57. Decisão

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Andrew Pov.

Eu não consigo dormir. Penso desenfreadamente em Meredith, eu não devia, mas não consigo evitar.
O jeito que ela me olhou no campo de futebol, me disse mais do que todas as palavras que poderiam ser ditas. Sei que ela não está bem, e é inevitável não me preocupar.
Desde que voltamos a nos falar e reatamos nossa amizade, sinto que estamos novamente entrelaçados na vida um do outro. E ainda não sei exatamente se isso tem algum efeito ruim no carteado da minha vida.

Meu terapeuta acha que eu não deveria me aproximar tanto dela como antes, ele acha que eu devo manter uma amizade superficial e não me envolver tanto. Mas é a Meredith, eu não posso evitar. E para falar a verdade, eu não quero evitar. Depois de tudo que eu passei, ela tem sido uma ótima companhia, temos conversas infinitas, funcionamos como um sonho perfeitamente bagunçado, daqueles que você não sabe bem por onde vai, mas não quer sair dele pois é satisfatório. Eu não consigo parar de pensar nela.

E como se ela tivesse ouvido as batidas do meu coração e meu cérebro torrando enquanto penso nela, sinto meu celular vibrar com uma mensagem.
Ela me liga e de imediato sou tomado por um extremo alívio ao ouvir sua voz do outro lado da linha.

*Ligação on

-Achei que você já estivesse dormindo.

-Não, na verdade eu estava pensando...

-Pensando em que? Posso saber?

Ok, respiro fundo e abro o jogo.

-Em você... Nossa, que clichê não é?

-Isso é interessante, porque eu também.

-Você também o que?

-Hum, você quer que eu diga não é?

Ela ri com a voz entrecortada.

-Não sei do que você está falando, Mer Maravilha.

-Você ainda se faz de bobo. Você sabe...

Ela fica em silêncio por alguns segundos.

-Eu também estava pensando em você, Hobbit italiano.

-Humm, isso é ótimo. Então voltamos com os apelidos?

-Parece que sim. Acho que senti falta de ser chamada de Mer Maravilha.

-Bom, não precisa mais sentir falta então, Mer Maravilha.

Nós rimos. Fico feliz em mesmo de longe poder ouvir a risada dela.

-Mer, posso perguntar uma coisa?

-Claro.

-Você não contou pra ele que eu voltei não é?

-Não.

-Entendo. Foi um encontro inesperado, desculpa ter ido. Eu devia ter perguntado antes.

-Não, tudo bem. Essa cidade é pequena, nossas filhas estudam na mesma escola, uma hora ou outra isso iria acontecer.

-Você está bem?

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