y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞
Hoje eu levantei com mais disposição do que eu tô acostumada, mais tarde eu marquei de ir jantar com o Diogo em algum canto que a gente gosta. Era bom ter ele de volta assim na minha vida.
Já tinham dias que a gente tá tentando de novo. E é óbvio que não somos a mesma coisa, não acho que vamos ser algum dia como antes. E tudo bem, a gente tá entrando em outro ciclo. Agora nos falamos todos os dias e não é mais aquele negócio forçado como antes, isso me alivia.
O melhor de tudo isso era pensar que não tinha mais peso na consciência. Eu não precisava mais aturar o Daniel.
— Bom dia, gatinha. — Minha mãe falou entrando na cozinha.
— Bom dia, mãezinha! — Passei por ela dando um beijo no seu ombro.
Peguei minha garrafa d'água na geladeira e coloquei em cima do balcão pra facilitar quando desse minha hora.
— Ela tá de bom-humor. Olha o milagre!
Ri fraco.
— Não vou jantar hoje em casa, tá? Vou sair com o Diogo.
— Ah, agora tudo faz sentido! — Ela me desmascarou. Gargalhei pegando minha mochila no banco.
— Beijo! te amo. Quando a Lari acordar diz que eu mandei um beijo pra ela.
Peguei minha garrafa e sai praticamente voando pra fora da cozinha.[...]
— Filha? — Seu Valmir me chamou da porta da cozinha.
— Oi? — Olhei ele por cima dos ombros antes de voltar a organizar as coisas em cima do balcão.
— Diogo tá aí fora te esperando. — Ele disse com um sorriso no tom de voz.
Me animei de volta na maior rapidez do mundo.
— Avisa pra ele que eu só vou terminar aqui e me arrumar, por favor, seu Valmir?
— Não. Porque você vai se arrumar agora e vai deixar que eu termine isso aí. — Ele disse e como eu nem estava querendo isso larguei de fazer as coisas e dei um beijo na bochecha do senhor antes de ir pro banheiro dos fundos.
Tirei a roupa que eu tinha passado o dia todo e coloquei um dos meus vestidos pretos que era minha marca registrada pra sair com o Diogo. Calcei meu outro tênis e guardei tudo dentro da minha mochila, dei uma ajeitada nas tranças e logo tava quase saindo da cozinha.
— Tchau, seu Valmir. Até segunda! — Me despedi do senhor que arrumava as coisas na bancada.
Assim que eu botei o pé pra fora vi o meu pretinho sentado na bancada com a carinha de cansado enquanto mexia no celular. Aproveitei que ele tava distraído para ir por trás sem fazer muito barulho e abraçar ele.
Diogo deu um pulo da cadeira pelo susto.— Maluca, não faz isso! — Se virou pra mim.
— Não resisti, desculpa. — Fiz biquinho. Diogo riu revirando os olhos e me deu um selinho lento.
— Eu que não resisto você, da até ódio. — Ele alisou me bochecha me fazendo sentir sensações que só ele conseguia.
— E quem resiste? — Brinquei e ele bufou. — Vamos aonde?
— Restaurante perto de casa. É novo. — Ele pegou minha bolsa da minhas costas e fez uma careta. — Tá carregando pedra aqui dentro?
— É só meu material e minhas roupas, exagerado! — Dei um selinho nele e enrosquei nossos braços tomando a iniciativa de sair logo dali.
Mesmo que seja sexta e que temos um final de semana todo pra gente curtir sozinhos, eu não quero desperdiçar nenhum minuto.
Diogo abriu o carro prata e eu entrei no banco da frente animada.
— Hoje eu fui trampar. — Diogo entrou logo em seguida colocando minha mochila no banco de trás. — Tô cansado.
— Que bom que você decidiu ficar lá. — Sorri fraco. — Se quiser deixar pra gente ir amanhã não tem problema. — Falei sincera.
— Lógico que não. Eu tô com fome e faz muito tempo que a gente não tem um momento assim.
Mordi o canto da boca querendo reprimir o sorriso apaixonado que queria crescer.
— Vai dormir lá em casa? — Perguntei ligando a rádio que tava na metade de um pagode. Abaixei um pouco pra ficar mais ambiente.
— Não. A gente vai dormir lá na minha casa. Tenho que levar um bagulho pra minha avó e também faz tempo que você não vai pra lá.
Concordei. Pelo o menos a gente iria dormir juntos.
— Amanhã você tem outros planos ou a gente vai ficar juntos? — Perguntei mesmo já sabendo qual a resposta.
— Amanhã no que depender de mim eu não vou sair da cama. Domingo a gente sai pra algum lugar. Tudo bem? — Ele colocou a mão na minha coxa me fazendo suspirar.
— Perfeito, pra mim. — Coloquei a mão por cima da dele.
[...]
Mal chegamos no restaurante e eu já queria sair. A comida era pouca e cara.
— Diogo, eu não volto aqui nem que me paguem. — Falei baixo fazendo ele gargalhar baixo.
— Eu sabia que você ia reclamar.
— Trezentos reais num prato que vem dois grãos de feijão e três de arroz? — Perguntei indignada. — Oi?
— Termina de comer aí que eu te levo pra comer um dogão lá na pracinha. — Ele bebeu um pouco do suco dele pra evitar rir mais.
— Eu pago o dogão, tá?
— Não precisa, neguinha.
Neguinha. Tanto tempo que eu espero escutar isso de novo.
— O que foi? — Ele perguntou se encostando mais na cadeira.
— O que? — Me fiz de sonsa.
— Por que me olhou com essa cara? — Ele riu fraco.
— Que cara? — Continuei fazendo de quem não tava entendendo.
— A cara do gato do Cherequi. — Ele arrancou uma risada de mim:
— É que minha maior saudade de tudo isso era ouvir você me chamando de neguinha. — Apoiei o cotovelo na mesa.
— Sabe qual a minha maior saudade disso tudo? — Ele perguntou me fazendo negar com a cabeça. — Do jeito que você me olha. É diferente do olhar de qualquer pessoa, eu me sinto foda.
— Descobriu agora que eu te admiro? — Brinquei mesmo não tendo um pingo de mentira. Diogo ficou tímido.
— Te amo!
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calma gnt precipício vai voltar, eu só preciso de uma inspiração o suficiente
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sobre nós
أدب المراهقين+18 Quando eu debrucei minha esperança no seu sorriso, descobri o pra sempre. Tudo isso começou naquela lanchonete, quando eu sofri um acidente que mudou minha vida. Eu bati meus olhos em você. Desse dia em diante eu procuro por você em cada detalh...