After the rain

1.2K 118 4
                                    

Caroline Pov

Sexta, 13 de novembro.

Não consegui dormir depois de acordar com aquele pesadelo, então apenas fiquei acordada esperando que o dia se iniciasse.

Fui sozinha até a sonserina, cedo o suficiente para que não fosse vista por muita gente ao entrar. Suspirei nervosa ao dizer a senha e ver a porta ser aberta, mas relaxei ao ver que não havia ninguém ali.

Com o maior silêncio que pude, entrei no dormitório e me surpreendi ao ver Pansy sentada em sua cama parecendo preocupada. Mas a expressão logo se foi quando me viu me aproximar, se levantando rapidamente para um abraço desajeitado.

Fiquei surpresa por um instante, antes de retribuir o carinho. Passávamos quase todos os dias juntas, mas não pensei que ela realmente fosse se preocupar, até porque nossa relação começou de uma maneira muito forçada, e a intimidade que tínhamos ainda não era lá essas coisas.

Mas aquela ação realmente havia me deixado feliz.

Ela parecia não saber o que dizer, e por mais que fosse um assunto extremamente delicado, eu sentia que devia uma explicação a ela.

Nos sentamos na cama e eu suspirei ao ver seu cenho franzido, quando notou o estado em que meus braços estavam.

Por mais que parte de mim quisesse contar tudo a ela, havia esse medo de que não acreditasse em mim. E não apenas ela, mas sabia que duvidariam de mim no instante em que essa história se tornasse pública.

Porque eu sabia que, de qualquer jeito, não conseguiria manter isso em segredo por muito tempo.

Então suspirei ao começar a dizer. Vi seus olhos se arregalarem cada vez mais, na medida em que entrava em detalhes. Ela parecia tão aterrorizada e preocupada que me fazia querer chorar, porque aquilo era... demais.

Me surpreendi quando ela posicionou um travesseiro em seu colo, assenando para que eu me deitasse ali. Ela começou a acariciar os meus cabelos quando me deitei, e eu não pude evitar um sorriso de lado.

Sem muitas perguntas, questionamentos ou dúvidas, ela apenas me deu o apoio que precisava. Chegava a se parecer com o apoio que recebia da minha... mãe. O que podia ser triste, mas não era. Era o que eu precisava.

Ao passar de quase uma hora, nos levantamos dali para que pudéssemos nos arrumar para a aula.

Eu não sabia ao certo se queria ir para a aula naquele dia, mas iria tentar pelo menos frequentar a primeira aula.

Pansy me deu uma poção para animar quando contei sobre a fraqueza que estava sentindo, então eu me sentia um pouco melhor naquele momento.

Queria agradecer a Merlin por aqueles uniformes serem de mangas compridas, fazendo eu me sentir mais confortável pensando que meus braços não seriam alvos dos olhares. Claro que, ela me fez prometer ir ver Madame Pomfrey até o fim do dia.

Fomos em direção ao Salão Principal, e eu já me sentia tonta só de pensar que teria que me explicar para diversos dos professores. E eu não sabia ao certo se acreditariam em mim, porque era de uma acusação á uma professora que estávamos falando.

Por que eu não podia simplesmente viver sem ter que dar explicações? Ugh!

Senti vários olhares sobre mim antes de nos sentarmos na mesa, e eu sabia que eram pelo fato de que já fazia uma semana que eu não dava as caras.

Era um dos momentos onde eu odiava Hogwarts. Todos pareciam sempre estar falando um dos outros, e desde que o ano começou, não pareciam conseguir tirar o meu nome de suas bocas.

Aquilo era insuportável.

E podia ficar pior? Claro que podia!

Draco pareceu extremamente surpreso ao me ver, mas sua expressão também continha desgosto.

As vezes ele se deixava ser óbvio demais. Sim, eu sabia que estava com raiva de mim desde que tive que explicar sobre o que Heartley estava fazendo com ele, já que Pansy tinha perdido a paciência na segunda que vez que ele negou o que ela falava. E agora parecia não querer falar comigo simplesmente porque eu fui sincera.

Blaise, ao contrário dele, parecia até feliz em me ver. Claro que não admitiria, porque alguém precisava cuidar do Draco. Mas ainda sim, pareceu alegre ao dar um sorriso de lado.

Mal pude pegar uma maça antes de uma aluna da corvinal vir me dizer que Dumbledore queria me ver.

E sem resmungar, apenas a segui em direção a sala dele.

Não pude deixar de pensar que, na última vez que Dumbledore me chamou em sua sala, foi no dia onde eu descobri sobre... tudo. O que me deixava realmente ansiosa, mas não havia tempo para isso.

Sabia que ele não estava no auge de seu poder nesse momento, mas sabia que ele poderia ajudar se quisesse. Claro que, não acho que faria algo prejudicial a Umbridge, mas alguma coisa ele faria.

Sempre ouvi dizer que depois da tempestade vem a calmaria, mas depois da minha tempestade, tudo pareceu apenas piorar cada vez mais.

E eu sabia que ainda tinha muita coisa por vir.

Two Worlds Apart - Harry Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora