Que bom que você resolveu atender. — Sua voz soa fria e irônica do outro lado da linha. Dou uma risadinha. — Bom, vamos direto ao ponto, não quero prolongar essa ligação.

— Olha só, por algum milagre, nós concordamos com alguma coisa. — Subo os óculos escuros para o topo da cabeça e encaro alguns arbustos.

— De fato. — Artêmis usa o seu pior tom de desgosto comigo, o que é natural. — Mamãe quer saber se você tem intenção de participar da festa do escritório. Nunca foi do seu interesse fazer algo do tipo, mas antes você não estava no país.

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