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POV ARIZONA
É a primeira vez que eu me pronuncio aqui mas seria injusto vocês só ouvirem o lado da Calliope, eu não quero mostrar o meu lado e dizer que ela estava errada mas eu quero que vocês me entendam, que vocês vejam o que eu senti e o que me levou ao meu final, não foi só o bullying, não foi só o fato de eu ser excluída ou fato de eu ser nerd demais pra conseguir fazer qualquer outra amizade.
Você já sentiu seu coração doer tanto ao ponto de você querer morrer? tipo, só querer que tudo fique escuro...
DIA DA FESTA
Ansiosa, ansiosa, ansiosa, essa é com toda certeza a palavra que me define. É tão estranho se sentir tão bem assim entende? Eu só consigo dar pulinhos de alegria e me jogar na cama fitando o teto e pensando o quão sortuda eu sou por estar finalmente me enturmando. Callie com certeza me daria um tapa na cabeça e mandaria eu parar de parecer um gay recém-assumido. Mas, é algo tão diferente pra mim, entende? eu passei a vida toda fazendo planos para o futuro, me tornar psicóloga, ir pra Nova York, levar Callie no museu de Van Gogh, ter um apartamento enorme, casar com a Callie e ter uma pequena menininha que eu esperava ser a cópia dela, lógico que essas duas últimas coisas ela não sabia, mas um dia ela vai ter que saber né.
Fugi do foco, eu preciso parar de fazer isso, como eu ia dizendo, eu passei minha vida toda fazendo planos para o futuro pq eu não tinha como aproveitar o meu presente sendo conhecida como eu sou agora, eu era só a excluída, então, como eu poderia aproveitar? Mas, um dia simplesmente surge uma festa e parece que as coisas mudam de uma hora pra outra como se eu pudesse finalmente parar de colocar expectativa em um tempo a frente e pudesse colocar um pingo de esperança no agora e isso é tão libertador!
-Você tá a coisa mais linda desse mundo -Diz minha mãe invadindo meu quarto e batendo uma foto minha com seu celular.
-Mãe! Que vergonha -Digo cobrindo meu rosto, provavelmente já estou toda vermelha.
-Mas você realmente tá linda, impossível ter alguém mais bonita que você naquela festa! -Exclama ela.
Eu vestia uma saia num tom lilás que ia até o meio das coxas, uma blusa regata cinza com o desenho de Van Gogh com um girassol na boca e no lugar dos olhos havia estrelas e um borrão azul juntamente de uma maquiagem bem leve.
-Tá animada? -Pergunta minha mãe.
-Bastante, eu nem sei dançar, eu não sei nem conversar com os olhos -Digo começando a roer as unhas.
-Hey, vai borrar o batom -Adverte ela -Não pensa muito nisso filha, essas coisas fluem naturalmente, vai dar tudo certo, e se não quiser, nem precisa conversar com ninguém, essa sua beleza já vai encantar qualquer uma -Diz e eu sorrio em agradecimento.
-Tenho que ir -Digo assim que meu celular alerta a chegada do Uber -Me deseje sorte.
-Boa sorte minha princesa, não vai chegar muito tarde ein -Grita a última parte assim que saio do apartamento e corro para o elevador.
...
Callie tinha razão, esses lugares são muito barulhentos, mal desço do Uber e já consigo ouvir a música em tom altíssimo, o que essas pessoas tem contra os próprios ouvidos?
-Hey, você aqui é novidade -Diz uma das garotas da minha sala.
-Acredite, é novidade até pra mim Kepner -Digo rindo acanhada.
-Vem, entra com a gente -Diz me puxando pelo braço para junto dela e de mais duas garotas.
-Oi Robbins -Dizem juntas.
-Olá Grey's -Aceno.
-Tá bonita ein, o pessoal vai cair matando -Diz Lexie me fazendo ruborizar e as três rirem.
-Você já bebeu alguma vez na vida? -Pergunta April me vendo acenar negativamente com a cabeça.
-Faz ela começar com tequila! -Grita Cristina se juntando a nós.
-Começa com algo leve e não bebe muito, quando tem pouca gente sóbrio perto de vc é bom tomar cuidado, pega -Diz April me entregando um copo azul.
Pego o copo e viro de uma vez quase vomitando todo o líquido. QUE TROCO RUIM -Isso realmente é de beber ou pegaram isso de uma privada cheia de água sanitária e cloro? -Pergunto fazendo todas rirem.
-Você é engraçada! -Exclama Cristina -Quem diria ein -Diz e eu sorrio de lado.
Em menos de 1 hora depois todas elas mal estavam se segurando em pé e ainda assim estavam pulando que nem loucas na área onde todos estavam dançando, várias pessoas vinham conversar comigo e até que eu não passei vergonha no meio das conversas, acredito que eu deva créditos ao álcool que particularmente entre a 5° e a 7° dose parou de ser tão ruim. Provavelmente no meu 21° copo com uma bebida azul avisto os meninos, vulgo donos da festa, virem na minha direção.
-Nossa, se eu soubesse que você era assim fora daquela escola eu já teria te convidado bem antes pra uma das festas -Diz O'malley.
-Hey, quantos copos você tomou? mal tá se aguentando em pé -Diz Burke me segurando por eu quase cair para o lado.
-Acho que assim -Faço dois com os dedos -Não, assim não -Me empresta seus dedos? -Digo pegando a mão dele -Assim eu acho -Digo fazendo dez com a mão dele e mais dez com a minha -Acho q eu nem sei, era pra ter contado?-Pergunto embolado.
-Não lindinha, não era não, tá ótima assim -Fala O'malley, acho que ele sorriu, mas o rosto dele tá borrado demais pra ter certeza.
-O que você passou no seu rosto? -Pergunto franzindo o cenho e ele ri.
-Ajuda a gente a pegar mais bebida lá dentro? -Pergunta Burke.
-Se a festa é lá dentro pq as bebidas tão aqui fora? -Pergunto -não, não, se a festa é na minha casa pq as bebidas tão no pasto?
-Você passou um pouco do ponto ein lidinha -Diz O'malley soltando uma gargalhada.
-Não passei não, eu tô sóbria, olha, aqui tem 7 dedos -Digo fazendo com a minha mão.
-Tá bom, então você tá sóbria -Concorda Burke -A gente vai pegar a bebida, vem -Diz ele envolvendo meu braço e O'malley envolvendo o outro e começamos a andar meio torto até dentro da casa, o caminho tava meio embaçado, acho que colocaram aquelas fumaças na festa e eu nem tinha percebido, olho para trás e a última coisa que eu vejo é Eliza me olhar com uma sombrancelha arqueada ao qual eu somente ignoro.
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Palace Of Souls
Random"Eu poderia ter gritado pra ela o que aconteceu, poderia ter obrigado ela a me ouvir, poderia contar o que meu coração estava sentindo por ela mas percebi que se meu coração falasse, talvez ela nunca ouvisse realmente o dela. Eu a sufocava, então gu...