Entre livros

15. Baby Yoda

Andrew Pov.

Eu terminei de corrigir as provas e lancei no sistema tarde da noite, mas nem o cansaço ou o sono me fizeram ter preguiça de levantar da cama hoje.
Mando mensagem de bom dia para Meredith, que logo responde, me dizendo que assim que eu puder ir, ela já está esperando.

Vou ao supermercado e compro algumas coisas para passar o dia com ela. Talvez eu tenha exagerado um pouquinho, mas ela precisa se alimentar muito bem.
Chego no prédio dela e o porteiro já me conhece, ele avisa que Meredith liberou minha entrada e que eu posso subir.

Assim que entro no elevador, lembro da primeira vez que a vi aqui, toda agitada precisando de mais cinco mãos, pelo tanto de coisas que ela segurava com as duas que tem.
As coisas acontecem tão por acaso, mas se tornam tão importantes que as vezes é inacreditável.
O elevador chega no décimo segundo andar e eu aperto a campainha do apartamento. Espero alguns segundos e ela abre a porta. É inacreditável como essa mulher consegue ser linda de qualquer jeito.

Ela veste um pijama e pantufas do Baby Yoda, seu cabelo está amarrado em um coque bagunçado com fios caindo por seu rosto. Ela segura um lenço na mão e assoa o nariz que está vermelho do resfriado.

-Oi... Cheguei muito cedo?

-Não, tudo bem. Pode entrar.

Eu dou um beijo na cabeça dela e entro, passo direto para cozinha e deixo as coisas em cima da mesa.

-Você fez minha feira do mês? Quanta coisa.

-Comprei algumas coisas para fazer um almoço saudável para você que precisa se alimentar bem... ah e também tem algumas frutas, eu não sei quais você gosta, então comprei um pouco de cada. Vou deixar uma sopa pronta para você jantar também.

-Almoço saudável... frutas...sopa... Foi uma péssima ideia convidar você.

-Ei... tá bom, eu posso ir embora então, sem problemas.

Eu entro na brincadeira dela e ela se aproxima de mim, me surpreendendo com um abraço envolvendo minha cintura, e um beijo em meu ombro. Ela é muito carinhosa, o que me permite ser como eu sou. A Sam odiava esse meu jeito, ela sempre dizia que eu era pegajoso demais, mas a Meredith é totalmente diferente, ela gosta de carinho por menor que seja, e eu adoro isso.

-Não, obrigada por ter vindo.

-Não precisa agradecer - dou um beijo em sua testa e ela começa a abrir as sacolas - Como você está hoje?

-Bom, minha gripe tem algumas fases, e nesse momento eu estou na fase da coriza, espirros e tosse com secreção que os remédios estão me ajudando a expelir, é um pouco nojento eu sei, o famoso catarro, eca... Por que você tá rindo?

-Desculpa, mas você é muito fofa e engraçada falando sobre catarro.

Eu digo sorrindo e colocando uma mecha de cabelo que escapa do coque atrás da orelha dela.

-Engraçada até você ver uma meleca verde saindo de mim.

-Você está vestida de Baby Yoda, vai fazer parte da caracterização.

-Que ódio, mas essa foi boa, mandou bem Hobbitises.

Ela bagunça meu cabelo e nossos olhares se encontram nos deixando presos um no outro.

-Eu não queria que você me visse assim, mas você precisa saber com o que está lidando, qualquer coisa é só fugir.

-Fugir? Nunca. Só se você quiser me expulsar da sua vida.