3. Asimov

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Andrew Pov.

Hoje como é meu dia de folga, aproveito para dormir o resto da manhã e colocar minha casa em ordem.
Minha cunhada Maya viajou a trabalho e como Carina não gosta de ficar sozinha por muitos dias, ela dormiu aqui essa semana, e de quebra revirou toda a minha casa.

Incrível como nós dois somos completamente diferentes. Ela é muito bagunceira, mas diz que é exagero meu, e que na verdade eu é que sou organizado demais. Ela fala pelos cotovelos, já eu sou mais reservado, costumo me abrir somente para pessoas realmente de confiança. Ela é bem impulsiva e autoconfiante, já eu, sou um pouco mais contido.

Carina é minha irmã mais velha e no geral nos damos muito bem, brigamos algumas vezes, mas por implicância de irmãos. Nós somos órfãos e só temos um ao outro, mesmo com nossas diferenças de personalidades, mamãe sempre disse que nós complementamos um ao outro, ou seja, podem até falar mal de mim, mas não mexam com minha irmã que eu viro uma fera.

Depois de arrumar toda a casa, almoçar e assistir um filme, lembro que preciso ir ao supermercado.
Abro meu closet e entre todas as camisas a primeira que eu escolho é a da árvore de Gondor do Senhor dos anéis. Me pego dando um sorriso besta ao lembrar da garota interessante do elevador de hoje de manhã, que estava com a mesma camisa só que de cor branca.
Pego minhas chaves e saio com o carro. O supermercado não é longe, eu poderia ir andando, mas ainda tenho alguns vestígios de ressaca da noite de ontem no meu corpo.
Faço minhas compras e não demoro muito.

Já é quase final de tarde quando coloco minhas compras no carro e olho para trás, vejo uma mulher de costas que parece um pouco desesperada falando alto com um cara. Imediatamente eu vou até eles verificar se ela está bem.
Ela vira apontando em minha direção, mas eu sei que não é para mim. Conforme chego mais perto, percebo a semelhança dela com a garota do elevador, espera, é a garota do elevador, eu jamais esqueceria esses olhos.

-Oi, está tudo bem?

Eu pergunto e os dois me olham rápido, ela parece bem nervosa e não me reconhece.

-Ela é louca.

O cara diz e parece estar alcoolizado.

-Cala a boca, foi você que disse que meu gato foi sacrificado.

-Ei, calma, o que houve? Eu posso ajudar?

-Boa sorte pra você cara.

Ele sai resmungando, ela me olha apreensiva e parece que estava chorando.

-Você está bem?

-Eu estou com cara de quem está bem?

-Ok, nossa...

-Me desculpa.

Ela toca no meu braço rapidamente.

- Meu gato sumiu do apartamento e eu estou procurando ele por aqui desde cedo. Mostrei o cartaz para aquele cara e ele disse que se ele fugiu, já deve estar morto.

Ela mal termina de falar e começa a chorar com as mãos no rosto. Ela se encosta no carro que imediatamente dispara um alarme ensurdecedor.

-Ai que merda, que susto, ninguém pode nem sofrer em paz nessa cidade.

-Ei calma, eu posso te ajudar?

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