Amigos não se olham desse jeito
Amigos não deveriam dormir na mesma cama
Eu sei que existe um limite para tudo
Mas amigos não me amam como você
Amigos também podem partir o seu coração
Eu estou sempre cansada, mas nunca de você
E eu sei que dever...
– Quero que façam duplas, trabalharemos na poção do Engano durante as próximas duas semanas, começando hoje. – Snape dizia entrando na sala de forma brusca, fazendo todos se assustarem. Se o Snape em um dia normal já era ranzinza, aquele deveria ser o pior dia se sua vida.
Todos se aproximam dos caldeirões, e mantém os olhos focados no professor, esperando que ele desse o mínimo de informação, para que eles pudessem começar logo com aquilo.
Blaise não estava presente naquela aula, Pansy e Draco já estavam posicionados juntos a frente do caldeirão, Crabble e Goyle estavam em outro caldeirão, e Caroline estava esperando que alguém notasse que ela estava sozinha.
Ela se direciona ao caldeirão, esperando – com medo – por algum aluno solitário que teria que a acompanhar. E então, o medo virou um pequeno sorriso ao ver o garoto de olhos azuis se posicionar ao seu lado.
– Oi. – ela dizia, tentando esconder o fato de que aquilo era um pouco estranho. Ela mal via Potter nas aulas, e olha só, eles estudariam juntos por duas semanas. O terror de Draco Malfoy acabava de acontecer: uma sonserina puro-sangue, que andava com ele e seus amigos, trabalhando em uma poção com Harry Potter, por duas semanas.
– Oi Caroline, por onde andou? – diz sorrindo.
– Provavelmente na direção oposta da sua. Eu mal te vejo, mesmo nas aulas. – Potter entreabre os lábios para dizer algo, mas é interrompido pela voz do professor.
– O que devem saber? A poção do Engano toma desiludido a quem a bebe. Alguém sabe o que isso quer dizer? Sim, Granger. – diz antes mesmo que Hermione pudesse levantar a mão, deixando a mesma com vergonha, mas não tira sua face confiante.
– Ela faz com que a pessoa que a bebe troque qualquer informação ao contrário sem deixar transparecer engano algum nisso, muitas vezes usando de artifícios muitos bons para convencer a pessoa do errado. – ela para, mas continua a falar ao notar as caras confusas de alguns alunos. – Se no caso for contar uma verdade, falará como mentira, e vice-versa.
– Bom, essa é uma poção muito complexa em seu preparo, e em seu efeito, tendo que ter como sempre, muita cautela, dedicação e paciência. Encontrarão o modo de preparo em seus livros. – ele diz e se senta, chocado ao perceber que os alunos pareciam confusos. – O que estão esperando? Comecem! – ele grita arrepiando os pelos de, com certeza, todos que escutaram.
– Eu espero que seja melhor em poções do que eu. – ele diz se rendendo.
– Espero que o tempo com Malfoy tenha me ensinado alguma coisa. – ela diz abrindo seu livro.
[...]
Terça, 23 de setembro.
– Duas semanas com Potter? Eu sinto pena por você. – o loiro ria enquanto eles almoçavam.
– Você deve se achar muito inteligente, Malfoy. Mas ficaria surpreso se soubesse que Potter não é tão ruim assim. – Draco se prepara para rebater, mas é impedido por um Profeta caindo na frente dos dois, que logo é pego pela novata.
Ela estava preparada para zombar de qual matéria estúpida estaria na capa do Profeta dessa vez, mas seu coração quase para ao ver o nome de sua mãe na manchete principal.
Rose Montoya, esposa de Alexander Montoya, é declarada oficialmente desaparecida pelo Ministério da Magia.
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– e então nas entrelinhas: Existem boatos, pessoalmente ridículos, de que Rose foi sequestrada por Comensais da Morte, por ser membro do que chamam de Ordem da Fênix. O que esse pessoal inventa hoje em dia, certo? Esperamos que a Sra. Montoya possa voltaro quanto antes para sua família, e encerrar as ideias malucas da volta de um certo alguém.
Seu coração pulsava mais forte, suas mãos tremiam e por alguns segundos, era como se ela não pudesse respirar.
– Montoya? – ela ouvia a voz de alguém que não conseguia reconhecer quem. Ela apenas saí de seu transe quando deixa o pedaço de jornal cair encima de seu prato, fazendo um barulho que despertou sua atenção.
– Por Merlin, Montoya, tome cuidado! Eu ainda quero ler isso. – tudo bem, aquele era com certeza Malfoy. Ele retira o jornal com cuidado para não se sujar, e seu queixo caí quando passa os olhos pelo o que a novata acabara de ler. – Essa... essa é sua mãe, Montoya? – ele pergunta um pouco assustado, talvez até mesmo preocupado. Não, aquilo seria demais para a falsa consideração que tinha pela novata.
Ela se mantém calada, e saí andando em passos rápidos e pesados, assenando para a mesa grifinoria, para que seu irmão a seguisse.
– Caroline, eu – ele começa a dizer, mas se cala quando sua irmã praticamente se joga em seus braços, o envolvendo em um abraço desesperado, porém aconchegante. Ele a envolve pela cintura, passando uma mão por suas costas e a outra em seus cabelos, tentando manter a calma, para que pudesse acalmar a mais nova. Seus braços a aconchegaram, até que ela se recuperasse o suficiente para se afastar, para que eles pudessem conversar.
