Natal em família

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Sophie nunca tinha passado o Natal em Hogwarts antes. Sempre voltava para casa ou ia de visita À Toca, mas com certeza sentiu-se encantada e extasiada. Só o almoço contou com cem perus gordos assados, montanhas de batatas com queijo assadas, amassadas, fritas e cozidas, arroz branco e temperado, farofas com bacon e uva-passas, legumes passados na manteiga e no óleo vegetal, e molheiras com todo tipo de molho especialmente saboroso.

A pequenos intervalos nas mesas, travessas exibiam pilhas de bombinhas de bruxo. Eram fantásticas por si só, explodiam até dobradas fracamente, mas com o acréscimo de magia, eram incríveis. Não se pareciam nada com as bombinhas fracas dos trouxas que Remus em geral comprava, cheias de brinquedinhos de plástico e chapéus de papel fino. Harry puxou a ponta de uma bombinha de bruxo com Fred e ela não deu apenas um estalinho, ela explodiu com o ruído de um canhão e envolveu-os em uma nuvem de fumaça azul, enquanto caíam de dentro um chapéu de almirante e vários camundongos brancos, vivos.

Na mesa principal, Sophie observou, Dumbledore trocara o costumeiro chapéu de bruxo por uma cópia barata de papel machê verde brilhante, e ria alegremente de uma piada de um altinho de vinho Prof. Flitwick. Snape estava em seu canto, como de costume, comendo quietamente e olhando, vez ou outra, para o trêmulo Prof. Quirrell ao seu lado, que assustava-se a cada vez que alguém explodia uma bombinha.

Em determinado momento do almoço, Sophie se levantou, correu até a frente deles e ofereceu uma bombinha ao professor de Poções, que a olhou pouco interessado.

– Não gostava disso na época de escola, não gosto agora.

– Não seja um Grinch.

– O que seria um "Grinch"?

Sophie revirou os olhos, o braço pesando.

– É de um desenho animado. É um monstro verde que ninguém gosta e que não gosta do Natal. Ande, Snape, puxe a bombinha e pare de fazer bico!

Surpreendentemente, ele sorriu e esticou a mão. Quando puxou a bombinha – dando um tremenda susto no Prof. Quirrell, que pelo visto não esperava que ele aceitasse – uma névoa vermelha envolveu os dois e um monte de patinhos amarelos caíram à sua volta, assim como uma touca de banho florida e rosa que enfeitou a cabeça do professor. Sophie jogou a cabeça para trás e gargalhou, sacudindo os ombros, enquanto ele empurrava os mágicos patinhos vivos para longe da comida.

– Viu só? É divertido.

– É magia de invocação, não é complicada.

– Por Morgana, homem, deixe de ser ranzinza pelo menos no Natal e concorde com a menina. – Brigou a Prof. McGonagall, esticando a mão e oferecendo outra bombinha à Sophie. – Pegue, querida, vamos ver o que ganhamos.

Pudins de Natal, panetones, mousses e chocolates recheados seguiram-se ao peru. Aos poucos, os professores riam mais alto conforme bebiam do vinho e rapidamente o Salão se esvaziou conforme os alunos terminavam de comer. Sophie não saberia especificar que horas, mas em algum momento Hagrid deu uma gargalhada muito alta, beijou a bochecha da Prof. McGonagall e ela surpreendentemente corou e riu, o chapéu de bruxa enviesado na cabeça.

Foi quando Sophie decidiu sair da mesa. Ela agasalhou-se, catou um dos bolos de frutas e chamou por Padfoot, cujo corpinho era bastante coberto por uma grossa camada de pêlos negros que engrossavam conforme ele mesmo crescia, e agora também vestido de um suéter vermelho e dourado que os gêmeos lhe deram de presente – Sophie não reclamou, uma vez que ela mesma dera suetereszinhos para Wanda e Pietro.

Juntos e tropeçando na neve fofa, eles desceram a trilha para a Floresta, onde Sophie se sentou para comer, jogando pedacinhos para o cãozinho e o abraçando para aquecê-los quando passava uma brisa. Rapidamente quem ela procurava apareceu.

Irmãos Potter _ A História de Harry e SophieOnde histórias criam vida. Descubra agora