capítulo vinte: fodeu

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d͟͟͟͞͞͞i͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞g͟͟͟͞͞͞o͟͟͟͞͞͞

   A gente começou a conversar e nem notou o tempo passar.
   Minha bochecha tava implorando pra que eu parasse de rir, mas com a Yasmin era quase impossível. De dez palavras dela, nove eram palhaçadas.

  No meio das conversas um encarava o outro deixando uma tensão entre a gente. E por mais que eu quisesse beijar ela há cada fala que saía da sua boca, eu me contive para deixar acontecer naturalmente.

O mais engraçado de tudo é saber que até sexta éramos amigos sem intenções, e por causa de um clima e um quase beijo, tudo mudou. Até mesmo o desejo que antes era algo que dava pra disfarçar, triplicou ao ponto de fazer engolir em seco só de olhar por alguns segundos acidentalmente os lábios.

— Quer vir ou não?

  Ela me despertou.

— Pra onde? — Perguntei vendo ela já em pé do lado do sofá.

— Tá ouvindo não? Na varanda. — Ela apontou pra área externa que a gente tava falando há alguns instantes atrás.

— Ata, foi mal. Eu tô cansado hoje.

  Menti. Ela não saía da minha cabeça mesmo estando ali na minha frente.

  Levantei acompanhando ela pra fora.

— Aqui é bonito. — Falei vendo o céu já começando querer ficar laranja com o pôr do sol já próximo.

— É legal, né!? — Ela sentou em um puff que tinha bem no meio da varanda.

  Sentei do lado dela.

  Ficamos em silêncio, só olhando para os outros prédios, alguns carros parecendo mais com formigas passando na avenida lá embaixo.

  Normalmente eu odeio domingos pelo tédio. Mas agora tá uma paz tão gostosinha que parece mais o meio de semana nas férias.

— Não vai falar nada? — Perguntei olhando ela com o canto dos olhos.

— Não me importo de ficar em silêncio.

  É. Apesar de sempre termos assunto também era bom ficar em silêncio, só curtindo a presença. Da pra sentir mais.

  Virei meu rosto olhando ela completamente e eu ainda não me acostumo em ver o rosto delicado e cheio de personalidade. E esses eram os melhores momentos pra poder a olhar, já que seus olhos estavam em outra coisa e não preocupados em me intimidar como sempre.

— O que você tanto olha? — Ela perguntou não precisando me olhar pra saber o que eu tava fazendo.

— Você é bonita. — Resumi.

  Yasmin riu me olhando.

— Cadê a novidade? — Ela brincou. Mas mesmo assim não quebrou o climinha. — Você é bonito também, mas nem por isso eu fico igual uma psicopata te olhando.

  Yasmin virou completamente pra mim me fazendo querer chegar mais perto pra ter o mínimo contato com ela.

— Eu gosto de ficar com você. — Ignorei a brincadeirinha dela.

  Em câmera lenta vi perdendo o sorriso irônico do rosto dela. Segurei o seu queixo com delicadeza.

— Eu fico toda coisada. — Ela soltou um riso tímido.

  Me aproximei mais sem muita pressa. Deslizei minha mão do queixo dela para a lateral do seu rosto sentindo a quentura da sua bochecha.

  Yasmin fez um carinho com a ponta dos dedos na minha mão que segurava seu rosto.

  Nossos olhos estavam perdidos, sem saber o que olhar primeiro. Mas com certeza a boca dela era o que mais chamava atenção no momento.

  Aproximei mais o meu rosto do dela o suficiente pra conseguir sentir o hálito quente bater contra o meu rosto. Acabei engolindo em seco.

  Vi os olhos dela fecharem e uma expressão serena me fazer perder a sanidade por alguns segundos.

  Finalmente toquei a boca da Yasmin em um selinho delicado. E todos os átomos do meu corpo reagiram. Suspirei aprofundando o toque.

  Em uma sincronia fizemos nossas línguas se tocarem. Senti meu corpo todo relaxar.

  Afaguei os cabelos curtos dela e senti cada vez mais a vontade de nunca mais parar com aquilo. Nossas línguas se tocavam com tanta intimidade que meu corpo todo correspondia a ela.

  O beijo encaixou mais do que eu tava esperando.

Yasmin me deu um selinho parando o beijo pra me encarar.

Soltei um suspiro longo.

— Fodeu. — Ela falou nos fazendo rir.

— Pior que não foi pouco. — Relaxei meu corpo sobre o puff.

— Eu não tava esperando que você beijasse bem. Não tava nos planos.

Gargalhei.

— Você tem preconceito comigo, né?

— Tenho. Você é romântico, é educado, não usa droga. Pessoas assim a gente chuta na rua. — Ela deitou a cabeça no meu ombro.

— Eu só não sou filha da puta, Yasmin. — Ri fraco. — Mas eu também erro. Ninguém é perfeito

— Eu sou perfeita.

— Você é doida, isso sim. — Neguei com a cabeça.

  Na minha vida eu nunca tinha visto alguém igual. E por incrível que pareça eu gosto muito da maluquice dela.

— Não é que eu sou doida. Eu só não ligo pra opinião de ninguém.

— Quando eu crescer eu quero ser doido igual você.

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VEIO AÍ 🗣️

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