A Capa da Invisibilidade

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Um mês depois, em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta por um metro de neve branca e fofa, o Lago Negro congelou com uma camada de meio metro de gelo acinzentado ao sol fraco. Sophie e os gêmeos levaram detenções por terem enfeitiçado várias bolas de neve, fazendo-as seguir Quirrell onde ele ia e quicarem na parte de três de seu turbante. As poucas corujas que conseguiam se orientar em meio às nevascas cada vez mais fortes, chegavam ao Grande Salão depenadas e congeladas e precisavam ser tratadas por Hagrid e o Prof. Kettleburn, de Trato das Criaturas Mágicas, antes de voltarem às suas rotas.

Todos estavam ansiosos para o Natal, sorrisos eram mais frequentes nos corredores conforme os dias se passavam, e rapidamente todos estavam falando sobre quem ficaria na escola, e quem partiria no Expresso para Londres. Entretanto, mesmo entre a alegria crescente que todos sentiam com a chegada das festividades, haviam aqueles que encontravam motivos para reclamações; a mais recente era a frígida caminhada entre as salas de aula fracamente aquecidas enquanto os Salões Comunais e Principal continham suas próprias e ardentes lareiras de pedra.

As piores aulas eram as de Poções, nas masmorras, onde as respirações dos alunos condensavam-se em frente à seus rostos. Portanto, todos usavam cachecóis, luvas e os chapéus enterrados nas cabeças, muito bem agasalhados e sentados nas beiras das cadeiras, para ficarem mais próximos aos caldeirões aquecidos.

Sophie não estava em lugar nenhum naquela sexta-feira, e Harry não tivera um segundo de paz para procurá-la, portanto esperava poder falar com ela na aula ao fim do dia. Ela chegou quase na metade da aula, atirou suas coisas de lado e prostrou-se, mal-humorada, ao lado da mesa de Simas e Neville, prevendo que eles precisariam de ajuda muito em breve.

Harry tinha algumas teorias do porquê ela poderia estar daquele jeito. A primeira, era o Natal; se Sophie não se dava bem com o Halloween, ele nem imaginava como lidava normalmente com um feriado que comemora a família. A segunda, poderia ser o feriado em si; com Remus preso por mais cinco meses, eles não poderiam visitá-lo, mandar cartas ou voltar para Grimmauld Place, e isso parecia um bom motivo para estar irritada como ela estava.

Harry mesmo só não se encontrava no mesmo estado por causa de Ron. Era verdade que não voltariam à Grimmauld Place, mas tão pouco ele teria que ir para a Rua dos Alfeneiros, e isso por si só já o deixava extremamente contente. Ron e os irmãos também ficariam, já que o Sr. e a Sra. Weasley iriam à Romênia visitar Charlie e nenhum deles tinha intenção de fazer isso. Para completar, Daisy e Daphny tinham mandado cartas contando como estava sendo seu último ano na escolinha, discertando sobre os amigos que fizeram e lembrando que não queriam ver Harry no Natal, tio Vernon ainda estava furioso com ele.

Quando deixaram as masmorras no final da aula de Poções daquele dia, encontraram um grande tronco de pinheiro bloqueando o corredor à frente. Dois pés enormes que apareciam por baixo do tronco e alguém bufando alto denunciou a todos que Hagrid estava por trás dele.

– Oi, Hagrid, quer ajuda? – Perguntou Ron, metendo a cabeça por entre os ramos.

– Não, estou bem, obrigado, Ron.

– Você se importaria de sair do caminho? – Ouviu-se a voz arrastada e seca de Draco atrás deles. – Está tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver quer virar guarda-caça quando terminar Hogwarts. A cabana de Rúbeo deve parecer um palácio comparada ao que sua família está acostumada.

Ron avançou para Draco justamente na hora em que Snape subia as escadas, acompanhado por Sophie, que olhou para eles com um tédio distante.

– WEASLEY!

Ron largou a frente das vestes de Draco.

– Ele foi provocado, Prof. Snape – Explicou Hagrid, deixando aparecer por trás da árvore a cara peluda. – Draco ofendeu a família dele.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora