capítulo dez: o tipo exato

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y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞

diogo*
cheguei.

me
tô descendo!

  Ele foi mais rápido do que eu esperava. Não deu tempo nem de tirar minha máscara do rosto. E seria vacilo meu deixar ele esperando lá embaixo.

  Peguei uma blusa de tecido leve e sai um pouco apressada. Apesar do elevador ser rápido, são dez andares mesmo assim.

  Sai rápido pro elevador e apertei o térreo. Por alguns segundos meus olhos passaram no espelho do elevador e estava horrível. Eu usava uma calça de um pijama velho florido, com uma blusa de frio amarela açafrão e pantufas de cachorro.

  Sim, eu sou uma vadia gostosa. Mas só fora de casa. Normalmente eu fico assim, bregamente confortável.

  O elevador parou no térreo me fazendo apertar o passo mais uma vez, dessa vez pela sala de recepção até o portão principal.

  Antes mesmo de sair na rua eu passei os olhos pela frente do apê e não vi nenhum sinal de Diogo. Até um carro prata parar na minha frente e a janela abaixar mostrando o rosto sorridente dele. Ele era um cara bonito.

— Cuidado, Yasmin. Saindo assim na rua. Daqui a pouco passa algum carro de polícia e te enquadra na lei maria da moda. — Ele brincou antes mesmo deu chegar perto do carro.

— Tá de palhaçadinha, né Diogo!? — Sorri falsamente. — Saiba que nem mesmo a Rihanna é gostosa o tempo inteiro.

— E eu disse que você não tá gostosa? — Ele brincou com uma brincadeira bem perigosa.

— Eu sei que eu sou de qualquer jeito.

  Estendi a mão pra ele.

— Também não disse que você tá. — Ele me provocou e recebeu um dedo do meio.

  Diogo me deu o rg.

— Você não precisa me dizer, eu tenho espelho.

  Pisquei e por dentro eu senti que tinha sido a resposta certeira pra ele. Me deu até orgulho.

— Aham. Vai fazer alguma coisa agora?

  Semicerrei os olhos tentando decifrar o que ele queria com isso.

— Além de tirar essa máscara que tá igual cimento no meu rosto? — Ele assentiu. — Nada, por que?

  Me fiz de sonsa um pouco.

— Ia te chamar pra ir tomar açaí comigo. Bem ali. — Ele apontou para uma sorveteria do lado do meu apartamento.

  Fiquei por alguns segundos pensando sobre e não vi contras para não ir. Até o contrário. Gosto de conversar com ele.

— Tá. Vou só tirar essa máscara e trocar essa roupa.

Já iria dar as costas, mas ele disse antes mesmo disso.

— Você confia demais em mim. Primeiro me manda o seu endereço e agora aceita tomar açaí comigo. — Ele ergueu uma sobrancelha. — Eu podia ser um serial killer, sabia né!?

— É do lado da minha casa. E também eu não acredito que você seja ofensivo. — Dei de ombros. — Já volto aqui, assassino em série!

Dei as costas pra ele voltando pra dentro do apartamento, agora com menos pressa que antes.

Quando o elevador parou no meu andar eu dei de cara com uma das meu vizinhas maconheiras que às vezes me chamavam pra ficar chapada. E eu ia, até começarem a querer me dar coisas mais fortes. Daí eu me afastei.

— Yasmin!? — Ela me cumprimentou com um aceno de cabeça.

— Tati! — Devolvi o cumprimento e logo entrei pra dentro de casa.

Minha mãe ainda tava lá e dessa vez conversava com alguém por vídeo chamada. Então tentei o máximo não fazer barulho.

Subi pro meu quarto agora com um pouco mais de rapidez pra pegar alguma roupa menos chamativa, e poder tirar logo essa máscara que tava mais que dura já.

Quando terminei me olhei no meu espelho do quarto e me perguntei se um conjuntinho de moletom fino tinha ficado bom. E o tamanho que a minha bunda estava diz por si só o quanto tinha ficado bom.

Peguei algum dinheiro que eu tinha no meio dos meus cosméticos e desci de volta.

Dessa vez o Diogo tava pra fora e encostado no carro me dando uma visão geral de como tava vestido. Apesar de não ser o meu tipo de cara, ele tinha o estilo que eu gostava.

— Que demora, hein filha!? — Ele reclamou.

— Você implica tanto comigo que daqui a pouco eu vou achar que você tá afim de mim.

Fechei o portão indo na direção dele.

— Você é bonita, mas não faz o meu tipo.

Gargalhei.

— Eu faço o tipo de todo mundo.

Ele desencostou do carro e começou caminhar comigo pra direção da sorveteria.

— Minha avó diz que eu não sou todo mundo. Então... — Ele fez um biquinho irônico.

— Você só não admite. — Rebati. — Mas agora eu fiquei curiosa, Diogo. Qual o seu tipo exato?

Ele cruzou os braços na frente do peito e me olhou com o canto dos olhos.

— Eu não tenho um tipo exato, mas com certeza não é o seu. — Ele ironizou me fazendo duvidar um pouco.

— Uma hora ou outra você admite. Yasmin Boaventura é o sonho de qualquer lúcido. — Brinquei.

Era uma das coisas que eu gostava de fazer com ele que eu não podia fazer com qualquer um. E por mais que conheça ele há alguns dias, não tinha muito medo de brincar e ser mal interpretada. Ele entendia sem precisar me explicar.

— Por enquanto eu tô doidão.

Revirei o olho.

— Você não quer dar o braço a torcer, isso sim.

$.$

ps: se eu tô implicando contigo num nível exagerado= tô te querendo

o primeiro 1k veio. só gratidão

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