2. Três Mosqueteiras

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Meredith Pov.

Hoje o dia está uma correria, me visto para correr no Central Park, mas me ligam da livraria e eu tenho que ir para lá imediatamente, nem tenho tempo de trocar de roupa, não me importo vou assim mesmo.

Falo ao telefone com minha assistente, e o elevador abre. Para minha sorte ou não, vejo uma espécie de deus grego do tipo Apolo, parado segurando a porta para mim.
Droga, logo hoje que eu estou uma bagunça completa. Até parece que se eu não estivesse ia fazer qualquer coisa, eu penso e dou risada mentalmente.

Entro no elevador e ele me ajuda com a caixa que eu carrego. Fico ao lado dele e falo sem parar como sempre, e ele responde sem graça as minhas perguntas idiotas. Coitado, deve estar me achando uma louca, ainda bem que eu não ligo.

Olho para ele por alguns segundos e a minha cabeça vai longe, faz algum tempo que eu não vejo um homem tão bonito assim e tão perto de mim, aliás, faz um bom tempo mesmo.
Acho que a Jo e Amelia tem razão, eu definitivamente preciso ter uns encontros, mas só de pensar nisso fico com preguiça.

Ele sorri para mim rapidamente, e eu noto suas covinhas no rosto. Ele tem os olhos verdes, a barba dele é perfeitamente desenhada, e suas sardas complementam sua beleza. Minha gente, que homem lindo é esse por aqui?
A julgar por suas roupas e o sapato com o cadarço desamarrado, esse aí deve estar fugindo daqui, e essa tal "amiga" que ele veio visitar deve ser o motivo. Meredith, chega de observações por hoje.

O elevador abre, nos despedimos com educação, e cada um vai para um lado. Eu chego na porta do carro e viro rapidamente para vê-lo de costas, erro a chave e deixo cair minha caixa com alguns livros que fiquei de doar na frente da livraria. Eu sou um desastre em pessoa, não é possível, espero que ele não vire para ver essa bagunça. Pego tudo do chão e nem olho para trás, entro no carro, respiro fundo e sigo meu caminho. 

-July, bom dia, me conta direito essa história.

Eu digo ao entrar na livraria que já está quase no horário de abrir. July é minha assistente, trabalha comigo desde quando inaugurei a Grey BookStore, ela é maravilhosa e meu braço direito aqui. 

-Bom dia, Meredith. Então, quase todo mundo ficou com infecção alimentar e não poderão trabalhar hoje. Fecharam o restaurante aqui do lado, está cheio de polícia e fiscalização sanitária por lá, você viu?

-Sim, vi uma aglomeração lá na frente. Meu Deus, eu vou mandar mensagem para todo mundo e ver como eles estão. Quantos não comeram nesse restaurante?

-Cinco e nós duas. O senhor Richard também passou mal, falou com ele?

Richard é meu sócio aqui na livraria e meu padrinho, mas na verdade me trata como sua filha. Ele era amigo dos meus pais desde que me entendo por gente, foi ele que conseguiu me convencer a mudar de Seattle e abrir a livraria aqui em Manhattan, é praticamente a única família que eu tenho junto com minhas amigas.

-Sim, ele me ligou quando eu estava no carro. Você pode ficar no caixa hoje? Eu vou ajudar no atendimento juntamente com os outros e podemos fechar mais cedo para não sobrecarregar ninguém.

-Certo, eu ia propor isso mesmo, Meredith.

-O que seria de mim sem você, garota?

-Sua vida seria um pouco mais bagunçada.

-Provavelmente, você não é uma assistente, é um anjo na minha vida.

-Adoro elogios da chefa.

Ela diz sorrindo e nós vamos até o salão conversar com os outros funcionários da livraria. Todos sabem da situação e se propõem a ajudar. O bom de ser uma chefe "gente boa" como eles dizem, é que quando acontece algo inesperado, nós trabalhamos em equipe e tudo fica bem no final.

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