Capítulo 10

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POV CALLIOPE

Depois de MUITO tempo finalmente nós cansamos, já não queríamos mais brincar ou brigar, era um bom dia, queria que a vida fosse de fato assim, somos adolescentes, deveríamos estar vivendo a vida e não estar presos dentro de casa com famílias problemáticas que não sabe controlar seus sentimentos ou a sua boca e acabam descontando na gente, Zona cuida de mim, e eu protejo ela, ela tem bons pais mas uma péssima vida social eu sou o contrário.

Eu nunca pensei bem no que queria fazer ou ser, Arizona tinha o sonho de ir pra Nova York e se tornar psicóloga, acho que no fundo ela só queria ir embora daqui e tentar ajudar pessoas que sofreram como ela ou talvez de formas até piores, eu iria com ela, era nossa promessa, sempre juntas, não importa o que aconteça, sempre juntas.

-No que você tá pensando? -Pergunta ela com uma expressão curiosa. Ela está me segurando de frente no colo dela, minhas pernas estão entrelaçada em sua cintura e meus braços em seus ombros ao redor do seu pescoço enquanto os dela estão ao redor da minha cintura, ela vai andando pela água que está batendo no ombros dela e na minha costa onde o nó do biquíni se encontra.

-"Sempre juntas, não importa o que aconteça" -Digo sorrindo e fazendo carinho no rosto dela.

-Fizemos essa promessa com o que? eu tinha 3 e você 4 anos? -Pergunta ela dando um sorriso.

-Exatamente, lembra o que tinha acontecido? -Pergunto.

-Não muito, só lembro que a gente tava no terraço do prédio quando prometemos.

-Você tinha tido seu 1° dia de aula no 1° ano e as crianças do 5° ano tinham falado pra você sobre o seu peso e por vc estar usando uma blusa de "menino" -Digo com nojo na feição.

-Foi a primeira vez que eu sofri bullying -Diz se lembrando.

-Foi a primeira vez que eu bati em alguém -Digo rindo -Naquele dia meus pais tinham brigado também.

-Eu odiava quando isso acontecia -Diz ela me apertando mais.

-Eu sei, você ficava com raiva da minha mãe pq ela descontava em mim e falava que eu não conseguia fazer nada direito, e depois me brigava pq meu pai me defendia.

-Foi por isso que tava no terraço? -Pergunta ela.

-Foi... Queria ir pra algum lugar que eu me sentisse segura, mas não sabia se você estava em casa -Digo e coloco minha cabeça no pescoço dela inalando seu perfume.

-Então que bom que eu estava lá também -Diz e faz carinho na minha costa -Sempre juntas, não importa o que aconteça -Sussurou e encaixou sua cabeça no meu pescoço também.

-Você é cheirosa -Digo contra o pescoço dela fazendo a mesma rir.

-Você é especial -Diz ela contra o meu pescoço também e levanto minha cabeça encarando seus oceanos azuis.

-Pq? -Pergunto.

-Não sei, só é -Diz dando de ombros mas de alguma forma algo na minha cabeça simplesmente acendeu e saiu em formas de palavra da minha boca.

-Há quanto tempo você gosta de mim? -Pergunto de forma automática -Desculpa, só saiu, eu provavelmente tô errada, desculpa.

-Você realmente se acha muito -Diz gargalhando -Mas você tem razão -Diz me deixando surpresa -Você foi a primeira menina de quem eu gostei.

-Pq você nunca me contou? -Perguntei.

-Você tinha começado a namorar o Mark quando ele ainda estava no país, e você também nunca deu sinal de bisexualidade ou coisa do tipo, pelo menos vc nunca me falou -Diz dando de ombros -Pelo menos até a algum tempo atrás -Diz arqueando a sombrancelha e fazendo uma carinha safada.

-Você não perde uma oportunidade, vai se fuder -Digo rindo.

-Não da, eu preciso do meu humor ácido no dia a dia -Da de ombros.

-Enfim, eu realmente gostei do Mark, percebia que você revirava os olhos toda vez que eu falava dele ou nos via juntos, fico feliz de você ter sido fiel a mim o suficiente no ponto de nunca ter tentando estragar meu namoro com ele, mas foi coisa de momento sabe? a gente realmente era só muito amigos, fiquei triste e feliz ao mesmo tempo quando ele ganhou aquela bolsa na universidade do Canadá.

-Eu realmente não conseguia controlar meu ciúmes, a cada palavra que saia da sua boca era um xingamento diferente que eu soltava na minha cabeça -Diz rindo.

-Eu sei, lembro da sua reação quando falei que tinha feito pela primeira vez e que foi com ele -Digo gargalhando e inclinando minha cabeça pra trás.

-Que visão meu pai -Diz se referindo aos meus seios que se estufaram mais pra frente quando me inclinei para trás.

-Você realmente não perde uma -Digo revirando os olhos.

-Enfim, também lembro daquele dia, eu fiquei estática por pelo menos quatro horas no meio do seu quarto e quando ele foi lá no dia seguinte eu quase joguei ele da sua janela -Recorda começando a rir e eu acompanho -mas não entendo uma coisa, pq ele disse que ele que deveria me jogar da janela? -Diz e eu paro de ri na hora e engulo em seco desviando os olhos dela.

-Não sei como falar -Digo colocando meu rosto no pescoço dela de novo e apertando mais minhas pernas em sua cintura.

-A gente nunca teve segredos Calliope, pode me falar -Diz.

-É que já fazia um tempo que ele vinha me falando que achava que vc gostava de mim e que era recíproco, eu negava, óbvio, masssss, no dia que a gente fez você sabe oq, ele fez uma coisa no meio do ato -Digo com um pouco de vergonha.

-Não me diga que vc fez anal -Diz ela gargalhando -Deve doer pra caralho.

-Não foi isso idiota -Digo mordendo o ombro dela de leve.

-Fala logo Calliope -Diz impaciente e curiosa.

-Eu não tava conseguindo sentir prazer, tipo, tava gostoso, mas não o suficiente pra mim chegar lá sabe? -Digo envergonhada.

-Mas você me disse que tinha chegado lá -Diz com cenho franzido.

-Mas eu cheguei, o problema é como eu cheguei -Digo soltando um suspiro -Ele teve que pedir pra mim fingir que ele era você em cima de mim -subo minha boca até a orelha dela -Foi aí que eu gozei -Sussurro no ouvido dela.

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