O Resplandecer

8

Me despeço daquele vilarejo. Pude ter boas lembranças, lembro de minha chegada, e da bela dama de perto próximo a mim, mas preciso ir. Chamei Teodoro para ficar de olho em Marie, ele é um híbrido bem treinado, sua especialidade é caça. Espero que ele a proteja, mas mesmo estando longe, o cheiro dela não sai da minha cabeça. Preciso vê-la mais uma vez, mesmo que seja de longe mas só essa vez.
Chegando lá, ela não se encontra em casa e Teodoro também não está por perto, ele deve tê-la seguido. Um dos problemas dos híbridos, é que eles possuem o terrível fedor que qualquer lobisomem possui. Tornando-se fácil de rastrear. Mas não é só ele que possui esse odor, o dela pode ser mais doce, mais são inconfundíveis.
Mas percebo um velho familiar pelas proximidades. É Eleonor, uma querida bruxa que sempre ajuda a família Fenix nos piores momentos.
-A quanto tempo não te vejo menino dos Fenix. - diz a Eleonor. - como está sua família meu caro?
-No mesmo lugar infernal de sempre, não sei muito deles a mais ou menos uma semana.
-Estou vendo uma grande jornada que está destinado. Quer saber mais meu Fenix?
-Já que você está aqui, porque não?
-Ótimo. Também vejo duas escolhas para se ter. 1) recuperar o amor perdido ou 2) proteger um novo amor, não se pode obter os dois juntos meu caro.
-Ja estou tomando previdências sobre isso, e farei o máximo pra não deixar ninguém que eu amo morrer.
-Você só pode tomar uma escolha, um sofrerá por suas escolhas e o outro será o felizardo da sua escolha. Não tem uma opção mais amena, terá que escolher uma, apenas uma.
O que fazer? Não posso deixar Marie sofrer, como não posso deixar Juliet no sofrimento eterno neste mundo. Necessito proteger as duas, mas como? Não posso largar nenhuma. Já fiz minha escolha. Farei o máximo para proteger as duas, mesmo que eu tenha que dar a minha vida no lugar de uma delas.
-Pense nesse futuro meu jovem. Nem tudo se resume aos nossos desejos. As vezes o nosso próprio destino escolhe o caminho que vamos seguir. Não você que escolhe qual o caminho seguir.
-Mas nem tudo o nosso destino sabe Eleonor. As vezes conseguimos enganar o nosso próprio destino. E não será você que falará o que eu devo ou não fazer. Se o meu destino for ser banido. Darei a volta por cima e purificarei o inferno. Se meu destino é ser preso. Morrerei e farei com que minhas cinzas jorrem a outro lugar e de lá renascerei.
-Então meu jovem, boa sorte tentando criar seu próprio destino.
-Só mais uma coisa Eleonor. Foi minha mãe que a mandou aqui não foi?
-Como você disse meu jovem, descubra através de seu destino.
E ela some numa brisa de folhas. Penso um pouco mais e decido que devo continuar em minha jornada o mais breve possível.