O Banquete

127 16 6
                                    

O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.

Não é que os Dursley tivessem deixado Harry com fome, mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto quisesse. Dudley sempre tirava tudo que Harry realmente queria, mesmo que acabasse doente. Daisy e Daphny comiam como crianças normais para a idade, mas às vezes ainda podia ser muito mais do que o primo.

Harry encheu o prato com um pouco de cada coisa exceto os docinhos e começou a comer. Estava tudo uma delícia.

– Isto está com uma cara ótima – Disse o fantasma de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar o rosbife.

– O senhor não pode...?

– Não como há quase quatrocentos anos – Explicou o fantasma. – Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavaleiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. Fantasma residente da torre de Gryffindor.

– Eu sei quem é o senhor! – Disse Ron inesperadamente. – Meus irmãos me falaram do senhor. O senhor é o Nick-Quase-Sem-Cabeça.

– Ron, mais educação, por favor. – Pediu Sophie, em um tom mandão. – Ignore ele, Sir. Nicholas.

– Eu prefiro que você me chame de cavalheiro Nicholas de Mimsy... – O fantasma começou muito formal, mas o louro Neville o interrompeu.

– Quase-Sem-Cabeça? Como é que alguém pode ser quase sem cabeça?

Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo que ele queria.

– Assim – Disse com irritação.

E agarrou a orelha esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do pescoço e caiu por cima do ombro como se estivesse presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito. Sophie fez uma careta e o pentagrama no peito, Harry perguntou-se se o gesto tinha o mesmo efeito para mortos que não estavam exatamente mortos, como fantasmas. Satisfeito com a cara de espanto dos garotos, Nick-Quase-Sem-Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu e disse:

– Então, novos moradores de Gryffindor! Espero que nos ajudem a ganhar o campeonato das casas este ano! Slytherin tem ganhado nos últimos anos! O Barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é o fantasma de Slytherin.

Harry deu uma olhada na mesa de Slytherin e viu um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados, uma cara muito magra e vestes sujas de sangue prateado. Estava ao lado de Malfoy, que, Harry ficou contente de ver, não parecia muito satisfeito com a distribuição dos lugares.

– Como foi que ele ficou coberto de sangue? – Perguntou Simas Finnigan muito interessado.

– Nunca perguntei – Respondeu Sir Nicholas, educadamente.

Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início. Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maçãs, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geleia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas, pudim de arroz...

Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo, a conversa se voltou para as famílias.

– Eu sou meio a meio – Disse Simas. – Papai é trouxa. Mamãe não contou a ele que era bruxa até depois de casarem. Teve um choque horrível.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora