Capítulo 31

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POV ARIZONA

CONTINUAÇÃO

Acho que todos aqui presentes já sacaram o que rola a seguir mas eu preciso continuar, eu preciso que alguém leia o que ninguém quis ouvir.

Eles me levaram pra um dos quartos mas eu estava bêbada demais pra entender o que estava acontecendo, pelo menos até ali, até eu ser jogada na cama e minha cabeça rodar pelo movimento rápido e a ânsia de vômito me atingir mas felizmente não vomitei.

-Tá bem princesinha? -Pergunta Burke rindo.

-A gente não ia pegar as bebidas? -Pergunto colocando a mão na cabeça que ainda roda.

-A gente vai se divertir um pouquinho antes -Diz O'malley subindo a mão pela parte interna da minha coxa mas eu chuto sua mão dali com o pouco de força que ainda me resta.

-Calma aí loirinha -Diz Burke rindo -Vai ser legal, não esquenta.

Eu tentei me levantar mas George fez peso sobre meu corpo se pondo em cima de mim, tentei empurrar seus ombros mas além de estar fraca pela bebida ele era bem mais forte que eu, Burke começou a me beijar de um jeito desajeitado e a cada segundo eu só sentia nojo, mordi seu lábio com força mas ele só começou a rir soltando um "vagabunda". George levantou minha saia e rasgou a minha calcinha, abriu a sua calça e começou a se mastubar me olhando, a cada segundo eu só tentanva empurrar ele mas ele prendeu uma das minhas pernas entre as suas e a outra e segurava com força.

Eu esperei alguém arrombar aquela porta e me ajudar, esperei qualquer pessoa sóbria entrar nesse quarto e só me tirar daqui, eu esperei... mas a vida me mostrou que viver é decepcionante.

Sou surpreendia por O'malley me penetrando e me rasgando por dentro, acabo soltando um grito alto de dor.

-Isso gostosa, geme pra mim, eu não falei que era gostoso? -Diz O'malley me penetrando cada vez mais rápido enquanto Burke começa a se masturbar vendo a cena e eu só grito de tanta dor que eu sinto a cada vez que ele entra e sai de mim.

Eu conseguiu sentir, conseguia sentir o peso dele me fazendo perder o ar, eu conseguia sentir a perna dele tirando a circulação de sangue da minha que estava abaixo dele, eu conseguia sentir a respiração dele batendo forte contra a minha barriga, eu conseguia sentir pingos do gozo do Burke caindo sobre meu braço, eu conseguia sentir a minha vagina arder pela brutalidade, mas acima de tudo, eu não conseguia mais me sentir ali, foi ali que minha alma morreu.

Meu nome era Arizona Robbins, eu tinha 16 anos, eu vestia uma saia lilás que ia até o meio das minhas coxas junto com uma blusa de Van Gogh, eu fantasiei ser uma grande psicóloga um dia, eu sonhei em ir pra Nova York, eu imaginei o pedido de casamento que eu faria pra mulher que eu amo, eu queria ter um casal de filhos e um cachorro. Eu era Arizona Robbins, eu era uma criança e eu fui estuprada.

Eles gozaram, eles saíram de mim e deixaram uma marca nojenta dentro de mim que me fez ter nojo de mim mesma, sabe o que eles fizeram depois?Eles ajeitaram suas calças e foram embora como se nada tivesse acontecido, como se uma porra de uma criança não estivesse deitada, desestabilizada e morta por dentro naquela cama.

Eu engoli o choro e ajeitei minha saia, eu não era mais uma criança, não podia chorar e gritar pras pessoas me abraçarem até a dor passar, eu não podia espernear e pedir ajuda pq eu fiz isso, e ninguém ajudou, eu andei pela casa como se cada músculo abaixo da minha cintura não doesse, eu saí da festa e ninguém percebeu o quão quebrada eu estava, estavam todos bêbados demais pra perceber qualquer coisa ao redor deles. Eu andei pela rua desejando internamente que algum carro me atropelasse, que algum ônibus me batesse, mas nada aconteceu. Entrei no meu apartamento e vi meus pais dormindo um em cima do outro no sofá e minhas lágrimas começaram a cair vendo a cena, eles provavelmente estavam tentando ficar acordados pra ver a filhinha deles chegar animada e dizendo o quão incrível foi a primeira festa dela. A vontade de gritar voltou de novo pela minha garganta fazendo eu fechar os lábios com força evitando até do soluço sair.

Fui até o meu quarto, tirei minhas roupas e as joguei no lixo, entrei debaixo do chuveiro e peguei a ducha esfregando com força meu corpo na esperança que a sensação de sujeira saíssem, eu quase raspei a minha pele, causei ralos em várias parte, mas nada aconteceu, a sujeira permanecia, a água não lavou minha alma e o sabão não limpou a minha pele marcada. Desliguei o chuveiro, vesti a roupa que mais cobria cada parte do meu corpo e subindo a escada de incêndio eu fui até o quarto do meu porto seguro, abri a janela e pela primeira vez eu entrei sem cair, mas dessa vez não deu vontade de comemorar tal fato. Eu a observei dormir, ela parecia tão calma, tão certa e tão minha.

-Deu tudo errado -Começo a sussurrar chorando enquanto acariciava sua bochecha -Foi tão horrível, eeu, eu não conseguia respirar e eu ainda sinto o corpo dele em cima de mim, eu ainda sinto os toques deles, eu ainda sinto ele me invadindo. Eu me sinto tão suja -Começo a chorar mais forte e ela se mexe na cama.

Não querendo acorda-lá eu saio de perto dela e me sento no canto do seu quarto abraçando meus joelhos, tentei não me mexer, parecia que quanto mais eu me encolhesse mais a dor em mim diminuía, mas eu sabia que era uma falsa ilusão, eu sabia que não tinha mais como parar aquilo. Então eu só fiquei ali observando ela e tentando encontrar o mínimo de paz e me apegar a isso.

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