capítulo vinte e dois: pressa

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y͟͟͟͞͞͞a͟͟͟͞͞͞s͟͟͟͞͞͞m͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞n͟͟͟͞͞͞

— Boa tarde, seu Valmir!?

Me sentei apressada no meu banquinho de sempre.

— Yasminzinha? Quer que eu pegue a coxinha?

— Hoje não, seu Valmir. Tenho que ir enrolar minha mãe pra minha madrasta fazer uma festa surpresa pra ela.

O senhor sorriu abertamente concordando.

— Mande minhas felicitações pra sua mãezinha, ok?

Ele não conhecia minha mãe, mas de tudo que eu já contei acabou pegando carinho. Seu Valmir amava quando eu contava as histórias dela com a Lari.

— Mando sim, seu Valmir. O Diogo tá aí? — Perguntei passando mais uma vez o olhar por trás da bancada não o vendo.

Eu tava com pressa, mas precisava vir aqui falar com ele.

— Na verdade ele tá lá atrás fritando alguns salgados. Quer que eu chame?

— Se não for te incomodar, eu adoraria.

Ele assentiu indo na direção da cozinha, mas deu meia volta ficando de frente pra mim de novo.

— Deixa eu perguntar. Vocês estão namorando ou algo do tipo?

Ué gente.

— Não, seu Valmir. Por que?

Ele deu de ombros.

— Eu pensei que tava. Mas deve ser impressão minha. Vou lá chamar ele.

Ele se virou de novo e dessa vez entrou pra cozinha. Fiquei meio encucada. Será que tava tão explícito assim?

Batuquei a ponta das unhas no balcão no ritmo de uma música que tocava baixo no meu fone.

Depois de quase dois minutos vi o Diogo sair pra fora secando a mão num pano de prato. Seu Valmir veio logo atrás.

— Querendo me ver, Yasmin?

— Vim aqui só te dar um 'oi' mesmo. Tenho que ir pra casa ajudar numa festa surpresa.

Ele entortou o rosto me olhando confuso.

— Você fazendo surpresa? Pensei que não gostasse.

Ele apoiou os braços na bancada.

— Não gosto pra mim. Mas é pra minha mãe.

— Manda meus parabéns, então.

Assenti sentindo que ele tava estranho. Com uma cara abatida e normalmente ele tem cara de bobo alegre.

— Ta triste assim porque não me viu ontem, né? Não julgo, minha presença faz falta mesmo.

Tentei arrancar um sorrisinho dele e consegui. Foi bem pequeno, mas já era alguma coisa.

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