Just for a moment

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Caroline Pov

Me assustei quando me senti ser carregada por dois braços comuns.

Estava cansada demais para chegar a perguntar quem estava ali, e só abri os meus olhos quando senti ser colocada em uma superfície macia.

Eu não estava mais no quartinho.

Eu estava deitada, em um sofá.

E ele estava ali, Potter estava ali com o rosto preocupado, e o vi sorrir quando percebeu que eu havia abrido os olhos.

– Oi. – mal o deixei dizer, e me joguei em seus braços com a pouca força que tinha.

Aquele abraço era tudo o que eu queria desde que isso começou.

Seu corpo que antes parecia tenso, relaxou passando os braços pelas minha costas, enquanto sentia minha respiração entrecortada contra seu pescoço.

Senti meu estômago ficar gelado quando levou seus lábios a minha cabeça.

Por um instante, aquilo era a única coisa que parecia existir.

Quando me afastei, ainda podia o ver com um sorriso de lado.

Ele não precisava dizer uma palavra, porque eu sabia exatamente o que estava passando por sua cabeça naquele momento.

Mas eu não queria falar sobre isso, pelo menos, não agora.

O dia ainda não havia amanhecido, então eu sabia que teria que falar sobre amanhã. Mas hoje, tudo o que eu queria era deitar em minha cama, e esquecer de todas as coisas ruins que passei nos últimos dias.

– Eu vou pegar água. – disse rapidamente e se afastou um pouco, mirando sua varinha para um copo vazio.

Foi quando eu percebi que estava, no que seria provavelmente, na comunal grifinória.

As cores vermelhas e dourado davam um aspecto mais vivido a aquele lugar, e por alguma razão, era aconchegante.

Ele se aproximou de mim com o copo, e eu nem esperei que se afastasse para virar ele inteiro em minha boca, e Potter sorriu.

Encheu o copo novamente em cerca de três vezes, e sorriu quando eu disse estar satisfeita.

– Eu sei o que está pensando, mas não queria falar disso agora, Harry. – disse e ele assentiu.

– Tudo bem. Quer que eu te leve para a sonserina ou... – foi interrompido pela voz feminina que veio por trás.

– Caroline? Oh, por Merlin! – falou preocupada quando seus olhos caíram sobre meus braços. – Como... O que está acontecendo?

– Eu...

– Podemos falar sobre isso depois de uma boa noite de sono, certo?! – Harry se sobressaiu, e eu assenti o agradecendo. – Quer que eu te acompanhe até a sonserina?

– Acha que é uma boa ideia levar uma aluna no meio da noite? Vocês no mínimo conseguiriam semanas de detenção. – resmungou.

– Eu... Eu preciso ir para lá. Quero dormir em minha cama.

– Certo. – ele disse se levantando, e eu me senti desconfortável ao ver alguns alunos saindo de seus dormitórios para entender o barulho que estávamos fazendo.

– Harry, essa é uma péssima ideia.

– Você tem alguma melhor? – questionou e ela suspirou.

– Por que ela não dorme aqui? – falou e ele rapidamente levantou as sobrancelhas. – Sabe, não acho que seria uma coisa muito grande deixar com ela que fique aqui esta noite. E pode voltar amanhã bem cedo. Acho que voltar para lá a esta hora só vai te causar mais problemas. – finalizou me encarando, seguida por Potter que parecia buscar resposta em minha expressão.

Me senti completamente confusa, não tinha ideia do que pensar. A resposta era única: Eu não sei.

Mas se o que Harry dizia fosse verdade, e que acreditar na Hermione era sempre o certo a se fazer, por mais que ele não a ouvisse muito, então eu iria acreditar no que ela dizia.

– Não vai ser uma coisa grande, certo? – ela assentiu, e segurou o meu braço me levando em direção as escadas.

– Boa noite, Harry. – falei por fim, e ele sorriu sem dentes.

– Boa noite, Care.

Subimos aquelas escadas, e me deitei na cama de Hermione, já que a mesma insistiu que eu precisava mais do que ela, e se deitou em um colchão ao pé da cama.

Acordei assustada quando vi o dormitório vazio, e desci as escadas mais preocupada vendo que não estavam ali também.

Me sentei no sofá em menção de esperar, e foi quando senti um vento forte parecer tentar me derrubar.

Tudo parecia confuso, mas pude ver suas roupas rosas se aproximarem devagar, na medida em que eu me vi totalmente paralisada.

– A verdade foi dita, mas se enganou se acha que vai ficar mais fácil. – sua voz fina escoava em meus ouvidos como uma música de terror.

Senti todo o meu corpo estremecer, e por um segundo era como se eu nunca mais fosse respirar.

Ela gritava, gritava, não parava de gritar.

"A verdade te persegue"

"A verdade te persegue"

"A verdade te persegue"

Eu sabia que não iria suportar.

Seus rostos apareciam como um filme sem fim, suas expressões desapontadas se transformando em ódio na medida em que eu não consegui parar de gritar.

– Caroline! – abri os olhos ao ouvir Granger ao meu lado.

Era apenas um sonho.

Mas aquilo não me deixava menos atordoada.

– Ei, tudo bem, ok? Foi só um sonho ruim. – ela disse se aproximando, me envolvendo em seus braços de forma aconchegante.

Por um momento, me senti livre de todo o mal que me perseguia. E por mais que não estivesse bem, eu estava em casa, ou ao menos, me sentia assim, porque sabia que não me fariam mal.

Não enquanto estivesse com Potter. Ou algum deles.

Two Worlds Apart - Harry Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora