Capítulo 14

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Boa noite !🌙
❤❤
Boa leitura! 📚

Sem revisão!

Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês.
( Romanos 12.10 )

Pov – Anabela

Perambulo pela praia, o céu límpido pelo raiar do dia, é uma bela paisagem para se admirar ao mesmo tempo que refletir. Quando a mente satura, a necessidade de relaxar vem de imediato e corro para o mar. Já teve uma época da minha vida que não era assim, eu ficava presa aos excessos de sentimentos, pensamentos; Eu não conseguia falar, tudo se passava e ficava na mente. Expressar minha dor e anseio através das palavras foi uma batalha vencida com Deus. Quantas conversas profundas eu já tive com Ele? Quantas das minhas lágrimas se uniram com as ondas? Foram tantas que somente Deus é conhecedor da quantidade.

Com o meu caderno em mãos, recito mentalmente, o versículo que parei de estudar ontem:
*E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras.
O que seria considerar o outro?
Giro a caneta na mão enquanto penso ao som das ondas. Tomo nota, celeremente a caneta entra em contato com a folha: olhar com profunda atenção e constante minúcia. Examinar cuidadosamente.

É além do aspecto físico de um alguém, é tentar perceber a alma do outro, não ler pensamentos, isso é impossível para o ser humano, mas ler zelosamente as emoções, as atitudes... Como eu, o outro é falho, ferido, angustiado, menosprezado, solitário.
O amor não é doado em migalhas, é uma porção de pão. Como as gotículas que se unem e se precipitam sobre toda a terra. Assim é o amor de Deus, enxarcando o solo do nosso coração e transbordando em bons atos. Ele considerou seu povo quando Cristo morreu, não por mérito de ninguém, nem o melhor de nós merecia, mas para a Sua própria vontade e glória.
É Deus mostrando ao mundo que o seu amor é o caminhar mais perfeito e seguro. Aquele amor que pega o quebrado e o transforma em inteiro, que pega o sujo e deixa-o límpido. Que sara o ferido. Acalenta o abatido. E encontra o perdido.

— E para você o que seria incentivar em amor?— sussurrei, fitando a folha do caderno.

De que maneira eu posso estimular em amor e as boas obras?
Levanto minha cabeça para vislumbrar a natureza, mas ao invés de continuar a minha reflexão, uma figura feminina chama minha atenção, ela anda apressadamante, como se estivesse escondendo algo debaixo do casaco e fugindo de alguém. Junquilho olha insistentemente para trás, desce o calçadão e se refugia atrás de um conjunto de grandes rochas. Tento não chamar atenção com minhas pegadas na areia, assim que vislumbro a Jun, ela come uns pãeszinhos em uma rapidez  impressionante. A cena é até engraçada, mas não consigo rir, porque por trás dessa história toda contém muita tristeza.
Há quatro dias que observo o comportamento dela, Jun tenta sorrir, mas algo a impede. Ela quer ser livre, mas está presa por uma certa pessoa chamada Gérbera.

— Anabela!— assustou-se ela ao me ver boquiaberta.

— Por que está comendo escondida?— indaguei, espantada com as mãos ágeis dela em encher a boca de pães.

Ela está faminta.

— Mamãe não permite nenhum tipo de pães nas nossas refeições e ontem na reunião dos jovens eu fiquei com tanta vontade que fui na padaria e comprei.— contou ela, olhando com tanta desejo para o pedaço de pão que ela não conseguiu enfiar na boca.

— Com que dinheiro?— rebati, curiosa. A mãe controla tudo, Zilá me contou ontem.

— Anaju foi comigo, colocamos na conta do Acaia!— respondeu ela, com a boca cheia de comida. — Foi a maneira que encontrei de provar essas delícias, já que não tenho dinheiro e não iriam vender fiado à uma turista.

Amor em Attos 2 : Verdades & Revelações ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora