Revelações

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Eu adorei que algumas pessoas interagiram no cap passado, se possível, comentem nesse também e curtam! Boa leitura.

Camila POV

Quando mais nova eu conheci uma senhora no auge dos seus 60 anos, ela era pouco aceita na vizinhança por suas vestes, e atitudes pouco convencionais. Elora era uma cigana negra, com os cabelos cacheados e alto, bem conservada, seus vestidos eram longos e com cores chamativas, ela usava acessórios no pescoço, braço, além de anéis grandes e brilhante, lora, como eu havia lhe apelidado na época, era o tipo de mulher que chamava atenção a cada esquina, não de uma forma vulgar, mas sim por ser vista como alguém longe dos padrões da sociedade da época.

Nosso primeiro encontro foi em um dia catastrófico, eu cair da bicicleta quando estava voltando para casa, o meu braço bateu forte contra o seu portão velho e enferrujado, eu não sabia se chorava de dor, ou de medo da cigana má, como as crianças a chamavam.

A Lora apareceu segundos após o pequeno acidente, eu tremia mais que vara verde, ela notando meu nervosismo sentou do meu lado com todo aquele pano que revestia sue vestido e sorriu pra mim. Naquela mesma tarde, Elora cuidou de mim, me contou a história das suas origens e do quão legal é ser diferente de todo mundo. Uma das suas palavras foi " As coisas que me fazem diferente são as coisas que me fazem ser eu "

Mesmo sendo tão nova, algo em mim mudou, eu gostava de conversar com ela e de ganhar bolachas de mel no final da tarde. Até o dia que a minha mãe descobriu e me proibiu de vê-la, a partir dali nossas visitas se tornaram quase nulas, a última vez que nos vimos eu tinha onze anos, e ela me deu um cordão com uma pedra escura amarrada em uma das suas extremidades, era uma amazonita e significava a pedra da coragem, fidelidade e honestidade. Depois eu nunca mais a vi, o cordão velho desgastado continuava comigo até hoje.

Eu perdi o contato com uma senhorinha, vulgo minha melhor amiga, que me transmitia tanta sabedoria por causa dos meus pais, por ela ser considerada inapropriada, só por ser diferente. Eu aprendi com a Lora que nem sempre os pais estão certos, que é necessário que possamos caminhar com nossos próprios passos, e construir nossas vidas com base naquilo que acreditamos e confiamos, e foi assim que eu tive coragem, para me casar com o amor da minha vida, e ser fiel e honesta com ela. Eu jamais deveria ter duvidado da minha própria honestidade e fidelidade, mesmo que a própria Lauren estivesse duvidando.

- Foi a minha mãe.. - Falei quando já sentia meu corpo mais calmo.

- Ela não estava bem? O que aconteceu?

- Não é nada relacionado a sua saúde - Limpei uma lágrima que teimava em cair - Ela e o meu pai foram os motivos para o nosso término.

Eu não estava olhando nos seus olhos, minha visão estava centrada em um ponto específico da parede, mas eu sentia sua feição confusa me olhando.

- Não estou entendendo.

- Já tem um tempo que eu venho notando o meu pai diferente, desde o acidente ele anda perdido e nunca, nunca me olha nos olhos, eu achava que ele poderia está se sentindo culpado por a minha mãe ter se acidentado, ou apenas preocupado. Mas hoje ele me falou o que realmente havia acontecido - Funguei - Os dois sabiam que eu iria ao evento e também sabia que você não iria comigo - Falei a olhando - O cara que me abordou no final da festa era filho dos Emersons - Neguei com a cabeça - Eu nunca tinha visto ele, mas tinha contato direto, quando mais nova, com os seus pais.

- O que isso tem a ver Camila ?

- Minha mãe pediu para ele me embebedar, assim eu estaria frágil e vulnerável - Fechei os olhos sem querer acreditar que a minha própria mãe havia arquitetado tudo aquilo -  Em seus planos ele me levaria para a casa e lá ..

Recomeço - Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora