Grite Mais Alto

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Aquele inverno teria sido como mil outros. Sophie voltou para casa no início das férias de Natal e apresentou Lyria à Remus e Mavros. Seu padrinho achou a história inacreditável, e ficou simplesmente encantado enquanto ela descrevia o nascimento da pequena ave, em todos os detalhes que nunca esqueceria.

Mavros, como um bom macho territorial, ficou desconfiado a princípio, mas logo acolheu a fênix com bastante curiosidade. Já bem crescida – quase tão pesada que Sophie precisava apoiar os braços nos quadris para poder erguê-la nas mãos –, agora a fênix exibia uma pluma de penas douradas, que, segundo Dumbledore, ela logo substituiria pelas longas penas vermelhas quando começasse a voar.

Coincidentemente, no primeiro dia das férias, quando Sophie e Remus ainda discutiam sobre convidar os Diggory para a ceia, uma coruja um tanto desastrada encontrou seu caminho para dentro de casa. Não haviam janelas na cozinha, apenas a lareira e uma saída de ar em cima do fogão, a entrada de luz natural mais próxima ficava na sala de estar, no andar superior, há quatro portas e passando pelo corredor dos quadros.

Foi exatamente por lá que a coruja entrou. Fazendo um escândalo exagerado e quebrando alguma coisa de vidro. Remus soltou um palavrão quando ouviram o barulho, sacou a varinha e correu à frente para ver o que era. Sophie fechou Lyria e Mavros na gaiola antes de seguir o padrinho.

O bruxo não parecia se importar com o lustre de cristal quebrado, estava erguendo no sofá o que parecia um chapéu de penas marrons semi-consciente com asas espasmódicas. Sophie se aproximou e comprovou o que temia.

– Esse é Errou. – Contou ao padrinho. – É a coruja dos pais dos gêmeos.

Com bastante cuidado, Sophie tirou a carta que o bicho levava nas pernas e a colocou de lado, passando a mão carinhosamente na cabeça emplumada.

– Ele não está morto. – Garantiu Remus, com uma careta. – Mas duvido que esteja bem.

– De fato. – Ela concordou.

– Vou dar uma água para ver se ele se recupera. Veja a carta. – Ele saiu da sala, carregando a coruja nos braços como um feio bebê vestindo uma fantasia arruinada.

Sophie pegou a carta e reconheceu a letra de Fred logo de cara.

Sophie,

Falamos com mamãe e papai e convencemos eles a chamar você e seu pai para o natal. Também chamamos o Cedric e a Flora Lovegood, eles moram aqui perto. Em troca, Charlie também chamou duas amigas, Tonks e Chiara, de Hufflepuff, mas não achamos que elas vão ser chatas. Vê com o seu pai se virá, pode escolher entre dormir aqui ou voltar para casa depois, mas não pode se negar a aparecer.

Lembre-se: A Toca, Ottery St. Catchpole, Inglaterra.

Fred.

Sophie,

Se quiser dar presentes de natal para o pessoal aqui, saiba que Ginny gosta de quadribol, Bill sempre está precisando de uma balança, você conhece o Charlie, sabe que qualquer material a prova de chamas é bem vindo, Ron está reclamando do rato de estimação, meu pai gosta de coisas trouxas, e minha mãe de música. Mas você está sozinha para escolher um presente para mim e um para Fred.

P.s.: Qualquer dúvida, dê apenas uma bolsa de moedas.

George.

Quando voltou para a cozinha, Sophie ainda ria bobamente para o pergaminho. Remus apenas lhe lançou um olhar inquisitivo, sentado à mesa e fazendo carinho em Errou enquanto lhe oferecia petiscos na mão.

– O que está escrito?

– A primeira parte é um convite para passar o feriado com os Weasley. – Ela contou, entregando-lhe o pergaminho e se sentando à sua frente. Enciumado, Mavros voou para seu colo e pediu por carinho também. – Já a segunda parte é a prova de que George nasceu sem um pingo de vergonha na cara.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora