45. Seja Feliz

84 14 37
                                    

Andrew Pov.
Uma semana depois

Alguns dias se passaram desde a última vez que Meredith quis falar comigo. Já liguei, mandei mensagens, fui até seu apartamento e ela não me recebeu. Eu estou me sentindo um caminhão de lixo, que descarrega todo o tipo de sujeira. Me sinto o cara mais babaca de todos, por ter feito o que eu fiz com a Meredith. Baseado em uma certeza que eu não tinha, fiz com que esse mal entendido todo culminasse no fim do nosso namoro.

Não consigo me concentrar no trabalho, nem nas conversas com a Carina que já sabe de tudo. Eu não queria falar com ninguém, queria conseguir carregar o peso dessa merda que eu fiz sozinho, mas acabei conversando com ela, que teve a ideia que eu ainda não tinha tido, sobre procurar a garota, a tal garota que eu fiquei no bar. Por sorte achamos o número de telefone dela anotado em um guardanapo sujo em meu bolso. E hoje combinamos de conversar, pois eu preciso mesmo ter certeza do que eu fiz.

Saio de casa e vou até a cafeteria mais próxima para encontrá-la. O nome dela é Beth, e é a única coisa que eu sei, pois não lembro muito de seu rosto.

Chego primeiro no local e fico esperando. Uma garota alta se aproxima, devo acreditar que é ela, pois ela me olha e sorri.

-Oi. Andrew.

-Oi. Tudo bem?

-Sim, tudo bem comigo. Mas pela sua ligação e sua cara aqui, você não está nada bem não é?

-É.. sim... você quer pedir algo?

-Só um café.

Eu peço dois cafés e nós esperamos.

-Então, o que você quer, ou o que quer saber?

Ela é bem direta, isso me lembrou uma pessoa...e...Foco, Andrew.

-Como você sabe que eu quero saber algo?

-Você é homem, Andrew. Ah, e não é o primeiro com dor de cotovelo que faço amizade no bar.

-Hum.. então...

-Você não lembra de nada daquela noite não é?

-Para falar a verdade eu tenho alguns flashes em minha mente, mas é meio confuso.

Ela ri e nosso café chega.

-Andrew você bebeu como um carro velho que precisa de muita gasolina, ou como um poço sem fundo.

Eu coço a cabeça e afundo meu rosto em minhas mãos. Que vergonha.

-Você ficou na mesa comigo e meus amigos, nós percebemos que você estava numa bad e o chamamos. Então você começou a apostar nos dados com a gente...e você não costuma beber não é?

-Não, na verdade eu até bebo, mas nunca bebo muito.

-É melhor mesmo.

Ela ri de mim novamente e amarra os cabelos em um coque no alto da cabeça. Beth é bonita, tem um visual punk rock, um olhar misterioso e aconhegante ao mesmo tempo. Eu nem faço ideia do que conversamos no bar, mas ela parece ser legal.

-Desculpa se eu fiz alguma coisa aquele dia...

-Já tive alguns apagões, sei como é. Você lembra que cantou no palco com a minha banda?

-Eu fiz o que?

-Caramba você teve mesmo um apagão. Também bebi muito aquele dia, mas eu lembro de tudo. Eu tenho uma banda cover de rock, nós tocamos no bar aquele dia. Você cantou uma música do Silverchair e dedicou para uma garota, você não parava de falar nela... mas você disse que vocês tinham terminado o namoro... ah e você canta bem sabia? Depois do nosso show você queria entrar pra nossa banda...

Entre livros Onde histórias criam vida. Descubra agora