Familiar Hug

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– Muito bem, podem se retirar. – o professor de feitiços dizia, quase no mesmo instante que dezenas de alunos correriam para fora da sala de aula.

Caroline pegou suas coisas, e tentou sair daquela aula antes que pudesse ser vista por qualquer um.

– Pra onde vai? – o loiro disse, passando o seu braço pelo pescoço da garota.

– No banheiro. Por quê? Quer ir também? – ela zombava.

– Deveríamos nos ver mais depois das aulas, mas eu nunca acho você. – diz com um biquinho estranho.

– Por que acha que uma garota que acabou de perder a mãe evita ao máximo locais cheios de gente? E fica sumindo para ir no banheiro? – disse como se fosse o óbvio, fazendo Malfoy se afastar. – Com licença, Malfoy, mas eu tenho uma sessão de lágrimas marcada.

Aquela podia ter sido a pior forma que já usou a morte da sua mãe. Mas para que a dor servia, se não pudesse usá-la para conseguir o que quisesse?

Tudo bem, isso foi pior ainda. Mas ela realmente não podia dizer para onde estava indo agora, e esse poderia ter sido o único jeito de fazer com que o loiro saísse do seu pé. Nem que fosse um pouco.

– Vem, por aqui. – o moreno de olhos azuis disse, a acompanhando para a Sala Precisa.

– Eu acho que finalmente despistei o Malfoy.

– O que disse á ele? – perguntou sorrindo, enquanto ainda andava.

– Usei a morte da minha mãe. – ele levanta as sobrancelhas rapidamente. – Sim, eu sei. Muito ruim. Mas, eu acho que estamos fora de perigo agora.

– Foi brilhante, mesmo que... trágico. – ele faz uma pausa, pegando sua varinha. – Tem certeza que quer tentar isso hoje?

– Eu preciso aprender de alguma forma. – ele assente e se aproxima ficando atrás dela, com a boca perto de seu ouvido, pronto para dar a ela as instruções necessárias.

– Tem que canalizar a sua melhor memória, aquela que te faz sorrir mesmo que esteja em um dia péssimo. Foque nela em sua mente, principalmente em todos os detalhes que á fazem especial. E tente conjurar quando estiver pronta. – diz sussurrando em seu ouvido, longe demais para sentir seu coração mais acelerado, perto demais para sentir sua respiração. – Sei que já está tentando há alguns dias, mas não se preocupe se não conseguir agora. Isso requer tempo e...

– Spectro Patronum! – ela gritou o interrompendo, e o fazendo sorrir quando viu uma luz sair de sua varinha. Ela não conteve o sorriso, mas tentou continuar focada para não perder o controle do que estava fazendo.

– Uau, isso foi... – ele se cala quando sente os braços de Caroline em volta de seu pescoço, e passa seus os braços por sua cintura em um movimento rápido.

– Eu consegui, Harry! – ela disse quando ao se afastar, com um sorriso que pôde tampar qualquer tipo de constrangimento. Não que fosse tão estranho agora, afinal, eles já haviam se abraçado outras vezes.

– Você conseguiu! – retribuiu o grande sorriso da garota, que quase dava pulinhos de alegria. – Eu vou ver como Ron está, me chame se precisar.

– Tudo bem. – ela assente enquanto ele se afasta.

– Foi ótimo, Montoya. – dizia a garota com cabelos de caramelo, se aproximando com um pequeno sorriso.

– Por favor, você conseguiu na semana passada.

– Não deixa de ser ótimo. – falou com um sorriso meigo, retribuído por Caroline. – Quer ir estudar na biblioteca mais tarde? A gente tem aquele trabalho de Aritimancia.

– Eu disse a Pansy que estudaria com ela, desculpa. Mas podemos ir estudar outra hora. – diz sem jeito, não querendo dispensar Granger, mas não podendo dispensar Pansy.

– Tudo bem. – diz se afastando, ainda com um sorriso.

Ela continua treinando, até que dar a hora de outra aula, fazendo a garota correr como se não houvesse amanhã. Se continuasse se atrasando, poderia pegar detenção, e isso não seria nada bom.

O dia passou como os outros naquela semana, ela ia para as aulas, ia para a Sala Precisa em todas as pausas que tinha, e tentava fazer com que seus colegas sonserinos não suspeitassem de nada. Estava dando certo? Não tinha como saber.

Agora ela estava na porta de uma sala de aula da sétimo ano, esperando seu irmão sair, já que não o via há dias.

– Éthan Montoya, é você? Pensei que tivesse desaparecido. – diz com deboche, fazendo com que ele a encarasse. Ele se aproxima a afastando para longe dali, onde pudessem conversar.

– Não é hora pra sermão, Caroline. O que quer? – falou franzindo o cenho, mantendo suas mãos na cintura, ansioso para o fim da conversa que ainda nem tinha começado.

– Sermão? Eu não te vejo há dias. Onde está o irmão que disse que me ajudaria? Que disse que estávamos nessa juntos? – ela pausa, pensativa. – Não precisa cuidar de mim o tempo todo, mas você simplesmente sumiu. Eu fiquei preocupada, Éthan. – diz se aproximando, já sentindo seus olhos queimarem.

– Nem todos lidamos com o luto da mesma forma. – falou olhando para o lado, como se não desse a mínima para o assunto.

– Só precisa me garantir que está bem, eu só preciso saber se está bem. – diz rígida, o encarando nos olhos.

– Eu estou bem. É o quer ouvir? – ele retruca.

– Apenas, dê algum sinal de vida, tá bom? – diz revirando os olhos, já irritada com aquilo.

– Tá. – diz, apenas. Ele se vira para sair dali, mas é impedido por sua irmã o puxando pelo braço, passando as suas mãos pelas suas costas enquanto enterrava seu rosto no peito do irmão. – O que.. – ele começa a dizer, mas para quando Caroline aperta mais o abraço, e ele retribui abaixando as costas para passar os braços ao redor de seu pescoço.

Caroline foi com certeza abraçada umas centenas de vezes nas últimas semanas, mas nada era como o abraço familiar de seu irmão, que a fazia lembrar de que ainda tinha família, e com família, esperança. Claro que, Potter estava a ajudando de uma forma incrível, mas às vezes, ainda precisávamos do carinho da família.

– Eu não vou sumir. – diz deixando um beijo em seu cabelo, enquanto se afastava da garota.

Two Worlds Apart - Harry Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora