Christopher
Beber pelo menos uma dose de whisky, antes de deitar virou minha rotina. Era inevitável não tomar, era como se fosse uma anestesia para a dor.
Haviam se passado alguns dias desde a última vez que vi Dulce. Decidi dar um tempo para ela se acalmar, segui o conselho da Maite claro, se fosse por mim eu já tinha ido.
Hoje o dia estava bem agitado na revista, pessoas para lá e para cá. Eu só tentava manter a paciência, precisava terminar meu artigo ou perderia o emprego.
- O que acha se eu for tentar conversar com a Dulce hoje?
- Talvez seja uma boa ideia. Essas dias ela anda um pouco sensível, mas talvez te receber seja uma boa.
- Já passaram dias Maite, dias! Preciso explicar que não foi por mal. - falei passando as mãos sobre meus cabelos.
- Sinceramente? Acho que a Dul é uma mulher muito forte. Ela até que está sustentando bem a dor que sentiu ao saber da verdade.
- Sim ela é...- sorri comigo mesmo.
Comecei a imaginar e se ela não me amasse? Não me perdoasse? Não quisesse mais olhar nos meus olhos?
A todo instante esses questionamentos passavam pela minha cabeça. Para não pirar precisei de um pouco de whisky. Então decidi ir até a área de café.
Coloquei dentro da xícara uma dose de whisky. Eu estava mesmo virando a porra de um dependente químico.
Me sentei em um canto, tentando ao máximo esquecer dos meus problemas. De tudo e de todos. O meu sossego logo foi interrompido.
- Senhor Uckermann, bebendo no expediente?
- Bom dia senhor Carlo. Estou bebendo sim, vai me demitir?
- Não, não. Muito esperto da sua parte ter colocado na xícara, mas mesmo assim nada passa despercebido por mim.
- Bom, eu já estou indo. O senhor vai querer alguma coisa?
- Não. Só vim observar mais de perto os meu funcionários.
- Então, já houve indo... — assim que virei as costas para sair ele me chamou.
- Cuidado, você está por um trisque aqui na revista.
Me retirei o mais rápido possível de lá. Aquele homem era um monstro em forma de gente. Ele foi atrás de mim já para incher a paciência.
Terminei meu horário de trabalho, bati o ponto e perguntei se Mai queria uma carona, ela negou então fui embora.
No caminho passei em uma floricultura e comprei um busque rosas brancas. Fui direto para a casa da Dul.
Respirei muito antes de criar coragem para bater na porta. Assim que a falta de coragem continuou presente resolvi ir assim mesmo.
Bati na porta e Maite veio me atender. Acho que por saber de quem se tratava.
- Vai ficar aí mano?
- Não, estou esperando você me chamar para entrar Mai. — ela revirou os olhos e saiu, eu acompanhei até a sala. - fica aí, vou chamar ela.
- Tudo bem. — pela primeira vez na vida estava muito nervoso, muito mesmo.
Ouvi passos, que pareciam ser da escada. A tensão presente em mim estava acabando comigo. Senti que ia ter ataque de pânico a qualquer momento.
- Ah, imaginei que fosse você. — me virei de frente para ela.
Não me lembrava da proporção de beleza que ela tinha. Parecia que ela está ainda mais bonita, charmosa, alguma coisa estava diferente nela.
- Oi. Eu trouxe para você. — entreguei as flores.
- Obrigada, são lindas. Você quer se sentar?
Ela estava paciente, achei que ela iria me colocar para fora ou alguma coisa do tipo. Dulce usava um vestido branco, seus pés descalços me davam uma nostalgia.
Me sentei no sofá, ela antes de se sentar levou as flores até a mesa de centro e deixou lá. Olhou para mim com aqueles olhos hipnotizantes, e deu espaço para que eu falasse.
- Dulce eu... eu queria te pedir desculpas. Por tudo que te fiz passar, não foi a minha intenção, eu juro!
Meu nervosismo voltou, ter o seu olhar sobre mim nessa situação me deixou tenso novamente. O medo de que ela nem me perdoe me atingiu.
- Dulce, sei que nada que eu disser vai mudar o que eu fiz. Sei que fui um babaca. — peguei suas mãos e me ajoelhei. - Me perdoa?? Por favor. Pelo menos por tudo que já vivemos.
Seu silêncio era uma tortura. Ela olhava sobre meus ombros, como se estivesse pensando sobre o assunto.
- Christopher, quero que me conte tudo. Eu preciso saber de tudo. Levanta daí vai.
- Bom... conheci a Belinda através de alguém, gostei, ficamos, nos apaixonamos e eu pedi ela em casamento tem cerca de um ano. Vamos nós casar em breve, já temos data, hora tudo pronto. — vi seus olhos se encherem de lágrimas, assim como o meu. - Até que eu atropelei você. Tudo que era o certo a fazer passou a ser uma incerteza.
- O que você sente por mim?
- Eu não gosto de você, eu te amo Dulce! Amo com todo meu coração.— vi ela começar a chorar na minha frente. - Confesso que no começo achei que gostava de você como gosto da Belinda, acreditava que vocês dividiam meu coração. Mas não Dulce, você é a única que tem o meu coração por inteiro!
Fiquei com receio de me aproximar, mas ela soluçava que chegava a fazer barulho. Então abracei Dulce, até que seus soluções passarem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Vampire
FanfictionUma velha-jovem. Essa é Dulce Maria Espinoza, uma vampira de 165 anos que tem cara de 17. Vem de família sobrenatural, eu poderia dizer que perdeu seus pais jovens demais mais ela não é tão jovem assim. Ela é linda e encantadora considerada uma vamp...