Caroline Pov
Sexta, 4 de dezembro.
O dia havia passado e não tinha nem uma mísera notícia de Harry. Granger e Weasley não apareceram em nenhuma das aulas que tínhamos juntos, e Lovegood corria todas as vezes que eu tentei me aproximar.
Naquele momento eu já tinha aceitado os meus sentimentos. Sabia que não sentiria todo essa pavor por alguém que não significasse tanto. Eu sabia que era Harry, mas mal sabia se ainda o veria.
Quando o fim do dia chegou, e as aulas acabaram, eu não sabia mais o que pensar. Cheguei a enviar uma coruja a Tonks, mas ainda não tinha tido uma resposta.
Dumbledore também não tinha dado as caras.
Papai tinha acabado de abrir um processo contra Umbridge, e o julgamento seria na próxima semana. Mas nem isso chegava a me preocupar.
Me despedi de Pansy, e corri até a Torre de Astronomia.
Não ia fingir que nada aconteceu nessas últimas semanas, e que a forma que Harry me olhava havia mudado, mas nada disso não importava.
Era como astronomia, estávamos em dois mundos de distância.
Nem Malfoy nem seus amigos se irritaram quando uma foto de mim beijando Harry saiu no profeta, um dia depois da matéria sobre A Armada de Dumbledore. Alguns ficaram surpresos, mas nenhum me olhou de forma diferente. Fiquei feliz por isso.
Quando cheguei ao topo, parte de mim quis chorar ao lembrar de tudo o que passamos ali. A primeira vez que nossas mãos de tocaram, o nosso primeiro beijo, as vezes que quase fomos pegos, ou do dia em que percebi que era o único para quem eu voltaria.
Merlim, a dúvida era sempre pior!
Mas fui cortada de meus pensamentos quando ouvi passos rápidos em minha direção. Me virei rapidamente, e por um instante as estrelas pareceram se alinhar.
Ele sorriu quando corri direto para os seus braços, fechando meus braços em seu pescoço. Ele rapidamente retribuiu, e deixou sua cabeça cair pelo meu ombro.
Não consigo dizer o quanto senti falta do seu toque.
Percebi que estava perdendo tempo, quando sempre foi ele. A única pessoa que me entendia quando eu mesmo não podia, o único que sorria das minhas piadas bobas, o único que me salvaria se eu estivesse morrendo.
E eu não tive medo do pensamento que tive logo depois.
Eu sabia que amava Harry Potter.
Toda a tensão, tudo de ruim havia sumido quando estava em seus braços. Sabia que era onde eu deveria estar.
Me afastei para olhá-lo nos olhos, e eu estava prestes a dizer algo quando ele se adiantou.
– Me desculpe. – sussurrou e eu franzi o cenho. – Me desculpe por te afastar, me desculpe por te colocar em perigo, por não ter ficado mais. Me desculpe por ter demorado tanto para perceber que você é tudo o que eu preciso.
E foi tudo o que ele precisou dizer para que eu colasse os seus lábios nos meus.
Manteve suas mãos em minha cintura, e se esticou mais para poder aprofundar o beijo. Sorriu quando passei os dedos pela sua nuca, massageando o cabelo ali.
Estar ali, no nosso lugar, com Harry parecia tão certo. Era tudo o que eu tinha, tudo o que queria, tudo o que poderia querer.
Tirou uma das mãos que antes estavam na minha cintura para por em meu pescoço, um movimento que fez o beijo se tornar mais profundo.
Por um momento parecíamos ser os únicos existentes no mundo inteiro. Nada mais importava.
Me estiquei para um último selar seus lábios uma última vez, e sorri quando pude o encarar nos olhos.
– Eu senti sua falta. – falei enquanto tentava controlar a minha respiração.
– Eu também senti sua falta. – disse antes de se esticar para deixar um beijo sobre minha bochecha.
– Mas e agora? – perguntei.
– Eu não sei sobre agora, Caroline. Nem sobre amanhã, ou sobre depois. Você sabe que não quero que se arrisque ficando perto de mim. – revirei os olhos com a última frase. – Mas eu posso dizer, que pela primeira vez em toda a minha vida, me sinto á salvo. E devo isso a você.
Não pude deixar de sorrir, e isso só aumentou quando ele me contou o que tinha acontecido na noite anterior. Eu iria sentir falta de Dumbledore, mas estava feliz porque isso tudo tinha acabado.
Lorde Voldemort estava finalmente morto.
E eu senti um pontinho de felicidade tomar todo o meu coração naquele instante.
– Eu não entendo muito sobre os momentos, Care, mas todos com você parecem melhores. E eu... eu realmente gostaria de tentar, se você quiser. Eu... eu sempre fui seu, se quiser saber. – riu.
– Eu sempre fui sua, Harry Potter.
Ele não hesitou antes de me colocar em seus braços, e eu passei minhas pernas por sua cintura. Ele encheu o meu rosto de beijos, e ficamos ali até ficar muito tarde.
Não acredito que já tenha me sentido assim em toda a minha vida.
Eu nunca havia olhado para o céu e visto tanta graça. Nem sorrido tanto por uma besteira. Nunca tinha me sentido tão completa, nem com tanta vontade de sair gritando o seu nome pelos cantos.
Tudo finalmente parecia estar em seu devido lugar.
E estar ao lado de Potter, parecia ser a coisa mais certa que já fiz em toda a minha vida.
•••
Antes que me perguntem, sim eu sei que não poderiam matar Voldemort sem antes acabar com as horcruxes.
Nesse universo, Voldemort apenas criou duas horcruxes. Uma de onde renasceu, e a outra em Harry.
No capítulo anterior, quando Voldemort levou Harry para matá-lo, ele na verdade conseguiu. Mas o que ele matou foi a horcrux dentro de Harry, e não Harry. Dumbledore logo chegou, e deu tudo o que tinha para acabar com o Lorde das Trevas. Apoiado não só pelo próprio Harry, mas também por Sirius e Remus, eles usaram todas as suas forças para derrotá-lo.
Mas o estalo final veio de Dumbledore, e então ele não pôde sobreviver.
Obrigada a todos que chegaram até aqui, e sinto que devo anunciar que estamos na reta final de Two Worlds Apart.
Espero que estejam bem, e eu sei que a fanfic parece bem bobinha no começo, mas tenho que dizer que vão gostar muito de ler até o final.
L.
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Two Worlds Apart - Harry Potter
RomanceAmigos não se olham desse jeito Amigos não deveriam dormir na mesma cama Eu sei que existe um limite para tudo Mas amigos não me amam como você Amigos também podem partir o seu coração Eu estou sempre cansada, mas nunca de você E eu sei que dever...