Capítulo 8

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Boa noite!
❤❤
Boa leitura!

Sem revisão!

Para cada coisa há um tempo.
( Eclesiastes 3.1a )

Pov – Anaju

Por muito tempo passei despercebida, eu fingia ser uma criança. A minha voz infantil ajudou e a minha estatura também. Eu pensei que seria alta igual ao papai, mas puxei a genética da mamãe. Acho que não vou crescer tanto, mas não irei fazer disso mais um alvo da frustração que sinto sobre minha aparência. Hoje consigo aceitar meu corpo, não quero ser amargurada pela insatisfação de não ser padrão de beleza que o mundo dita.

Eu escondia meus sentimentos, eles eram tão escuros. Há tanta coisa que aguentei calada que ninguém sabe, somente Jesus.
Há tantas feridas que já foram cicatrizadas, mas têm outras que ainda estão abertas, por serem recentes, como o fatídico dia em que minha primeira turma da Escola Real, descobriu minha idade e zombaram de mim por ter repetido três vezes o quinto ano, não contei à ninguém. As garotas da sala me chamavam de loira burra.

Doeu... como doeu! Não sou burra! Eu só não conseguia entender os conteúdos, não tinha força e ânimo para aprender. Perder meu avô e meus pais quebrou meu coração por muitos anos. Por esse emotivo eu me comportava como uma criancinha, não queria aceitar a adolescência. Porque tinha medo de admitir o quanto essa fase me causava pavor. Até que Anabela virou minha amiga, me fez enxergar um amor profundo que Deus tem por mim; E aos poucos ela me ensinou a ser mais confiante.

Eu agradeço tanto a Deus, por meu tio casar com ela. Orei tanto para ele encontrar alguém que o amasse, porque a Nájila era muito má, pior do que as bruxas dos desenhos infantis que eu assisti inúmeras vezes.

Antes da Anabelinha, o tio Acaia era bem solitário e retraído e ela trouxe felicidade, amizade, deixando ele mais sorridente, assim como a vó Zi que ganhou mais uma neta. É muito lindo de se ver a relação das duas.
Minha família precisava de Anabela para colorir nossas vidas. Minha amiga é uma bênção e eu a amo. Ela se dedica tanto à mim, tem cuidado comigo, se estou triste, percebe rapidamente e me ajuda a colocar para fora tudo o que estou sentindo. A amizade dela é muito importante e em poucos meses ela será minha tia.
Pego o presente que Anabelinha me deu pela manhã, vou até a escrivaninha dela, sento na cadeira e escolho uma das suas canetas de pompom. E começo a escrever.

Amado Jesus,

te agradeci hoje por ter morrido por mim? Meu dia foi bem tumultuado e não consigo lembrar. Senão, muito obrigada! Seu amor me salvou, sua morte me vivificou.
Estou tão feliz, depois de tantos anos que meu coração foi machucado pela dor da perda, ou melhor, das perdas. Você me faz feliz, ficou comigo quando tudo era dor e continua quando tudo é alívio. Te amo, Jesus!

Quando minha festa acabar, voltarei para contar como foi...

Fecho meu diário, sim, escrevo em um. Anabela disse que não era antiquado que eu podia escrever sem pensar no que as minhas amigas iríam falar.
Uma batida na porta me faz levantar da cadeira, deposito a caneta sobre o diário aberto. Abro-a e sou recebida por um lindo sorriso do garoto que ronda meus pensamentos, ele não sabe, só contei ao tio, a vó Zilá e Anabela.

— Juju — meu coração dispara toda vez que Helimã me chama de Juju.— Queria te entregar meu presente, antes da festa!— seguro a sacolinha.

Amor em Attos 2 : Verdades & Revelações ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora