All she needed

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Quinta, 22 de outubro.

– Eu juro que nem te vi lá. – ela riu para si mesma, enquanto eles conversavam sobre a festa de terça.

– Como teria visto? Estava muito ocupada agarrando Malfoy para ver o grifinório lindo que chegou naquela comunal sombria. – disse sorrindo, enquanto fingia levantar o nariz.

– Comunal sombria? Como se a da Grifinória fosse tão colorida quanto o arco-íris. – revirou os olhos e Potter riu.

– Não é tudo isso, mas pensa assim, vocês já vivem nas masmorras, não precisa tentar ser mais sombrio do que isso. Mas mesmo assim, vocês usam uma decoração com cores escuras, sem vida alguma. Sem contar com aquelas janelas, o que acontece quando vocês ficam com calor? Não podem abrir as janelas. – disse quase revoltado, se apoiando com os cotovelos.

– É pra esse tipo de coisa que a magia existe, Potter. Se estiver frio, fazemos um feitiço para esquentar, se estiver quente, fazemos um feitiço para esfriar. É simples! – falou também se levantando, ficando apoiada nos cotovelos enquanto encara Potter, sem poder evitar um pequeno sorriso quando seus olhos se encontraram. Mas o encarou confusa quando Potter virou o olhar, limpando a garganta, quase como se estivesse tentando arrumar coragem para dizer algo.

– Sabe, você e Malfoy andam juntos desde que você chegou aqui. – ela assente, para o que foi praticamente uma pergunta. – E passam bastante tempo juntos, já que existem essas festas, e também vão a biblioteca juntos as vezes e... – continuou, fazendo a garota franzir o cenho, tentando entender aonde Potter queria chegar com aquele papo. 'Ele não está dizendo o que eu acho que está, ou está?', ela pensava. – Eu só quero dizer que por passarem muito tempo juntos, vocês se conhecem e têm uma certa intimidade um com o outro, e...

– Harry, você está literalmente se perdendo nas suas próprias palavras. Suspeito que nem você esteja entendendo o que está falando. Ache um ponto e foque nele, ok? – ela o interrompeu, já estressada com provável rodeio que ele estava fazendo, ele apenas assentiu respirando fundo para continuar.

– Eu só estou tentando dizer, quer dizer, eu estou tentando te perguntar se, bom, você sabe o que eu quero dizer.

– Harry, eu não tenho ideia do que você está falando, e nem vou ter se não acabar logo com isso.

– O que rola com o Malfoy? – soltou rápido o suficiente para Caroline precisar de um tempo até processar aquilo. Quando ela pôde entender a pergunta ridícula que acabara de sair da boca do moreno, precisou tampar a boca com a sua mão para abafar uma gargalhada.

– Todo esse rodeio pra me perguntar isso? – disse ainda rindo, surpresa quando Potter começou a ficar cada vez mais vermelho. – Não, Harry, é claro que não rola nada com o Malfoy. De onde tirou isso?

– Eu literalmente vi vocês se beijando. – deu de ombros, mas ainda estava com uma expressão tensa.

– Você viu dois bêbados se beijando, e se tivesse chegado mais cedo, saberia que foi por causa de um jogo estúpido.

– Eu só... eu pensei que já poderiam estar juntos nesse momento. – falou e voltou a se deitar no chão, encarando o teto.

– Essa é a coisa mais idiota que já me disse, e olha que existem muitas delas. – disse se deitando de bruços, virando o rosto para poder encará-lo.

– Sim, sim, eu sou o Idiota Potter. – ele zombou de si mesmo, e gemeu quando recebeu um tapa.

– Não se autodenomine um idiota, isso é patético. – revirou os olhos, e Potter riu, a deixando mais calma, pois aquilo provavelmente tinha tirado a tensão da situação.

– Ér, Éthan estava perguntando de você na comunal ontem. – comentou um tempo depois.

– E o que você disse?

– Eu disse que estava bem, já que essa era a preocupação principal dele. E ele me pediu para avisar de que parece que seu pai vai buscar vocês no fim de semana. – ela levantou as sobrancelhas, claramente surpresa. – Tudo bem? – perguntou quando ela soltou um suspiro, se deitando de forma que pudesse encarar o teto.

– Eu só não esperava por isso. Mas se eu conheço ele, alguma coisa deve ter acontecido. E eu não tenho certeza se quero saber.

– Eu entendo, mas se quiser a minha opinião, não vai conseguir dormir se não deixar que ele diga o que precisa dizer. – falou a encarando.

– Eu sei disso. – ela disse suspirando, e ele apenas deu um sorriso de compreensão, sabendo que a última coisa que ela precisava no momento era ficar falando sobre isso.

– Tem apenas uma coisa que pode te animar. – comentou se levantando.

– Harry... – disse já sabendo do que aquilo se tratava.

– Pega a minha mão, gatinha. – ele estendeu a sua mão para a garota, a puxando dali quando ela aceitou.

Ele segurou a sua mão, colocou a capa por cima dos dois, e começou a rir enquanto os dois corriam pelas escadas, logo chegando até os corredores.

Era como se nada mais existisse além deles dois. Como se por um instante, ela pudesse fazer qualquer coisa.

O sentimento que ela sentia quando suas mãos se tocavam era surreal, era como se mesmo com tudo de ruim, ainda existisse algo bom.

Era como se eles estivessem correndo da escuridão, e eles eram realmente mais rápidos do que a escuridão. Porque, de algum jeito, a tristeza, os problemas, a dor, simplesmente não a alcançavam enquanto tinha Potter ao seu lado. Era como se ela nunca pudesse se sentir sozinha. Era como se fosse tudo o que ela precisava.

Two Worlds Apart - Harry Potter Onde histórias criam vida. Descubra agora