Na manhã seguinte, Sophie pôs-se de pé antes de qualquer outra no dormitório e saiu rapidamente, já vestida com as roupas trouxas para se exercitar um pouco. Havia alguns anos que observava Hagrid treinando Canino nos jardins e queria ver se o gigante a ajudaria com Padfoot. O filhote a seguiu com toda felicidade, correndo três passadas para acompanhar uma de Sophie.
Quando chegaram no Saguão de Entrada, ela viu uma figura negra, carregada de caixas de madeira perigosamente empilhadas.
– Prof. Quirrell? – Chamou educadamente, aproximando-se. O susto do professor foi tanto que uma das caixas do topo da pilha quase se desequilibrou.
– S-Srta. P-P-Potter. – Cumprimentou ele, recuando até seu turbante bater na parede. Então Quirrell soltou um gritinho guinchado e deu um pulo para frente.
– Bom dia, professor. – Disse Sophie, tentando não prestar atenção àquilo. – Quer ajuda?
– Ajuda? – Repetiu ele, sem entender. Sophie indicou as caixas. – Ah! Isso. B-B-Bem, e-eu est-tava levando essas c-caixas para minha sala. São D-D-D-D-Diabretes da C-Cornualha.
– Para a aula do segundo ano? – Perguntou ela, prendendo os dedos atrás do corpo e afastando a sensação de que o professor deixaria aquelas caixas caírem. – O senhor quer ajuda para levar as caixas?
– N-N-Não, S-Srta. P-Potter. Não s-será necessário.
– Boa sorte, neste caso, professor. Eu o vejo no café da manhã. – Ela despediu-se e puxou a coleira de Padfoot para segui-la pelas escadas da frente.
Antes que terminasse de descer os degraus de mármore, Sophie olhou para trás e viu o professor sussurrar algo para si mesmo, ajeitando o turbante apertado novamente na cabeça com uma mão só.
Ela adiantou-se pelo gramado ainda escuro mais gradualmente iluminado pelo sol que já saía por detrás das montanhas, Padfoot latindo em seus calcanhares para tentar acompanha-la. Hagrid já estava de pé, apesar da hora, apoiado na parede de sua cabana com uma grande caneca do que de longe cheirou a café na mão. Seus olhos de besouro se estreitaram quando ele viu ela.
– Sophie? – Gritou ele, cumprimentando-a.
A menina precipitou-se pelo caminho pedregoso e íngreme até a cabana e parou na frente do gigante com uma reverência como cumprimento. Um segundo depois estava de bunda no chão, as patas enormes de Canino em seu colo, enquanto ele tentava limpar as sardinhas de seu rosto.
– Bom dia, Hagrid. – Cumprimentou ela, rindo enquanto ele brigava com o cão para que se afastasse dela. – Deixe-o, também senti saudades.
Sophie pulou de pé, segurando o rosto flácido de Canino e lhe fazendo carinho, enquanto o grande rabo do cão batia na terra ruidosamente. Um segundo depois, Padfoot reclamou pela atenção despersada da dona e a atenção de Canino passou à ele.
– Acordou animada hoje, Sophie? – Adivinhou ele, abrindo a porta e convidando-a para entrar. – Já tomou café?
– O café da escola só começa às sete, ainda são cinco. – Respondeu, entrando e aceitando uma caneca enorme do café forte de Hagrid. – Adoro seu café, aposto como é capaz de levantar os mortos.
– Eu não chegaria tão longe, mas realmente é bastante forte. Oh, olá, fofinho. Sophie, qual é mesmo o nome dele? – Perguntou ele, voltando para o lado de fora e inclinando-se para falar com o filhote.
– Ele se chama Padfoot. Queria saber se o senhor pode me ensinar a adestrá-lo, por favor. – Pediu ela, apoiando-se no batente da porta ainda em cima das escadas de entrada da cabana, ficando assim quase do mesmo tamanho do gigante.
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Irmãos Potter _ A História de Harry e Sophie
FantasiSophie Potter é uma bruxa talentosa, mas solitária. Oito anos após a morte de seus pais, ela se encontra sob a tutela de seu amado, mas recluso, padrinho Remus Lupin. Em seus primeiros anos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, prova-se talento...