Capítulo 17

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POV CALLIOPE

Como definir a aula de hoje? um saco eu acho que é a palavra de menos baixo calão que eu possa usar, o que é engraçado de falar já que eu passei a aula toda pensando no meu "banho" com a Arizona, não só no banho mas também em tudo o que tem acontecido nessas últimas semanas. Enfim, a aula foi uma grande bosta, assim que acabou eu e zona viemos para casa a pé fazendo palhaçada e infelizmente tivemos que nos despedir, ela tinha que ficar em casa hoje pra estudar, não que a nerd precisasse mas ela gosta de manter a nota.

-Tem certeza que precisa estudar? -Digo fazendo carinha de choro, estamos no apartamento na frente de nossas portas.

-Você sabe que eu preciso estudar -Diz ela apoiando as mãos nos meus ombros.

-A gente pode estudar juntas -Digo agarrando a cintura dela e distribuindo selinhos pelo seu rosto.

-Você -Selinho -Sabe -Selinho -Que não -Selinho -conseguiriamos -Selinho -Nos concentrar - Beijo.

-Mas eu quero você -Digo com voz manhosa e fazendo bico.

-Eu juro que você consegue ser mais sapatão emocionada que eu -Diz e eu aumento o bico -Coisa linda do caralho -Diz e me puxa pela cintura fazendo nossas bocas colidirem, ela da uma mordiscada no meu lábio inferior para logo em seguida chupar com força e inclinar a cabeça para o lado encaixando melhor nossas bocas, ela vai diminuindo o ritmo do beijo para só então terminar ele com selinhos -Realmente preciso ir, prometo que te compenso ok?

-Depois disso eu não negaria nada pra vc -Digo sorrindo contra o pescoço dela -Vai antes que eu te agarre aqui e não te deixe mais ir embora -Digo e ela me rouba um selinho e entra correndo me fazendo rir.

Parece que assim que ela foi embora eu sinto o cansaço do dia nas minhas costas, abro a porta de casa e vou arrastando minha bolsa e o meu corpo para dentro como se fossem a coisa mais pesada do mundo.

-Continua meu bicho preguiça! não muda mesmo -Ouço aquela voz e rapidamente levanto minha cabeça e abro um largo sorriso.

-Papai -Corro em sua direção e o abraço forte sendo apertada por ele também -Quando vc voltou? pq voltou? e quanto tempo vai ficar? -Disparo as perguntas enquanto ainda o abraço.

-Achei que você tivesse saído da fase dos pq's -Diz e eu começo a rir -Infelizmente não vou poder ficar por muito tempo, sua mãe me contou o que aconteceu e o que tem acontecido por aqui e infelizmente eu só vou poder ficar um dia, mas eu prometo que vai valer a pena okay princesa? -Diz quando ver que eu fiquei menos animada.

-Tudo bem -Digo cabisbaixa.

-Vai lá se trocar, te espero aqui -Diz indo pegar sua xícara de café, só assinto com a cabeça e vou para o meu quarto.

Vou até o meu banheiro e faço minha higiene pessoal, me arrumo somente com roupas íntimas, um short jeans azul curto e uma blusa de alcinha com uma jaqueta quadriculada presa na cintura, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, coloco minha pulseira colorida e saio do quarto.

-Ela é a minha filha também, eu tenho direito de ver ela -Vejo meu pai gritando.

-Eu que crio ela, eu que sempre criei ela -Minha mãe grita de volta.

-Você sabe que foi você que fez isso, eu sempre quis levar ela e você quase nos levou a justiça por isso, mas vc não a queria de verdade, só queria me atingir, não importa se você a criou, do que adianta você dar comida, você dar uma casa pra morar e não dá a porra do amor? -Rebate meu pai ainda gritando

Olhei para o lado e fiquei observando aquele mosquito preso em uma teia de aranha perto da escrivaninha da sala enquanto meus pais discutiam. Eu compreendia a situação do mosquito, ele nunca conseguiria escapar daquela situação por mais que se debatesse tentando. Então, do que adiantaria tentar? Só acabaria piorando as coisas.

-Podemos ir? -Pergunto acanhada ganhando a atenção dos dois.

-Claro preguicinha, vamos -Diz meu pai beijando amorosamente minha testa.

-Bom passeio filha -Diz minha mãe me dando um abraço -Eu te amo.

-Também te amo, volto mais tarde -Digo dando um sorriso de lado.

Fomos em silêncio até o carro do papai estacionado bem em frente ao prédio.

-As vezes eu queria que sua mãe fosse um homem -Diz meu pai assim que entramos no carro.

-Pq? você é gay? -Pergunto e ele solta uma gargalhada.

-Não cabeça dura, pq se ela fosse homem eu poderia dá uma mata leão nela -Diz meu pai ligando o carro.

-Não gosto que vcs briguem tanto, queria poder te ver mais vezes -Digo olhando pela janela.

-Eu escrevo cartas pra você -Diz fazendo carinho no meu ombro.

-O quê? -Pergunto franzindo o cenho.

-Quando estamos longe, eu sempre escrevo pra você, abre o porta luvas -ainda estranhando eu me inclino pra frente e abro o portão luvas vendo em torno de umas 200 cartas me deixando surpresa -Eu sinto sua falta todo dia, você é minha princesinha, sempre foi minha latina preguiça, escrever essas cartas pra vc me faz sentir que eu posso voltar pra entregá-las e escrever sobre você me faz relembrar todos os motivos pelo qual eu tenho orgulho de te chamar de filha -Revela e eu começo a chorar.

-Eu amo tanto você papai, eu queria ter mais tempo com você, eu entendo que você precisa trabalhar e eu entendo que vc prefere ficar longe da mamãe mas eu sinto tanto a sua falta -Digo e vejo ele lagrimando.

-Me desculpa pequena, queria ter feito melhor, mas hoje eu tô aqui, nós podemos só aproveitar esse dia? -Pergunta enquanto acaricia minha bochecha.

-Podemos -Respondo limpando as minhas lágrimas e dando um sorriso sincero.

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