8. Mensagem

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Meredith Pov.

Não vou negar que fui para casa com um sorriso bobo no rosto. Depois de ter passado a semana conversando com Andrew pelo telefone, encontrá-lo ainda que por acaso foi realmente algo que me deixou exultante. Eu tentei disfarçar com piadinhas o meu sentimento de nervosismo várias vezes, mas eu percebi que ele estava do mesmo jeito que eu, o que na verdade torna tudo isso muito engraçado.

Eu não posso negar que ele mexeu comigo de alguma forma, mas que ainda não sei explicar. Nós temos um gosto muito parecido pelas coisas e nossos pensamentos se completam tão bem que é estranho.
Ele é leve, divertido, extremamente gentil e atencioso, é muito fácil você se encantar com um cara assim, diante de tantos babacas que existem por aí.
De qualquer forma eu preciso manter os pés no chão, depois de tantos tombos que peguei me envolvendo com caras sem caráter, eu preciso tomar muito mais cuidado.

Desde que terminei com Adam, há dois anos atrás, eu tive dois relacionamentos sérios aqui em Manhattan, embora todos tenham sido rápidos, algumas marcas ruins do que vivi com eles permaneceram, e hoje eu estou muito mais atenta com as pessoas que me envolvo, eu preciso estar.

Chego em casa e preparo um banho relaxante de banheira, coloco meu álbum favorito do Radiohead 'In rainbows' para tocar e enquanto a música preenche o ambiente eu tiro minhas roupas e aproveito para dançar do meu jeito torto na frente do espelho do banheiro.
Uma coisa sobre mim é que eu sou uma péssima dançarina, parece que nasci com zero por cento de coordenação motora e ritmo, especialmente em músicas lentas, por isso só saio para dançar com minhas amigas em boates onde a música é barulhenta e a gente pode apenas pular como um canguru, e é exatamente isso que eu faço.

Dou risada de mim mesmo, e saio andando nua pelo meu apartamento para pegar uma taça de vinho na adega, nem percebo que a janela da sala está aberta, felizmente não tem ninguém no prédio da frente e de qualquer forma, eu tô na minha casa, errado é quem está olhando.

Volto para minha banheira, apoio minha taça de vinho e meu celular na mesinha ao lado e relaxo por uns minutos de olhos fechados fingindo que sei cantar.
Moro sozinha desde meus vinte anos, meus pais faleceram em um acidente de carro quando eu ainda era uma adolescente. Até os vinte morei com o Richard meu padrinho, ele sempre foi muito preocupado comigo, e eu até gosto disso, mas chegou uma hora que eu senti a necessidade de aprender a crescer de fato e andar com minhas próprias pernas. Desde então eu aprendi a conviver e amar minha própia companhia, e particularmente acho isso muito importante.

Depois de duas músicas e quase uma taça vazia, vejo a notificação de mensagem no celular, é o Andrew.

"Oi, ocupada?"

Leio a mensagem com um sorriso idiota no rosto, sério Meredith?

"Sim, ocupada com uma taça de vinho e um banho de banheira"

Eu envio a mensagem e sinto uma sensação estranha de euforia tomar conta do meu corpo.

"Uma boa ocupação, vou deixar você relaxar em paz então"

Droga, não era isso que eu queria.

"Conversar na banheira é bom também, você devia tentar"

"Combinamos um dia então para eu me preparar antes"

Espera, o quê? Eu penso nisso por uns segundos e definitivamente não, ele não pode ter falado isso que estou pensando.

"No caso eu na minha banheira e você na sua, não se assuste"

Ele responde quebrando os pensamentos inadequados que tive por alguns segundos.

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