Caroline Pov
Quinta, 5 de novembro. (Madrugada)
Não sabia o que aquilo tudo queria dizer.
Mas eu tinha noção do que estava sentindo.
E eu não podia esconder mais.
Harry parecia reagir diferente a mim, ele sempre foi meio envergonhado mas, agora ele parecia estar gostando. Ele parecia estar esperando pelo toque, esperando ansioso para quando eu aparecesse. E aquilo não era comum.
Eu não conseguia passar um minuto sem ver sua face em minha mente. Sem lembrar das suas mãos nas minhas, do sorriso disfarçado que da quando eu digo algo bobo. E não havia como fugir disso.
Eu estava indo ao seu encontro agora.
– Oi, Harry. – disse ao terminar de subir aquelas escadas.
– Oi, Care. – falou quase se levantando ao me ver.
Sorri com aquela ação.
– Ansioso para amanhã? – perguntei me sentando ao seu lado.
– Bastante. – assenti. – Os jogos contra a sonserina são sempre os mais emocionantes.
– Acha emocionante perder? – zombei rindo, e ele apenas balançou a cabeça.
– Acho emocionante te ver na torcida verde, e imaginar que está torcendo por mim em segredo. – falou sem me encarar, e ainda bem que fez isso, porque eu estava totalmente de boca aberta.
Queria ter dito que sim, eu torço por você todas as vezes, porque o seu sorriso vencedor é o mais bonito de todos. Mas sou covarde demais para admitir.
– Sim, eu torço para que você não caia de bunda da vassoura. – ele sorriu, apenas.
Fiquei me perguntando se havia dito a coisa errada, talvez se eu...
Não. Não podia arriscar.
– Mas sério, acha realmente que vai ganhar o jogo de amanhã?
– Não vou mentir dizendo que não estou confiante, porque estou. – deu de ombros. – Ér, é verdade o negócio do Malfoy? – disse um tempo depois.
– Tudo indica que sim, mas não sei como vamos contar para ele. Pelo menos, só depois do jogo. – disse como um aviso, para que ele também não abrisse a boca.
– Nunca pensei que Malfoy cairia numa dessas.
– Uma garota loira de olhos verdes aparece dizendo que quer te conhecer, o que você faz?
– É, pode ter razão. É só estranho porque ele sempre parece saber de tudo.
– Malfoy é como qualquer outra pessoa, ele só quer ser amado. E então abaixou a guarda demais. Poderia ter sido com qualquer um. – ele assentiu. – Sei que não tenho que dizer, mas não pode nem pensar em contar para alguém.
– Não vou.
Ele assentiu balançando a cabeça, e eu me aproximei para poder deitar com a cabeça em seu ombro. Sorri quando ele se ajeitou mais confortavelmente.
– O que faria se esse fosse o seu último dia de vida? – questionei curiosa, e ele pareceu pensar.
– Eu acho que escreveria uma carta para Sirius, Remus, e os Weasley's, me despedindo.
– Passaria seu último suspiro comigo?
– Está pensando em me matar, Caroline?
– Eu não vou matar você! – bradei sorrindo. – Só queria saber as suas prioridades.
– Mas se eu fosse morrer hoje, não poderia deixar que não soubesse. – levantei a cabeça de seu ombro, me virando para encará-lo, confusa.
– O que quer dizer?
– É só... é só que eu... – dizia de cenho franzido, parecendo tentar achar as palavras certas. – Eu queria que você soubesse que, eu gosto de você.
– Eu também gosto de você.
É claro que eu gostava dele, somos amigos.
– Não, você não entende, eu... – parou de falar ao me encarar nos olhos, e não pude não achar engraçado quando ele pareceu dizer algo para si mesmo.
Me encarou mais fixamente, tentando pedir algum tipo de permissão, antes de se inclinar lentamente para perto.
Também me inclinei um pouco, e me arrepiei quando sua mão foi para o meu queixo.
Ele estava ali. E estava perto demais. Eu não iria me afastar, e não acho que ele faria.
Preenchi a distância que faltava com meus lábios, vendo que ele parecia buscar coragem para fazer.
Foi mágico quando pude sentir seus lábios macios sobre os meus, e a sua mão indo para o meu pescoço. Por um instante, parecia que éramos os únicos no mundo. Estávamos ali, juntos, e nada mais parecia ter importância.
Ele parecia inseguro sobre o que fazer, então eu pedi permissão com a língua, e o vi sorrir minimamente quando aprofundei o beijo.
Uma de minhas mãos estava em sua nuca, massageando um trecho de seu cabelo, e eu podia sentir sua mão pousar em minha cintura, me fazendo me aproximar mais ainda.
Era uma sensação nova quando nossas línguas se tocavam, eu sentia como se pudesse delirar a qualquer momento.
Seus lábios eram macios, e quentes, e tocavam os meus com tanto carinho ao mesmo tempo que pareciam ansiosos.
Selou os meus lábios algumas vezes antes de nos afastarmos, na medida em que ficamos sem fôlego.
Quando abri os meus olhos, não havia nada que eu podia ver além dos seus lindos olhos azuis. E eu não queria ver nada além deles.
Ainda estávamos perto, e eu sorri quando ele começou a avermelhar, mas não fez menção de se afastar, apenas sorriu para mim.
– Brilhante. – ele falou, e eu não pude conter a risada.
É claro que ele diria isso.
– Brilhante. – repeti, concordando.
Quando voltei para o dormitório, não conseguia pensar em mais nada além daquele beijo.
Talvez eu pudesse ter algo, afinal.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Two Worlds Apart - Harry Potter
RomanceAmigos não se olham desse jeito Amigos não deveriam dormir na mesma cama Eu sei que existe um limite para tudo Mas amigos não me amam como você Amigos também podem partir o seu coração Eu estou sempre cansada, mas nunca de você E eu sei que dever...