O Fabricante de Varinhas Ollivander

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Eles compraram os livros escolares de Harry em uma loja chamada Floreios e Borrões, onde as prateleiras estavam abarrotadas até o teto com livros do tamanho de paralelepípedos encadernados em couro, livros do tamanho de selos postais com capas de seda; livros cobertos de símbolos curiosos e alguns livros sem nada. Até Duda, que nunca lia nada, teria ficado doido para pôr as mãos em alguns desses livros. Hagrid quase teve de arrastar Harry para longe do Pragas e Contrapragas (Encante os seus amigos e confunda os seus inimigos com as últimas vinganças: perda de cabelos, pernas bambas, língua presa e muitas, muitas mais) do Prof. Vindicto Viridiano.

– Eu estava tentando descobrir como rogar uma praga para o Dudley.

– Não vou dizer que não é uma boa ideia, mas você não pode usar mágica no mundo dos trouxas a não ser em situações muito especiais – Disse Hagrid. – De qualquer modo, você ainda não poderia lançar nenhuma dessas pragas, vai precisar de muito estudo antes de chegar a esse nível.

Sophie parecia discordar, pois voltou-se para ele e sussurrou:

– Vou te apresentar uma dupla de amigos meus. Fred e George, vão te ensinar o que for preciso para que possa azarar nosso querido priminho sem ser pego pelo Ministério.

Hagrid não deixou Harry comprar um caldeirão de ouro maciço, tampouco ("Diz estanho na sua lista"), mas compraram uma balança bonita para pesar os ingredientes das poções e um telescópio desmontável de latão. Visitaram a farmácia, que era bem fascinante para compensar seu cheiro horrível, uma mistura de ovo estragado e repolho podre. Havia no chão barricas de coisas viscosas, frascos com ervas, raízes secas e pós coloridos cobriam as paredes, feixes de penas, fieiras de dentes e garras retorcidas pendiam do teto. Enquanto Hagrid pedia ao homem atrás do balcão um conjunto de ingredientes básicos para preparar poções para Harry, o próprio Harry examinava chifres de prata de unicórnios, a vinte e um galeões cada, e minúsculos olhos faiscantes de besouros (cinco nuques uma concha).

Ao saírem da farmácia, Sophie verificou sua lista mais uma vez.

– Só falta a sua varinha.

– Ah é, e ainda não comprei o seu presente de aniversário. – Adicionou Hagrid com um sorriso.

Harry sentiu o rosto corar.

– Você não precisa...

– Eu sei que não preciso. Vamos fazer o seguinte, vou comprar um bicho para você. Não vai ser sapo, os sapos saíram de moda há muitos anos, todo mundo ia rir de você, e não gosto de gatos, eles me fazem espirrar. Vou-lhe comprar uma coruja. Todos os garotos querem corujas, são muito úteis, levam cartas e tudo o mais.

– Acho que não vai ser preciso, Hagrid. – Disse Sophie, indicando o caminho logo a frente.

Harry levou algum tempo para encontrar o que ela apontava, mas logo reconheceu Remus vindo até eles, os braços ocupados. Havia uma sacola grande e uma caixinha em uma de suas mãos, e na outra, uma coruja branca como a neve magistral, que dormia profundamente, a cabeça debaixo da asa. Ele sorriu para as expressões surpresas dos dois bruxinhos.

– Tenho aqui dois presentes de aniversário, um para Harry e um para Sophie. – Ele estendeu a gaiola de ferro negro para Harry, que a segurou com todo o cuidado, e a caixinha de transporte de madeira e ferro para Sophie, que a pegou com um ar encantado. – Bem, como Sophie já tem uma ave, e Harry já tem um peludo de quatro patas, achei que gostariam disso.

Um segundo depois Sophie soutou um gritinho, abrindo a parte de cima da gaiola e sendo instantâneamente atacada por uma bolinha disforme de pêlos negros como a noite. Harry, surpreso, notou que era um filhotinho de cão, três vezes menor do que Godric, cuja curiosidade excedia o senso de segurança; o gato agora estava equilibrado com uma pata no ombro de Harry e outra no de Sophie, farejando o cachorrinho com os bigodes enormes.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora