Em Casa

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Remus voltou meia hora depois, buscou os dois no restaurante e os levou ao salão. Harry, que nunca fora a um salão sem tia Petunia, e nem em um com tantas opções de cortes, ficou perdido, para sua sorte, Sophie lhe mostrou o álbum de fotos que mostrava as opções de cortes e ele achou mais fácil escolher uma.

O barbeiro – um homem negro e forte que parecia bastante surpreso pelo corte de Harry ser tão torto – optou por hidratar seu cabelo, lançou um olhar duvidoso à Remus, sentado no canto com o jornal novamente aberto na frente do rosto – parecendo avaliar os cabelos loiros de forma bastante crítica – e decidiu ensinar o garoto a como cuidar melhor do cabelo, também. Depois, dividiu o cabelo em uma linha logo atrás da orelha e prendeu metade para cima, raspando a parte de baixo em degradê.

Harry deixou bastante claro que queria manter a franja de forma a esconder a cicatriz e o homem não pareceu achar má ideia, adaptando o corte para cobrir melhor a testa do menino. O resultado final era um corte bastante alinhado, com os cachos incrivelmente bem definidos. O homem ofereceu a ele para comprar uma maleta com os produtos que ele passara no cabelo de Harry, e Sophie ficou feliz em comprar.

– Nunca se sabe quando uma solução trouxa vem a calhar. – Justificou enquanto Remus pagava o serviço no caixa.

– Com certeza. – Concordou Harry, cujo destino de voltar a uma vida trouxa por mais um mês começava a ameaçar fazê-lo ficar carrancudo. – Vamos de táxis para sua casa?

Sophie deu de ombros.

– Sei que já andamos muito hoje, mas se importa com uma caminhada?

Harry aceitou a desculpa para ficar mais tempo perto deles. Mais rápido do que ele considerava sensato, apegara-se a ideia de ter Sophie e Remus como família. Eles dois tinham uma dinâmica divertida que Harry nunca vira antes; Sophie era extremamente livre para fazer o que lhe desse vontade, ao mesmo tempo que Remus parecia não precisar contê-la para não fazer nada errado.

No caminho para a casa, eles passaram por alguns bairros movimentados mesmo à noite, e outros nem tanto. Sophie fez eles pararem em uma petshop no fim da última rua movimentada e comprou para Godric e Padfoot coleiras com plaquinhas de prata de identificação, com os nomes dos dois e um endereço que Harry nunca vira.

Minutos de caminhada depois, eles chegaram à um bairro residencial de casas de alvenaria de jardins da frente curtos completamente feitas de amdeira escura e tijolos negros. Parecia casas feitas durante a Segunda Guerra, ao mesmo tempo que eram grandes demais – algumas com até quatro andares – para serem daquela época.

Foi para uma das maiores casas que eles se dirigiram, parecia a mais bem cuidada por fora e Remus e Sophie olharam muito em volta antes de darem um pulo só para a grama perfeitamente verde.

– Pula para cá logo. – Chamou Sophie, com certa urgência. Ele obedeceu sem contestar, mas fez uma careta, uma pergunta formando-se em sua mente logo depois. Sophie pareceu saber o que era. – A casa é protegida por um feitiço bastante parecido com o d'O Caldeirão Furado. Só os bruxos a vêem, e temos que entrar rápido no jardim para não atrair a atenção dos trouxas.

– Mais uma coisa, Harry. – Chamou Remus já na entrada da casa, com uma chave de ferro preta na mão. – Não faça barulho, não queremos acordar os quadros.

Ele abriu a porta e indicou para os dois entrarem primeiro.

O hall era escuro e estreito, mas Harry não viu porquê falar baixo.

– Vocês... – Sophie resfolegou e tapou sua boca com o susto. Ela olhou em volta e indicou, na parede bem ao lado de Harry, um quadro de um homem incrivelmente velho, com roupas muito antigas, e um chapéu pontudo que o identificava como bruxo.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora