y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞
Diogo estacionou o carro na calçada contrária da praça que tava tendo a batalha. E ao invés de sairmos, ficamos sentados ali no silêncio.
Eu me sentia pesada depois de tanta pizza. Mas eu juro que eu ainda aguento mais um pedaço de boa.
— To sem coragem nenhuma pra sair. — Falei quebrando o silêncio.
Virei meu rosto pra encarar o Diogo e ele estava com o olhar perdido no pára-brisa.
— Eu tô até triste de tanto que eu comi.
Ele me olhou também.
— Você nem comeu muito. Fraquinho! — Falei baixinho.
— Você que queria falir a pizzaria, não eu. — Ele devolveu no mesmo tom que eu.
Dei uma risada fraca.
— Era pra eles aprenderem a não colocar o valor do rodízio tão caro.
Ainda tava inconformada que era cinquenta reais pra cada um. O diogo achou que eu não tinha dinheiro quando me recusei pagar aquilo, por isso se ofereceu pra pagar de nós dois. Obviamente eu neguei e fui obrigada a dar os cinquenta reais, se não ele pagava.
— Nem fez diferença pra você.
Ele pegou uma das minha tranças e ficou mexendo no trançado por zero motivos.
— Cinquenta reais é dinheiro. E dinheiro sempre faz diferença.
— Econômica? — Ele voltou me olhar.
— Sim. Tô tentando me livrar do meu pai, e pra me livrar completamente eu preciso aprender a ser econômica pra não depender do dinheiro dele.
Diogo assentiu colocando minha trança pra trás das costas. E eu pensei que ele voltaria pra onde estava. Mas pra minha surpresa passou a ponta dos dedos pela lateral do meu rosto até o queixo, onde ele deixou um carinho antes de voltar pro banco.
Foi estranho, e de uma forma estranha eu gostei muito. A gente nunca tinha tido mais contato que um abraço.
— Você vai ver que a melhor coisa na vida é ser financeiramente independente. Vai se sentir mais livre.
Ele sorriu de canto.
E eu ainda nem sei porque a gente ainda tava falando quase que sussurrando.
— Só falta eu conseguir o básico. Que é um emprego.
Comecei contornar com a ponta das unhas a tatuagem no braço dele que, estava no apoio. Era a figura de um animal estranho. Ele arrepiou e eu não pude evitar soltar um riso fraco.
— O básico é o mais difícil. Mas pra você vai ser fácil.
Olhei pra ele um pouco curiosa.
— Ué? Por ser patricinha?
— Também. E olha, pode ser machista e estúpido o que eu vou dizer, mas no mercado de trabalho é sempre priorizado um rostinho bonito. Nem importa se você terminou o ensino fundamental, o importante é estar dentro dos padrões estéticos deles.
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sobre nós
Teen Fiction+18 Quando eu debrucei minha esperança no seu sorriso, descobri o pra sempre. Tudo isso começou naquela lanchonete, quando eu sofri um acidente que mudou minha vida. Eu bati meus olhos em você. Desse dia em diante eu procuro por você em cada detalh...