O Expresso de Hogwarts

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Sophie, com um sorriso nostálgico, se jogou no banco da cabine, soltando Padfoot para brincar no chão junto com Godric. Harry sentou-se ao lado dela. As casas passaram num relâmpago pela janela. Ele sentiu uma grande excitação. Não sabia aonde estava indo, mas tinha de ser melhor do que o lugar que estava deixando para trás. Era a mesma sensação de quando saíra com Sophie e Remus daquele casebre no mar.

– O que acontece agora?

– Agora, vamos para Hogwarts. – Respondeu ela com simplicidade. – Você vai ser selecionado para alguma Casa, vai começar a aprender magia e finalmente vai entender o que é quadribol.

– Você joga, não é?

– Bem, sim. Mais ou menos, é que, como eu esqueci minha vassoura em Grimmauld Place, não sei se vou poder jogar esse ano.

Harry achou a declaração um pouco melancólica, então tentou animá-la.

– Você joga como?

– Eu sou artilheira. No jogo, são três artilheiros, responsáveis por marcar os pontos, dois batedores, responsáveis por não deixar os jogadores caírem, e tentarem derrubar os jogadores do outro time, um goleiro, para impedir os artilheiros, e um apanhador.

– O que o apanhador faz?

– Como são quatro bolas, a goles, para os artilheiros e o goleiro, os balaços, para os batedores, é o pomo de ouro que fica a cargo do apanhador. Se for pego, o pomo de ouro além de valer cento e cinquenta pontos, ainda termina a partida.

– Então, se o apanhador pegar o pomo de ouro, o time vence?

– Nem sempre. É raro, mas pode acontecer do outro time ter feito mais de cento e cinquenta pontos, e pegar o pomo de ouro não resultar em nada.

Harry fez uma careta.

– Não parece um jogo muito justo, não importa muito o que os artilheiros fazem, se o apanhador pegar o pomo.

– Sim, por isso existem os batedores. O principal alvo deles é sempre o apanhador ou o goleiro.

– Não sei se entendi a mecânica do jogo.

– Relaxa, o primeiro jogo da temporada não vai demorar muito. – Ela tranquilizou, com um sorriso mais simples que o habitual.

Harry gostava, àquela altura, de observar os sorrisos e gestos de Sophie. Havia o sorriso gentil que em geral ela só dirigia à idosos, como o Sr. Ollivander ou a vó Hope. O sorriso travesso, que ela dava muito quando aprontava alguma coisa contra Remus, ou preparava-se para dar uma resposta particularmente debochada a algo. Havia o sorriso cansado, que em geral era acompanhado de um suspiro ou um gesto de sobrancelha que só salientava o sentimento.

E também os "dar de ombros", dentre estes havia vários.Tinha o "Harry, essa pergunta é meio besta, mas vou responder do mesmo jeito", "Não sei e nem ligo", "Não tenho paciência para te explicar isso", "É complicado" e, o que Harry mais gostava: "Não sei, mas vou atrás e se encontrar alguma coisa eu te falo", que em geral era acompanhado por um sonzinho do fundo da garganta que chegava quase a ser cômico.

De modo geral, Sophie era extremamente expressiva, dificilmente conseguia disfarçar alguma coisa, e, depois de um mês vivendo com ela, Harry via isso melhor ainda. Principalmente quando estava triste. Se sua alegria era uma risada estrondosa, a tristeza de Sophie era um suspirar pesado e audível.

Quando Harry procurava algo para dizer, para tentar afastar a irmã daquele olhar distante que ela lançava para Godric e Padfoot no chão, a porta da cabine se abriu e o Weasley mais jovem entrou.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora