I wouldn't let you go

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Caroline Pov

Sexta, 6 de novembro.

Foi um susto quando Potter pareceu perder o controle de sua vassoura, enquanto tentava alcançar o pomo de ouro.

Se ele caísse da altura que estava, provavelmente não suportaria.

Então foi um grande alívio quando ele pareceu voltar a se equilibrar, descendo o suficiente para mostrar o pomo em sua mão.

Aquele idiota havia ganhado mais um jogo.

Controlei o sorriso quando o vi dar uma piscadela de lado.

Ainda não havíamos conversado sério sobre o que aconteceu, mas eu sabia o que poderia acontecer, e talvez estivesse pronta.

Desci da arquibancada com pressa, assentindo para que Pansy fosse impedir que Malfoy matasse alguém ali.

Me aproximei da multidão agitada, e toquei seu ombro gentilmente, fazendo sinal para um espaço entre as arquibancadas, e ele seguiu.

– Eu te disse que ganharia. – disse com um sorriso grande, e eu não pude me impedir de abrir o sorriso também, mesmo que ele tivesse acabado de tentar se exibir.

Era fofo quando fazia essas coisas.

– Cala a boca, Potter. – falei levantando os meus pés para o abraçar.

Ele logo retribuiu o abraço, deixando sua mochila cair, mas não se importou com isso. Sorriu quando deixei um beijo em sua cabeça, me afastando o suficiente para poder encará-lo.

– Estou orgulhosa de você. – falei, e ainda estando na ponta dos pés, colei seus lábios nos meus em um beijo caloroso.

Suas mãos que antes estavam nas minhas costas haviam descido para minha cintura, usando suas mãos para me puxar mais para perto.

Acariciei o cabelo de sua nuca com os dedos, enquanto meu braço estava pousado em seu ombro, me dando apoio enquanto seus lábios quentes tocavam os meus.

Sorriu quando eu mordisquei seu lábio inferior, se aproximando ainda mais, colando os nossos corpos.

Diferente do primeiro beijo, esse vinha com mais confiança do que o anterior. Potter parecia estar bem mais relaxado do que antes, fazendo com que o beijo fosse mais intenso.

Selei os seus lábios algumas vezes antes de me afastar, o olhando com ternura, e ele fazia o mesmo, enquanto parecia recuperar o fôlego.

Suas mãos ainda estavam na minha cintura, e eu não fiz menção alguma de tirá-las.

– Obrigado. – falou, e eu franzi o cenho.

– Pelo o quê?

– Por... estar aqui. – deu de ombros, e eu sorri. – Não tenho muitas pessoas para me abraçar depois dos jogos. Não do jeito que me abraça. E claro, os jogos são mais intensos quando sabe que tem alguém te esperando debaixo das arquibancadas, quando tem uma garota que te beije se ganhar.

– Você sabe que eu te beijaria mesmo se não tivesse ganhado. – revirei os olhos, mas não podia deixar de sorrir.

Eu também não tinha muitas pessoas esperando por mim no fim do dia.

De qualquer jeito, eu estava realmente feliz por ele. Sabia o quanto esses jogos eram importantes para ele, afinal, era uma das poucas coisas em sua vida que pareciam normais.

E ver o quão parecia estar orgulhoso de si mesmo era definitivamente incrível.

Não tinha ideia do que aconteceria daqui para frente.

Tudo o que eu sabia era que não o deixaria ir.

– Anda, vai comemorar com os seus amigos. – pedi sorrindo, e ele apenas me olhou mais uma vez antes de selar os nossos lábios e ir em direção ao campo.

E eu fiquei ali, parada igual uma idiota o assistindo correr. Eu parecia patética. Mas não dava a mínima para isso.

Saí dali á procura de Pansy, que parecia muito estressada enquanto íamos para o dormitório.

– Não posso deixar que ele acredite nessa mentira por mais um dia.

– Achou alguma prova?

– Falei com Snape, ele disse que uma de suas poções havia sumido. Era uma amortentia que ele havia preparado em demonstração para os alunos do sexto ano.

– Quando vai falar com ele? Sabe que ele vai surtar.

– Vamos contar á ele esta noite.

– Vamos? Quando eu entrei nessa?

– Precisamos de todo o apoio possível, Caroline. Tem que me ajudar a explicar para ele, sabe que não sou boa com palavras. – explicou e eu suspirei.

Não seria nada fácil convencer Malfoy de que sua... namorada, ou qualquer coisa que ela fosse, estava o enganando.

Parte de mim nem queria ter que convencê-lo, era a coisa certa a se fazer, mas sabia o quanto ele sairia magoado. E pelo o que podia ver dele, parecia ser do tipo que se escondia quando algo ruim acontecia. Não que eu fosse muito diferente, mas sabia que esconder os sentimentos só piorava tudo.

– Foi ver o Potter? – perguntou com um tom de certeza, e eu apenas suspirei antes de responder.

– Sim. – dei de ombros, e ela apenas levantou as sobrancelhas, praticamente debochando. – O quê?

– Quer me contar alguma coisa?

– Nós... nós nos beijamos.

– Faz quanto tempo?

– Foi ontem, e bom... hoje. – falei um tempo depois.

– Gosta dele?

– Sabe que sim.

– Sabe que uma hora vai ter que contar para eles, não sabe?

– Tem que parar de pensar tanto no futuro, Pansy. Não tem como saber no que isso vai dar, se der em alguma coisa. – ela deu de ombros e seguiu para o banheiro quando entramos no dormitório.

Não tive tempo para pensar nisso quando me lembrei que precisava arrumar as minhas coisas, já que papai viria me buscar amanhã.

Seria um longo fim de semana.

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