Come find me

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Caroline Pov

Domingo, 8 de novembro.

– Bom dia, Sra. Montoya.

Abri os olhos lentamente, mas querendo voltar a fechá-los quando me dei conta de que estava acordada, e de aquilo não era um sonho.

Ela me encarava com aquele sorriso bizarro que sempre mantia, e eu não poderia sentir nada além de ódio. Tudo nela me irritava de uma forma intensa. E eu ainda estava ali. Ainda tinha mais um dia.

Apenas a encarei com desgosto, vendo que puxou uma cadeira para se sentar perto do chão onde eu estava deitada.

– Não tivemos tanta sorte ontem, uh? Espero que tenha tido uma ótima noite de sono, porque temos o dia inteiro para escrever mais e mais. – disse com tom de deboche, e eu revirei os olhos.

– Como eu poderia ter tido uma boa noite de sono, se me fez literalmente dormir no chão? – resmunguei a encarando.

– Pode ter uma cama, Sra. Montoya. Pode ter tudo o que desejar, mas sabe o que precisa fazer para conseguir isso.

– Essa é sua melhor tentativa de manipulação? Harry estava certo em não sentir medo de você. – falei tendo noção de que era uma péssima ideia, mas não me importava.

Depois que Bellatrix saiu ontem, ela realmente havia perdido o controle.

Me lembro de ver sangue, da dor e de desmaiar.

Mas não havia indício nenhum de machucado em meu corpo, além da minha mão machucada.

Era como se ela estivesse tentando me enlouquecer.

Não tinha certeza do que estava acontecendo, nem do porquê, mas no fundo, eu estava apavorada. Não tinha como saber o que se passava na sua cabeça, entre todas aquelas roupas rosas, e gatos, só podia ver uma mulher completamente imprevisível.

Tinha medo do que não podia controlar.

E ter medo, me assustava.

Ela saiu daquele pequeno lugar, me deixando com diversos pergaminhos e aquela maldita pena.

Eu sabia o que tinha que fazer.

Faria o que ela quisesse até que me buscassem, porque sabia que não demoraria muito até sentirem minha falta.

Usando a minha mente, e apenas ela, para contar ás horas, imaginei que já fosse quase fim do dia.

Minha mão parecia doer muito mais do que da última vez, e eu não pude controlar as lágrimas que pareciam não ter fim.

Estava sagrando, e não tinha o que fazer. Não havia mágica, varinha, ou um mísero pano. Não havia absolutamente nada ali.

Senti meu corpo arrepiar quando ouvi o barulho da fechadura sendo aberta, e lá estava ela.

– Isso não está bonito! Olha só o que fez com os pergaminhos, estão todos sujos.

– Sujos com o meu sangue. Com o sangue de uma aluna, por sua culpa. Sabe o que isso significa? Ou é louca demais para entender a gravidade do que está fazendo?

Como ela podia ser tão mesquinha?

– Preste atenção, isso não é culpa de mais ninguém além de você. Se tivesse vindo me contar antes, tudo teria sido tão mais fácil. Todo esse sofrimento poderia ter sido evitado. Mas é claro que não cederia fácil, é filha de sua mãe. Rose era...

– Não ouse dizer o nome dela! – bradei impulsivamente.

– A Montoya mais velha, era uma garota completamente teimosa. Só fazia o que achava certo, claro que, todos nós vimos o que aconteceu. – falou com naturalidade, o que só me deixou com mais raiva, assistindo enquanto ela dizia coisas horríveis se achando boa por isso. – Está deixando seu emocional controlar as suas decisões, algo bem grifinório da sua parte, devo admitir. Você não tem ideia do que está fazendo, tem? Sei que acha que está prestes a acabar, mas quero que saíba, Sra. Montoya, que jamais sairá daqui se não me disser tudo o que sabe.

Suspirei e a encarei profundamente, enquanto dei um pequeno sorriso de lado. Pude sentir sua ira, e ela não fez menção de se controlar antes de se levantar e me empurrar contra a cadeira que anteriormente estava sentada.

Estava provavelmente me dando algo enquanto eu dormia, porque mal conseguia caminhar sozinha, muito menos lutar.

Apontou sua varinha para mim, e quando percebi meus braços estavam amarrados aos braços da cadeira, e ela me encarou com gosto.

– É só dizer, apenas diga e poderá sair para se agarrar com Potter.

– Eu já disse que não sei de nada.

– Mesmo depois de copiar tantas e tantas vezes, parece que a mensagem não entra em sua mente. O que devo fazer com você? – pareceu questionar a si mesma, e eu a observei com desgosto enquanto parecia pensativa.

Ela levantou sua cabeça, parecendo ter uma ideia, e eu tremi ao ver seu rosto tão perto, enquanto sua varinha arranhava o meu braço esquerdo.

Gritei quando começou a escrever algo ali, em um movimento que parecia não acabar nunca.

Não importava quantas vezes eu batia meus pés nos pés da cadeira, ou quantas vezes eu gritava. Ela prendia a minha cabeça contra a parede com um de seus braços, enquanto a outra continuava com aquela dor sem fim, e eu não poderia desejar nada naquele momento, além de um salvador.

Quando se afastou satisfeita, inclinei o meus rosto para ver o que estava escrito ali.

"A verdade será dita, garotinha podre, garotinha podre, garotinha podre."

Não conseguia sentir nada além de dor, e ódio naquele exato momento. Eu sentia como se fosse desaparecer a qualquer momento. E talvez fosse o que eu queria.

Mas tudo o que a minha mente conseguia dizer era: Venha me salvar, por favor me encontre. Qualquer um.

Eu precisava insanamente de alguém.

Venha me encontrar. Eu imploro.

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