Entre livros

30. Festa Calzona

Meredith Pov.

Nos juntamos a Callie e Arizona na sala para o primeiro brinde do dia, como elas fizeram questão de frisar. Um grupo de amigos das duas chegam, elas me apresentam como se me conhecessem há anos e isso me deixa tão aliviada. Saber que os amigos do Andrew gostam de mim e os meus gostam dele, torna nossa relação muito mais leve e prazerosa, afinal nossos amigos também são nossa família.

-Bom, primeiramente gostaríamos de agradecer a presença de todos. Vocês são nossos melhores amigos e ter vocês aqui é muito importante pra nós duas.

Arizona começa o discurso enquanto Callie e um amigo delas chamado Jack distribuem taças com champagne para todos nós.

-Você estiveram com a gente desde o início, acompanharam todo nosso relacionamento, nossas quedas, nossas vitórias, então nada mais justo do que comemorar com vocês esses dez anos incríveis que vivemos.

Arizona faz uma pausa, vira de frente para Callie e continua sua declaração.

-Callie, eu sei que digo isso quase todos os dias, mas eu quero frisar na frente dos nossos melhores amigos. Você é o amor da minha vida, eu sou a mulher mais sortuda do mundo por ter encontrado você.

Elas se beijam apaixonadamente e nós batemos palmas. Andrew me olha sorrindo, me abraça de lado e beija minha cabeça.

-Olha só, você me fez chorar.

Callie limpa as lágrimas e continua a falar olhando para Arizona.

-Você é minha vida, minha inspiração, e que inspiração viu minha gente.

Nós rimos e a Arizona pisca pra gente.

-Quero que esses dez anos se multipliquem infinitamente, pois eu quero viver todos os meus dias com você. E agora, um brinde.

Nós levantamos nossas taças e a Arizona puxa o brinde.

-Ao amor e ao futuro...

-Ah, amor eu lembrei de uma coisa...

Callie interrompe e puxa a mão do Andrew. Ele olha se entender e fica no meio das duas.

-Andrew, antes do brinde oficial, que tal você recitar algum poema ou poesia?

-Sério?

-Sim claro. Pra quem não sabe, acho que todos aqui sabem, não sei a Meredith, enfim, sempre que saíamos juntos para encher a cara no final de semana depois das aulas, o Andrew ficava bêbado, parava alguém na rua e começava a citar algum poema e poesia do nada. Nós ríamos muito, mas era tão bonito ver a reação das pessoas.

-Sobretudo das garotas, vendo esse gato declarando poemas.

A Arizona complementa e eu olho para o Andrew sorrindo com a informação.

-Eu não faço mais essas loucuras na rua.

-Ah mas esse é um momento importante. Vai, Andrew. Recite aquele poema que você disse uma vez que seria o poema que você ia pedir sua futura esposa em casamento... Gente é lindo demais, vocês precisam ouvir.

Andrew ri sem graça e coça a cabeça.

-Só porque hoje é um dia muito importante. Então, é... Aff, vocês sempre me deixam em maus lençois... bom, o poema chama-se "Soneto XVII", do livro "100 Sonetos de Amor", de um dos meus autores favoritos, Pablo Neruda.

"Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam fogo. Te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.