A Casa de Vó Hope

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Sophie e Harry não puderam falar com Remus. Tão rápido quanto possível ele foi processado e mandado para Azkaban, e os irmãos puderam apenas voltar em casa para pegar os materiais e seus animais tarde na noite seguinte. Mavros, esperto, mantivera Godric e Padfoot no último andar, e a coruja branca de Harry, a quem ele só então deu o nome de Edwiges, não parecia inclinada a sair de perto de seu companheiro mais velho.

Rapidamente, Sophie e Harry reuniram suas coisas nos malões, prenderam Godric e Padfoot em suas casinhas, soltaram Mavros e Edwiges para voarem sozinhos para a casa de vó Hope, e voltaram para o carro, trancando a porta em seu caminho.

Novamente eles ficaram muito quietos dentro do carro, apenas vó Hope comentou o quanto o gato de Harry parecia-se com o de James e Lilian, e Sophie fez-lhe sinal para não tentar explicar que era o mesmo animal. Por mais que amasse a avó, às vezes era difícil explicar para ela coisas como um gato de quase quinze anos, ou um homem matar seu melhor amigo de infância por tentar vingar um casal de amigos.

Ao fim daquela semana, não tinham sido poucos os sustos que os irmãos tiveram com Licaón, principalmente a noite. O dogue-alemão tinha quase um metro de altura, era tão preto quanto a noite e de olhos pretos brilhantes.

Logo cedo de manhã abria sozinho a porta de trás e entrava em casa, subia as escadas e começava a arranhar a porta do quarto de vó Hope para acordá-la em tempo de tomar seu remédio. Quando já era hora de dormir, ele voltava para o lado de fora obedientemente, mas sempre que alguém ligava uma luz na cozinha, erguia-se nas patas traseiras e se apoiava na janela sobre a pia para espiar quem era.

Não era um cão agressivo, e aceitou muitíssimo bem a companhia de Godric e Padfoot, tomando para si, até, a tarefa de ensinar o cãozinho a brincadeira universal de qualquer cachorro: lutinha. A partir do momento que o filhote entendeu que Licaón cairia para o lado e daria-se por vencido todas as vezes, ele se tornou o cachorrinho mais alegre do mundo.

– Serve para melhorar a autoestima do filhote, todos os carnívoros fazem isso. – Disse vó Hope. – Quando eu era nova, meu pai criava cães para corrida, os mais velhos sempre faziam isso com os filhotes. Deixavam eles ganharem toda vez, até certa idade, era muito fofo de se ver.

– Mas os cães não ficavam agressivos? – Perguntou Harry. – A tia Guida, digo, a irmã do tio Vernon, também cria cães, a maioria deles é agressiva uns com os outros.

– Ora, menino, os cães refletem as personalidades de seus donos. São como crianças, nesse quesito. Se o dono é uma má pessoa, ele vai refletir isso, sendo tratado mal ou não.

Sophie e Harry acharam melhor não contradizer. As duas únicas regras da casa, era que: os cães não dormiam dentro de casa, segundo vó Hope eles estavam ali para protegê-los, então não fazia sentido ficarem lá dentro, a única exceção dava-se ao inverno e a noites chuvosas de modo geral, quando Licaón tinha permissão para ficar na sala; e Sophie e Harry não podiam usar magia.

Claro, não era problema para Harry, que já estava mais que acostumado a isso, mas Sophie teve que guardar a varinha no fundo do malão para lembrar-se de não usá-la até para a coisa mais simples, como mexer o chá. Harry chegava a dar risada quando a irmã inconscientemente colocava a mão na cintura para pegar a peça e não encontrava nada – todas as vezes levando um pequeno susto.

Durante aquela semana, Sophie decidiu abrir-se be mais com Harry, contou-lhe mais sobre Dorcas e seu relacionamento com Remus, mostrou-lhe o Mapa do Maroto, que estava desenhado por sorte no fundo de seu malão, mas achou mais prudente só apresentá-lo à carta do pai no aniversário de morte deles, enquanto isso, explicou-lhe sobre como funcionava Hogwarts, as escadas que se moviam, as portas que eram paredes e aquelas em que se devia fazer cócegas para passar. Contou dos retratos falantes e das aulas, falou de forma tão animada que Harry estava ainda mais empolgado para ir.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora