A Poção do Mata Lobo

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Quando chegou a primeira semana de junho, e ela já se preparava para as provas de fim de ano, Sophie recebeu a primeira resposta de um boticário. Algumas semanas antes, o Prof. Snape dissera que enviaria a receita da poção para alguns contatos ao redor do mundo, mas que ela não devia se animar, afinal, seria difícil encontrar licantropes dispostos a testar os efeitos da poção. Ainda assim, no café da manhã, uma coruja de olhos amarelos atentos pousou à sua frente na mesa de Gryffindor.

– Esse não parece Mavros. – Comentou Cassandra, olhando com atenção para a coruja.

– Porque não é. – Sophie estendeu a mão e jogou um pedaço de hambúrguer para a ave, distraindo-a enquanto pegava a carta.

Era um rolinho pequeno, mas que se abriu em um pergaminho longo de letra arredondada. Sophie encarou as primeiras palavras sem entender nada antes de reconhecer a língua. Toda a carta estava escrita em português. E melhor ainda, em português brasileiro. Isso era bom, Sophie não entendia muito sobre o protuguês de Portugal, era muito diferente da língua que a Sra. Brian a ensinou.

Na carta, o boticário dizia estar honrado com o pedido, que revisara o preparo da poção e rapidamente encontrara voluntários para os testes iniciais, mas apenas por determinada quantia de dinheiro. Eram licantropes desabrigados de um lugar chamado Berço e Caixão, que ele não pareceu se importar em explicar o que era. Sophie imaginou se seria algum lugar parecido com a Travessa do Tranco.

Por fim, o boticário oferecia-se para pagar a primeira parte dos testes, em um total de vinte licantropes, mas apenas no primeiro mês. Se os resultados fossem satisfatórios, Sophie deveria arcar com o restante dos custos e ele esqueceria a dívida inicial, mas se desse errado ela deveria compensá-lo pelos gastos.

Na mesma noite o Prof. Snape escreveu de volta para o boticário, disse que agradecia e passou o restante das instruções. A próxima lua cheia no interior do estado da Bahia, no Brasil, seria em duas semanas, então eles teriam bastante tempo.

Todos os alquimistas conhecidos do Prof. Snape responderam, com o tempo, e ao fim do mês havia pelo menos um teste em cada continente, menos na América do Sul, onde não impressionantemente vários boticários e alquimistas se mostraram encantados e rapidamente conseguiram voluntários cobaias. Todos com a mesma proposta de negócios da primeira carta.

Sophie não tinha certeza se ficava horrorizada com a quantidade de licantropes necessitados naqueles países, ou aliviada pelos custos não saírem tão caros já que a maior parte das moedas lá não eram tão valorizadas.

– Que bom que a senhorita não se importa com os custos. – Debochou o professor na última noite de aulas, horas antes do banquete de encerramento do ano letivo.

Eles estavam sentados à bancada do professor, enquanto Sophie preparava, por costume, uma poção simples para curar furúnculos que ela provavelmente ofereceria à Emília Podmore para que tratasse seu sério problema de acne. Ela já estava terminando e o professor trazia nas mãos um frasco para que ela despejasse a poção.

Sophie olhou para ele, estalou a língua e deu risada.

– Você pode agir como a criança da idade que quiser, não vai conseguir me irritar hoje. – Ela bufou e esticou as costas para trás. – Recebi a primeira carta com relatório hoje cedo.

Snape pareceu tão surpreso que ignorou a alfinetada anterior.

– E o que dizia?

– Os licantropes da Bahia se sentem extremamente melhor. – Contou ela, orgulhosa. – Disseram que a poção tem um gosto horrível e não ameniza a dor da transformação, mas pelo menos faz o que promete, eles passaram a noite de lua cheia inteira perfeitamente quietos e sonolentos. Acordaram no outro dia morrendo de dor, mas se sentindo muito melhor do que o normal.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora