Terça, 3 de novembro.
– Pans, eu não acredito. – disse com um olhar repreendedor, mas não conseguia parar de rir.
– Uma semana de detenção, isso é patético. – revirou os olhos.
– Poderia ser bem pior. Você literalmente destroiu o cabelo dela.
– Mas eu tive razões suficientes para isso! – protestou irritada.
– Não tem como ter razão quando se trata de ciúmes. – resmungou.
– Você sabe que eu não vejo o Draco dessa forma.
– Foi por isso que vocês... bom, que vocês fizeram o que fizeram? Por que não sentem atração um pelo outro? Isso é ridículo.
– Draco é um cara muito atraente, e eu nunca neguei isso. Mas tem uma grande diferença entre achar alguém atraente, e gostar da pessoa dessa forma. – explicou, franzindo o cenho. – Eu não estou apaixonada por ele, se é o que quer tanto saber. Eu só tenho uma intuição que me diz que ela é problema. – deu de ombros.
– Olha, eu não vou entrar em uma discussão sobre o que você sente ou não sente, porque não tem como eu saber. Mas se quiser im conselho, esquece isso. Draco pode ser muitas coisas, mas não é burro, tenho certeza que ele saberia se tivesse algo de errado.
– E se... e se for amortentia?
– Pansy...
– É claro! É por isso que ele não desconfia de nada! A vaca da Heartley usou amortentia com Draco.
– Não acha que está indo longe demais?
– Uma coisa sobre Draco é que ele sempre desconfia de todos os tipos de boas ações, ou sorrisos ou carinho. Ele tem um sentimento estranho de que sempre está sendo enganado, eu nunca o vi abaixar a guarda com ninguém, apenas com ela. – disse parecendo pensativa, enquanto mantinha uma mecha de cabelo em mãos. – Você pode até não o conhecer tão bem, Caroline, mas não pode dizer que o bom humor dele é algo normal, porque não é. Ele está simplesmente sorrindo o tempo inteiro, e não consegue falar sobre nada além de como aquela loira estúpida é incrível. Por que eu não pensei nisso antes?
– Se bem que... – falou quase que para si mesma, pensativa. – Ér, olha para mim, antes de sair gritando igual uma maluca para que a escola toda saiba disso, se lembre de que isso é um palpite.
– Você acredita em mim? – questionou a encarando, com um olhar surpreso, mas aliviado.
– Eu estou disposta a investigar. – a morena assentiu.
– Ugh. – Pansy rosnou, enquanto encarava a entrada do Salão Principal, fazendo os olhos de Caroline caírem sobre os grifinórios barulhentos que entravam, por curiosidade.
Não pode evitar o sorriso de lado quando seus olhos se encontraram com os de Potter, que também sorriu. Pôde sentir um arrepio quando o garoto fez menção de ir ao encontro dela, mas logo foi decepcionada quando uma garota morena o puxou pelo braço, fazendo com que ele a seguisse.
Quem ela acha que é para tocar ele daquele jeito?
Ela revirou os olhos sem perceber, franzindo o cenho quando Pansy a encarou de forma questionadora.
Por que ela sempre fazia isso? Não é como se fosse um segredo. Ela sabia sobre a amizade com Potter, e sobre o quão insuportável Cho era, mesmo que não se conhecessem tanto.
– Não me diga.
– Eu não disse nada.
– Caroline, não finja que não sabe do que eu estou falando!
– Mas eu não tenho a mínima ideia! Você fica me encarando com esses olhares questionadores todas as vezes que olho para Potter, e eu não sei o que eles querem dizer. – bradou irritada.
– Você pareceu explodir ao ver a corvina tocar em Potter.
– Isso é ridículo. Só porque somos amigos, não quer dizer que ele não possa tocar em outras pessoas.
– Não era você que estava me dando sermão sobre ciúmes, agora a pouco?
– Eu não tenho ciúmes dele! – bradou ainda mais alto, se envergonhando quando sentiu olhares caírem sobre ela.
– Eu não contei sobre nada disso a Malfoy porque me importo com você, mas não posso te ajudar se não me disser nada. – bufou a encarando.
– Você não entenderia.
– Não vai me deixar nem tentar?
– Não tem como eu te explicar uma coisa que eu não entendo. – deu de ombros.
– Não posso imaginar como alguém se sentiria atraído por Potter, mas se é isso que te incomoda, você pode falar comigo.
– Ele é meu amigo, apenas isso.
– Você quer que seja mais?
– Eu não tenho a mínima ideia. Eu sei que ele me faz bem, que sinto uma coisa estranha quando o vejo sorrir, que me sinto segura em seus braços, e que sua voz me arrepia por inteira. Mas não sei, somos amigos. – falou sem dar muita importância, mas franziu o cenho quando Pansy começou a gargalhar. – O que?
– Nada não. – disse com as mãos levantadas, tentando mostrar inocência.
– Bom dia, Care. – falou rapidamente, e ela hesitou em olhar para trás, avermelhada pelas coisas que havia acabado de dizer.
– Bom dia, Harry. – falou finalmente se virando para encará-lo, e fixou o olhar nele, quando o mesmo não fez menção de se sentar.
– Eu trouxe algo para você. – falou esticando a sua mão para a garota, que continha uma caixa. – São chocolates. Eu não sabia qual você gostava, então comprei de todos os sabores, e podemos tentar comê-los durante a semana, eu não sei. Se não tiver gostado desse, eu posso ir até o dormitório para pegar outro e...
– Obrigada, Harry, de verdade. Eu adoro chocolate de qualquer tipo. – falou com um sorriso grande no rosto, o interrompendo antes que o mesmo tivesse um ataque cardíaco bem ali.
– Ér, brilhante. – disse sorridente.
– Harry, temos que ir agora. – Cho disse tocando o seu braço mais uma vez, dando apenas um pequeno sorriso á Caroline, que precisou se segurar para não revirar os olhos.
– Nós vemos mais tarde? – perguntou já estando um pouco mais afastado.
– Claro. – disse por fim, bufando quando ele já estava longe o suficiente. – Quem ela pensa que é? – resmungou cerrando os dentes, e Pansy apenas riu.
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Two Worlds Apart - Harry Potter
RomanceAmigos não se olham desse jeito Amigos não deveriam dormir na mesma cama Eu sei que existe um limite para tudo Mas amigos não me amam como você Amigos também podem partir o seu coração Eu estou sempre cansada, mas nunca de você E eu sei que dever...