Sophie Potter

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25 de dezembro de 1979.

O Sr. e a Sra. Potter, da vila de Godric's Hollow, n° 90, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente mágicos, muito bem, obrigado. Eram as primeiras pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com o tédio.

O Sr. Potter era auror em um secreto Ministério da Magia Britânico, e trabalhava com seus melhores amigos prendendo bruxos das trevas. Era um homem alto e forte, de ombros largos e físico magro, era míope, usava óculos quadrados grossos por baixo de uma juba de cabelos negros sempre despenteados. A Sra. Potter era magra e ruiva e tinha olhos incrivelmente doces, ela não trabalhava, escolhera ficar em casa após a formatura na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts a fim de cuidar de sua filha. Os Potter tinham uma filhinha chamada Sophie, e em sua opinião, não havia garotinha mais adorável em nenhum lugar do mundo.

Sophie havia nascido no Halloween do ano anterior, e, no natal de 1979, encontrava-se com os olhos atentos grudados na briga de cão e gato que seu padrinho tentava separar. Os Potter tinham um gato, Godric, um enorme malhado ruivo que mais parecia um barriu de tão gorto, e vez ou outra, tinham um cão também, um enorme cachorro negro do tamanho de um urso que sempre quando aparecia, arranjava briga com Godric.

Nesta ocasião em particular, parecia determinado a matar o pobre gato gordo, enquanto o padrinho de Sophie tentava impedir.

Remus Lupin era um homem alto e magro, cujos olhos cor de âmbar combinavam com os cabelos cor de trigo. Ele vestia-se em marrom e bege, tentava sempre chamar o mínimo de atenção, mesmo que fosse difícil não reparar nas fundas cicatrizes de seu rosto e mãos.

– Sirius, solte o rabo do maldito gato! – Ele gritava, agarrando a nuca do cão com uma mão e apertando até ele estar choramingando.

– Remie, ainda não tirou ele de perto do Godric até agora? – A voz suave de sua mãe chamou de algum lugar atrás de Sophie. – O jantar já está saindo.

A jovem bruxinha estava sentada no centro de um sofá largo, de costas para o arco que levava ao hall de entrada e, do outro lado do corredor de tapete felpudo, a cozinha, de onde vinha um cheiro incrível de comida.

– Fale para esse vira-lata imbecil! – Retrucou ele, parecendo irritado ao bater no focinho do grande cão. Sirius rosnou e virou os enormes olhos cinzentos para o amigo.

Sophie não ouviu o que ele disse em seguida, estava de olho em Godric, que desprendeu seu rabo enorme e pulou para longe, subindo no sofá e se escondendo atrás da bruxinha. Sophie riu, uma gargalhada fina e animada ao virar o corpinho para poder pegar no grande gato, sua mãozinha desaparecendo nos pelos finos de seu pescoço e Godric ronronou, o focinho largo e gelado se escondendo na perna da bebê.

Sophie virou os olhos em tempo de ver Sirius se tornando novamente o homem de ombros largos. O melhor amigo de papai era alto, tinha cabelos negros e brilhantes, longos até os ombros, sua pele era mais escura do que a de Remus, de um tom moreno bonito, e seus olhos eram cinzentos, tão escuros quanto o céu de nevasca visível pela janela.

Eles conversaram um pouco, mas parecia que Sirius estava levando bronca, e os olhos castanhos atentos de Sophie capturaram as chamas da alta lareira, decorada com vinhas verdes magicamente floridas com visgos, e meias vermelhas. Combinavam perfeitamente com o alto pinheiro que seu pai, seu padrinho e Sirius haviam comprado para eles. Estava decorado com bolas de vinil vermelhas, douradas e transparentes recheadas com vagalumes e pequenas velas acesas vermelhas, brancas e douradas, e um anjinho dourado dava voltas e voltas, voando em torno de uma estrela branca que parecia realmente uma estrela, de milhões de pontas brilhantes que, por alguma magia, não faziam doer os olhos.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora