Norberto, o dragão norueguês

91 10 5
                                    

– Por que quis apitar o jogo?

– Por que está me perguntando isso a cada dez minutos?

– Por que não me responde?

– Por que tem que ser tão chata?

– Porque senão não teria graça ser meu amigo. Vamos, conte. – Ela o pegou pela manga das vestes e sacudiu para frente e para trás, todo o corpo do professor acompanhou o movimento.

– Por Merlim, Potter, pare!

– Conte para mim! – Pediu ela novamente, debruçada sobre a bancada e com a cabeça caída sobre a mão.

– Por que quer tanto saber? Tem semanas!

– Estou entediada. – Sophie bufou, voltando para o banco e olhando para o caldeirão vazio. – Não quero fazer mais Mata-Lobo, mas não tenho nenhuma criatividade para alguma poção nova.

– Faça Esqueleze, nunca é demais. Ou a... como é que vocês chamam a Poção Obex?

– A Antifraudas? – Sugeriu ela, o professor sorriu.

– Exatamente. Sempre útil para...

– Cuidado com o que vai falar agora. – Ela alertou. – Aguento muita coisa de muita gente, mas se fizer o comentário errado, eu explodo um caldeirão na sua cara.

– Tudo bem. Tudo bem. – Snape ergueu as mãos em rendição, rindo. – O que tem em mente?

– Não sei. – Ela suspirou, olhando novamente para o caldeirão, então para o fogão abaixo dele. – Que tal alguma coisa que esquente?

– Uma Poção de Fogo?

– Não, não. – Ela se virou novamente, os olhos do professor estavam sobre si, atentos. – Alguma coisa que esquente, sem queimar. Não deixa morrer nem assado por dentro, nem de hipotermia.

– Complicado. E, eu diria, apimentado.

Sophie sorriu e viu os olhos do professor se iluminarem com a inspiração.

– Comece, Srta. Potter.

Semanas depois, Quirrell parecia magro, fraco e pálido, mas sua boca mantivera-se calada, já que Fofo ainda roncava audivelmente atrás da porta do corredor do terceiro andar. Harry, Ron e Hermione voltavam lá intercaladamente sempre que podiam, grudavam os ouvidos na madeira gelada e tentavam identificar o som da respiração do grande animal.

Dez semanas antes das provas finais, ele ainda estava lá. O que não os impediu de montar rondas entre os três para ficarem de olho na porta de noite.

Quem não estava presente era a vontade dos meninos de estudarem para as provas dois meses e meio antes. Diferente de Hermione.

– Hermione, os exames estão a séculos de distância.

– Dez semanas – Retorquiu Hermione. – Não são séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel.

– Mas nós não temos seiscentos anos – Lembrou-lhe Ron. – Em todo o caso, o que é que você está revisando se já sabe tudo?

– Que é que estou revisando? Vocês ficaram malucos? Vocês já perceberam que precisamos passar nesses exames para chegar ao segundo ano? Eles são muito importantes, eu deveria ter começado a estudar há um mês, não sei o que deu em mim...

Infelizmente, os professores pareciam estar pensando da mesma maneira que Hermione. Passaram tantos deveres de casa que as férias da Páscoa não foram tão divertidas quanto as de Natal. Ficou difícil se descontrair com Hermione ao lado, recitando os doze usos do sangue de dragão ou praticando movimentos com a varinha. Aos gemidos e bocejos, Harry e Ron passaram a maior parte do tempo livre com ela, na biblioteca, tentando dar conta de todos os deveres extras.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora