ᴅɪᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs
d͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞g͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞
— Eu tinha um ex que chamou aqueles carros de declarações pra porta da minha casa.
— Bonitinho, cara!
Gargalhei mentindo. Na real era a pior vergonha que eu nunca passei e não quero passar.
— Bonitinho? Diogo? — Ela me olhou com indignação. — Por isso eu odeio surpresas.
— Por que é traumatizada com carros de declaração?
— Não. É que eu odeio tudo, então é difícil me dar ou fazer alguma coisa que eu goste de verdade.
Ela tinha acabado de sair da escola e veio pra ca como sempre. Puxou assunto comigo e estávamos conversando sobre coisas aleatórias, como fazemos todos os dias.
— Você pelo o menos disfarça que gostou? — Olhei ela por alguns segundos e desviei voltando lavar a louça.
— Pra quem não me conhece sim. Mas quem me conhece é difícil deles não saberem se eu gostei ou não. E olha que eu me esforço pra não ser ingrata.
— Eu gosto de surpresas. Mostra que as pessoas tiraram um tempo pra me surpreender. — Fui sincero. Na minha cabeça era importante receber esse tipo ação. As vezes nem é pelo presente.
— Claro que você gosta. Com esse ascendente em câncer te dominando. Todo romanticozinho.
Soltei uma risada nasal pela forma arrogante que já era algo normal pra mim nela.
— Desculpa se eu sou um Cirilo emocionado. — Brinquei.
— Eu acho bonitinho isso em você.
Ergui meu olhar pro dela de novo estranhando ter escutado aquilo. Cadê a provocação?
— Ah acha é?
— Acho. Eu nunca tinha visto assim tão de perto, um homem romântico.
Mais uma vez ela me fez rir.
— É sério. Vocês estão em extinção! — Ela se debruçou no balcão pra ver o que eu estava fazendo. — E isso me deixa intrigada sobre você, Diogo.
— Sobre mim? — Ri.
— Sim. Você é romântico e bonito, o que tá fazendo solteiro?
Olhei pra ela, agora com mais atenção.
— Primeiro, obrigado pelo elogio, você é bonita também. E segundo, como você, eu também não tô procurando ninguém. E mesmo se eu estivesse, as pessoas preferem os vilões.
Era uma provocação pra ela, não pude deixar essa passar.
— Ah, tá de indiretinha agora? — Ela levantou a sobrancelha.
Dei risada indo pegar o pano de prato pra secar a minha mão.
— Se a carapuça serviu...
Yasmin riu voltando a sentar no banco.
— Você não merece pessoas como a gente que prefere os vilões. — Voltei minha atenção pra ela. — Normalmente a gente é meio problemático. — Ela
fez uma careta. — Já ouviu dizer que: pessoas confusas machucam pessoas incríveis? — Assenti. — Então!?— Melancolia essas horas, Yasmin? — Perguntei arrancando um sorriso da cara fechada que se formou em poucos segundos. — Machucou algum romântico ontem?
— Parei. Mas você sabe que eu tenho razão, né?
Torci o rosto.
— Sendo sincero? — Ela assentiu. — Depende! Não é cem por cento verdade. São casos e casos.
— Claro que é. Oh, vou me abrir desnecessariamente pra te explicar. — Ela me fez prestar triplamente mais atenção. — Eu fui alguém totalmente inconstante e confusa nos meus relacionamentos passados.
— Isso é coisa de gente que não tá na mesma ideia. Agora quando você pega alguém que tipo quer o mesmo... Não vejo motivos pra confusão.
— Mas aí que tá. Minha inconstância me faz mudar toda hora o que eu quero. — Ela riu.
— Me desculpa, mas pra mim isso não me parece uma pessoa que queira realmente estar com a outra.
Ela abaixou o olhar por alguns instantes.
— É, talvez. Mas mudando um pouco de assunto. — Ela passou a língua na boca umidificando. — Quer vir comigo num lugar sexta?
Semicerrei os olhos desconfiado.
— Oh Yasmin, cê que me pegar você fala logo!
Ela riu.
— A lá. Uma mulher não pode mais chamar um homem pra sair que já acha que eu to dando ideia? — Ela negou com a cabeça. — Lamentável.
— Não que eu vá, mas pra onde?
— Rodízio de pizza.
— E quem mais vai?
— Só eu e você. — Ela falou simples.
— E tem certeza que não quer ficar comigo? — Perguntei ainda provocando ela, só que com fundo de verdade.
— Cara, não me obriga dizer que eu gosto da sua companhia. Porque eu não vou dizer!
Dei risada gostando de ouvir isso. Ela gostar da minha companhia é mais relevante do que se ela falasse que tá afim de ficar comigo.
— Olha só, ser fofa dói?
— Sim, dói. Mas que bom que você achou fofo e não carente. — Ela fez jóia com os polegares.
Dei risada. Olhando por esse lado podia ser um pouco de carência também, mas eu não ligo muito. Gosto da companhia dela também.
— Pode deixar, não digo que achei carente demais se você não me forçar dizer que eu gosto de estar com você também. — Devolvi.
Ela sorriu com ironia pra disfarçar que tinha ficado um pouco sem jeito.
— Só não vai se apaixonar. — Ela fez carinha de nojo.
Eu nunca tive uma amizade assim como a gente tem, mas eu tava curtindo bastante.
$.$
eu me tornei melhor amiga do meu melhor amigo chamando ele pra sair (romantizem chamar um homem/mulher pra sair sem intenções)
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sobre nós
Teen Fiction+18 Quando eu debrucei minha esperança no seu sorriso, descobri o pra sempre. Tudo isso começou naquela lanchonete, quando eu sofri um acidente que mudou minha vida. Eu bati meus olhos em você. Desse dia em diante eu procuro por você em cada detalh...