d͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞g͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞
— Boa noite! Vou subir na Yasmin.
— Tudo bem, ela avisou a gente aqui. Pode subir! — Ouvi o porteiro dizer pelo interfone.
O portão abriu e eu entrei.
Precisei me segurar pra não dormir no elevador. Iria dar uma da manhã e eu não sabia se ela ainda tava acordada, mas torcia pra que sim.
A semana tava uma merda. Fiquei sem eventos, disseram que por estarem sem dinheiro estavam cortando os empregados. Aí eu teria que me virar apenas com o dinheiro da lanchonete.
Vi minha avó chorando escondido pelo negócio não estar dando lucro e eu segurei pra não chorar junto. Eu me sentia impotente.
O elevador parou no andar da Yasmin e eu fui ansioso pra porta dela. Abri a porta por ter sido o que a Yasmin pediu na mensagem. Vi que a casa tava silenciosa e escuta.
Subi as escadas correndo e fui direto pro quarto dela.
Abri a porta e vi o rosto que eu mais queria durante toda essa semana. Fechei a porta atrás de mim com o pé e joguei minha mochila em qualquer canto do quarto, fui direto dar um abraço na pretinha linda sentada na cama.
— Oi, chatinho! — Ela me deu um beijo na bochecha.
— É uma porra não poder te ver um diazinho da semana. — Me separei dela e tirei o tênis rápido.
— Me ama mesmo, né!? — Ela implicou.
— Amo.
Tirei a roupa ficando de cueca e deitei do lado dela sentindo o perfume floral que ela, graças a Deus, nunca deixou de usar.
— Tá com uma carinha tão tristinha. — Ela disse apagando a luz e deitando do meu lado.
— Sabe quando eu disse que tava ruim a situação?
Me aconcheguei nela.
— Sei.
— Então, tá pior. O dono daqueles eventos me demitiu, a venda dos bolos da minha avó não estão boas, e provavelmente eu vou ter que deixar o curso. — Meu peito apertou de pensar em ter que me abdicar de uma das únicas coisas que me dão motivação.
Meu curso me devolveu um pouco de auto estima. Sem contar nos planos que eu estava fazendo.
— Preciso pagar o plano de saúde da dona Maria. Isso eu faço questão que ela tenha.
Senti os bracinhos dela me apertarem forte.
— Por favor, me deixa te ajudar. — Yasmin disse baixo.
Suspirei tentando segurar o choro.
— Tudo bem, pode me ajudar. Desde que não envolva dinheiro, se não eu vou me sentir pior do que eu já tô.
Yasmin deu alguns beijos na minha bochecha.
— Prometo que eu vou te ajudar.
Alisei as costas dela e ela começou fazer um carinho nos meus cabelos.
Sei que nada disso é tão simples de resolver. Mas ela me trás uma paz que me faz acreditar em alguma saída.
Fechei os olhos sentindo o sono voltar a me pegar, mas então eu lembrei dela me dizendo que também precisava desabafar na ligação.
— Amor, você queria desabafar também, não é!?
Ela riu fraco.
— Era só saudade de você. Agora dorme aí que amanhã a gente acorda cedo.
— A gente?
Me afastei pra olhar ela, mesmo que a escuridão dificulte isso.
— Vou voltar a estudar. — Ela disse com a voz fraquinha.
— Olha só. Que orgulho! — Abracei o corpo dela de novo.
Nunca fui como o pai dela, forçando a ter um futuro. Mas sempre aconselhei ela a pelo o menos terminar a escola. Era o último ano, e conhecimento não faz mal a ninguém.
— Vi que eu tava sendo meio idiota por ver que eu tenho tudo e mesmo assim desperdiço. Não é justo com as minhas mães. — Ela suspirou voltando a fazer carinho em mim.
[...]
— Yasmin, você tá bem? — Segurei a cintura antes dela entrar pra escola.
Viemos o caminho inteiro com ela quieta, e agora ela parece meio ofegante.
— Tô, amor. Só acho que eu não tomei café e minha pressão caiu. — Ela falou.
— Me espera aqui e eu já volto, beleza? — Perguntei e ela concordou mesmo sem entender.
Corri pro outro lado da rua entrando pra dentro da lanchonete já aberta.
— Seu Valmir, bom dia! — Cumprimentei o senhor e corri pra trás do balcão. Peguei duas coxinhas e uma garrafinha de suco de laranja natural.
Corri pro outro lado da rua de novo e dei pra marrentinha.
— Agora sim. — Dei um selinho nela. — Bom dia!
Yasmin riu me dando outro selinho.
— Te amo. — Ela sorriu me dando as costas e entrando pra dentro da escola.
Suspirei apaixonado. Se eu desse o mundo pra essa garota não seria o suficiente pra compensar o quanto ela me faz bem.
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sobre nós
Teen Fiction+18 Quando eu debrucei minha esperança no seu sorriso, descobri o pra sempre. Tudo isso começou naquela lanchonete, quando eu sofri um acidente que mudou minha vida. Eu bati meus olhos em você. Desse dia em diante eu procuro por você em cada detalh...